junho 2016
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Como funciona o cérebro dos matemáticos
Cédric Villani, matemático laureado com a medalha Fields (na imagem), e outros brilhantes investigadores em matemática terão um cérebro diferente do nosso? É verdade, ou pelo menos, eles não o utilizam da mesma forma do que um "caloiro", isto segundo Marie Amalric e Stanislas Dehaene, do centro NeuroSpin, de Paris-Saclay.
Estes investigadores procuraram determinar a origem das aptidões em matemática, registando a atividade cerebral através de IRM (imagens por ressonância magnética) funcional de 15 matemáticos profissionais, comparados com 15 pessoas que tinham um nível de estudos semelhantes, mas não especialistas em matemática. Propuseram a audição de proposições matemáticas complicadas correspondentes a diferentes domínios (álgebra, análise, geometria e topologia), tais como «Todo o compacto convexo de um espaço euclidiano é a interseção de uma família de bolas fechadas», também apresentaram frases complexas de outras temáticas, como por exemplo «Na Antiguidade, na Grécia, um cidadão que não pagasse as suas dívidas tornava-se um escravo». Os participantes deviam dizer se as proposições apresentadas eram verdadeiras, falsas ou desprovidas de sentido.
No cérebro de todos os participantes, as áreas associadas à linguagem e à sua compreensão ativavam-se quando refletiam sobre as frases de cultura geral. Todos respondiam corretamente aproximadamente a dois terços das questões. Em contrapartida, quando os indivíduos tentavam interpretar as proposições matemáticas, as regiões cerebrais correspondentes aos números, aos cálculos e às representações no espaço (córtex pré-frontal, sulcos intraparietais, áreas temporais inferiores) apenas se ativavam nos participantes matemáticos, que deram respostas corretas em 65% dos casos (comparados com os 37% dos participantes não-matemáticos).
Enquanto nos "caloiros" a «bolsa das matemáticas» permanece acantonada nos números e nos cálculos familiares, a dos especialistas também está dedicada à reflexão matemática. Isto confirma a existência de regiões cerebrais associadas às matemáticas e que são independentes daquelas que tratam a linguagem.
Estes investigadores procuraram determinar a origem das aptidões em matemática, registando a atividade cerebral através de IRM (imagens por ressonância magnética) funcional de 15 matemáticos profissionais, comparados com 15 pessoas que tinham um nível de estudos semelhantes, mas não especialistas em matemática. Propuseram a audição de proposições matemáticas complicadas correspondentes a diferentes domínios (álgebra, análise, geometria e topologia), tais como «Todo o compacto convexo de um espaço euclidiano é a interseção de uma família de bolas fechadas», também apresentaram frases complexas de outras temáticas, como por exemplo «Na Antiguidade, na Grécia, um cidadão que não pagasse as suas dívidas tornava-se um escravo». Os participantes deviam dizer se as proposições apresentadas eram verdadeiras, falsas ou desprovidas de sentido.
No cérebro de todos os participantes, as áreas associadas à linguagem e à sua compreensão ativavam-se quando refletiam sobre as frases de cultura geral. Todos respondiam corretamente aproximadamente a dois terços das questões. Em contrapartida, quando os indivíduos tentavam interpretar as proposições matemáticas, as regiões cerebrais correspondentes aos números, aos cálculos e às representações no espaço (córtex pré-frontal, sulcos intraparietais, áreas temporais inferiores) apenas se ativavam nos participantes matemáticos, que deram respostas corretas em 65% dos casos (comparados com os 37% dos participantes não-matemáticos).
Enquanto nos "caloiros" a «bolsa das matemáticas» permanece acantonada nos números e nos cálculos familiares, a dos especialistas também está dedicada à reflexão matemática. Isto confirma a existência de regiões cerebrais associadas às matemáticas e que são independentes daquelas que tratam a linguagem.
Fonte: Pour la Science - junho 2016 - n.º 464, p. 12 - Bénédicte Salthun-Lassalle (adaptado)
3 - Lua no perigeu - 12:00
15 - Lua no apogeu - 13:00
19 - Saturno a 3ºS da Lua - 1:00
21 - Solstício: início do Verão - 0:00
Plutão e as suas colinas flutuantes de azoto
Os grupos e cadeias de colinas em Plutão parecem blocos de gelo a "flutuar" num "mar" de alta densidade dominado por azoto congelado. A imagem aumentada abrange cerca de 500 km por 340 km. |
Depois da histórica passagem da nave New Horizons por Plutão, a 14 de julho do ano passado, os cientistas desta missão revelaram algumas imagens que mostraram inesperadas altíssimas montanhas rodeadas por uma enorme e lisa planície. A planície, informalmente chamada Sputnik Planum, é dominada por azoto molecular congelado (N2) e algum monóxido de carbono congelado (CO), enquanto as partes mais altas circundantes são constituídas por gelo.
Recentemente a equipa revelou uma imagem da Sputnik Planum que revela grupos de colinas que se erguem na sua superfície. Esta planície é constituída por grandes placas poligonais e as colinas, que têm alguns quilómetros de comprimento, parecem flutuar no gelo e presas entre as zonas de encontro das placas.
Estas misteriosas colinas podem ser fragmentos de água gelada das montanhas que rodeiam a Sputnik Planum. O