Agosto 2022

 


                                                                         
                                                                              



Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande

Agosto de 2022











A Via láctea no olho de "GAIA"  

Fig. A

Fig. B

Fig. C

Fig. D
    

Desde o seu lançamento em 2013, o telescópio espacial Gaia examina cuidadosamente a vizinhança próxima dentro da Via Láctea. Os astrofísicos responsáveis ​​por este projeto acabam de tornar público o terceiro catálogo da missão. Contém quase 1,8 mil milhões de estrelas. Dessas, foram avaliadas 1,5 mil milhões quanto ao brilho, à cor, à posição e à  sua distância. A espetroscopia também foi utilizada, em baixa ou alta resolução, numa seleção de alguns destes astros. Foi também detetada a presença de 813.000 sistemas binários e 10 milhões de estrelas variáveis. 
     Esta informação é importante para estudar o ciclo de vida das próprias estrelas, mas também a estrutura e evolução da Galáxia. Assim, a velocidade radial (Fig. A) mostra as estrelas que se afastam de nós (cores claras) e as que se aproximam (cores escuras). Alguns objetos destacam-se do seu movimento geral, como as Nuvens de Magalhães, no canto inferior direito da imagem. Os astrofísicos também mediram o movimento de certas estrelas (Fig. B). Os dados também revelam a distribuição da poeira interestelar (Fig. C) ou a composição química das estrelas (Fig. D, as cores indicam o nível de metalicidade, ou seja, a concentração de elementos pesados). 
     Mais próximo de nós, Gaia também mapeou os asteróides do sistema solar. A última imagem representa a posição desses corpos em 13 de junho de 2022 e o seu movimento ao longo de dez dias. Veem-se os asteróides da parte interna do sistema (em azul), os do cinturão de asteróides (verde) e os troianos localizados nos pontos de Lagrange L4 e L5 de Júpiter (amarelo.

Fonte: Pour la Science - agosto 2022, n.º 538, pp. 10-11

Sean Bailly 
(adaptado)


Divisão celular anormal


Células da pele de um peixe-zebra. As cores permitem seguir aquelas que resultam da mesma célula mãe. Surpreendentemente, algumas dessas células não possuem material genético.

     Estima-se que em dez anos, quase todas as células do corpo humano sejam substituídas. Essa renovação ocorre por meio da divisão celular, fenómeno cujo mecanismo é perfeitamente conhecido dos cientistas. Nomeadamente, antes de uma célula mãe dar origem a duas células filhas, o seu genoma replica-se para formar duas cópias que serão distribuídas nessas duas células filhas. Estas cópias têm, exatamente o mesmo genoma do que todas as outras células do corpo. Pensava-se que este mecanismo, presente em todos os seres vivos, fosse sempre o mesmo. Mas Chen-Hui Chen, da Academia Sinica, em Taiwan, e a sua equipa, demonstraram um espantoso novo tipo de divisão celular nas larvas do peixe-zebra. 
     Os investigadores observaram células dividindo-se sem qualquer replicação prévia do ADN! Este modo de divisão, a que chamaram de "fissão assintética", é mesmo bastante desordenado: o ADN é distribuído, por vezes, de forma desigual entre as células. Mas qual o interesse que pode ter esta divisão tão particular? Os investigadores supõem que ela responde ao rápido crescimento da larva. " A prioridade aqui é apenas estender rapidamente a superfície do epitélio, que serve de barreira com o exterior ", afirma Claude Prigent, do Centro de Pesquisa em Biologia Celular de Montpellier. As células anormais são então rapidamente eliminadas quando o processo clássico de divisão assume o controle.
     Resta agora descobrir se esse modo de divisão, encontrado no peixe-zebra, também existe noutras espécies, ou até mesmo nos humanos. Essa perspetiva abriria a possibilidade de pensarmos, por exemplo, num tratamento temporário para refazer uma pele protetora, muito rapidamente, em vítimas de queimaduras graves.


Fonte: Pour la Science - agosto 2022, n.º 538, p. 15

Gaia Jouanna
(adaptado)


O que posso observar no céu de agosto?


 
4 - Mercúrio a 0,7ºN de Régulo - 06:00
10 - Lua no perigeu a 359 828 Km da Terra - 18:09
12 - Lua a 4ºS de Saturno - 05:00
12 - Pico da chuva de meteoros das Perseidas
22 - Lua no apogeu a 405 418 Km da Terra - 22:52
28 - Lua a 4ºN de Vénus - 22:00








Fases da Lua em agosto


                

                27 - às 09h 17min - nova

                05 - às 12h 06min - crescente

                12 - às 02h 36min - cheia

                19 - às 05h 36min - minguante
                
                









Planetas visíveis a olho nu em agosto


MERCÚRIO - Será visível, de tarde, por volta do instante do fim do crepúsculo civil, estando mais brilhante a meio do mês de agosto.

VÉNUS Pode ser visto como estrela  da manhã, durante o mês de agosto. 

MARTE - Pode ser visto  ao amanhecer na constelação de Carneiro e Touro.

JÚPITER - Pode ser visto ao anoitecer na constelação de Baleia.

SATURNO Pode ser visto no céu noturno
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
    
DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
27-8-3,805:15:4459°O05:16:1473°NO05:19:3610°NEvisível
28-8-1,904:29:2330°ENE04:29:2330°ENE04:31:1710°ENEvisível
28-8-2,006:02:1811°ONO06:04:5523°NNO06:07:4210°NEvisível
29-8-2,605:15:5429°NO05:16:2731°NNO05:19:3210°NEvisível
30-8-1,704:29:2827°NNE04:29:2827°NNE04:31:1810°NEvisível
30-8-1,306:03:1310°NO06:05:2416°NNO06:07:3610°NNEvisível
31-8-0,203:43:0010°NE03:43:0010°NE03:43:0110°NEvisível
31-8-1,705:15:5517°NO05:16:5119°NNO05:19:2010°NNEvisível
1-9-1,304:29:2620°N04:29:2620°N04:31:0710°NEvisível
1-9-1,106:04:0610°NO06:05:5714°N06:07:4610°NNEvisível
2-9-1,205:15:5112°NO05:17:1815°N05:19:1710°NNEvisível
3-9-1,004:29:2216°N04:29:2216°N04:30:5510°NNEvisível
3-9-1,006:04:2410°NNO06:06:2715°N06:08:3010°NEvisível
4-9-1,005:15:5610°NNO05:17:4814°N05:19:4010°NEvisível
5-9-0,804:29:2414°N04:29:2414°N04:30:5810°NNEvisível
5-9-1,306:04:1310°NNO06:06:5020°NNE06:09:2710°ENEvisível
 
 
  
 
 

Como usar esta grelha:

Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/



Vídeo do Mês



A revolução astronómica do GAIA

(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)



Imagem do Mês




Saturno visto em infravermelhos a partir da Cassini

         Numerosos detalhes de Saturno aparecem claramente em luz infravermelha. As faixas de nuvens mostram grandes estruturas, incluindo tempestades de longa extensão. Também bastante impressionante em infravermelho é o incomum padrão de nuvens hexagonais em torno do Pólo Norte de Saturno. Cada lado do hexágono abrange aproximadamente a largura da Terra. A existência deste hexágono não foi prevista, e a sua origem e estabilidade continuam a ser um tópico de pesquisa. Os famosos anéis de Saturno circundam o planeta e projetam sombras por baixo do equador. Esta imagem foi obtida pela nave espacial robótica Cassini em 2014, em diversas cores infravermelhas. Em setembro de 2017, a missão Cassini foi terminada com um final dramático, quando a nave foi direcionada para mergulhar no gigante anelado.
Fonte: www.nasa.gov



Livro do Mês





Sinopse

     Como podemos proteger-nos de uma guerra nuclear, de cataclismos ecológicos ou de falhas tecnológicas? O que podemos fazer contra a epidemia de notícias falsas ou a ameaça do terrorismo? O que devemos ensinar aos nossos filhos?
     Yuval Noah Harari leva-nos numa viagem emocionante pelas questões mais prementes da atualidade. O fio condutor que percorre este seu novo e impressionante livro é o desafio de conseguirmos manter a concentração, tanto a nível coletivo como individualmente, diante de um mundo de mudanças constantes e desorientadoras. Seremos nós ainda capazes de compreender o mundo que criámos?.

Sobre o autor:



   Yuval Noah Harari é historiador, investigador e professor de História do Mundo na Universidade Hebraica de Jerusalém, considerada uma das melhores instituições de ensino a nível internacional. Doutorado em História pela Universidade de Oxford, Harari tem-se dedicado ao estudo e ensino da História, encorajando os seus alunos a questionar os conhecimentos e ideias que têm por garantidos sobre a vida, o mundo e a humanidade. Atualmente, a sua investigação incide sobre questões macro-históricas: Qual a relação entre a História e a Biologia? Que diferenças essenciais distinguem o Homo sapiens dos outros animais? Existe justiça na História? As pessoas tornaram-se mais felizes à medida que a a humanidade progrediu?
     É autor de numerosos artigos científicos e de dois livros, publicados em Portugal pela Elsinore: Sapiens: História Breve da Humanidade (2013) e Homo Deus: História Breve do Amanhã (2017), ambos bestsellers internacionais, traduzidos em mais de 20 línguas e recomendados por personalidades como Barack Obama e Bill Gates.



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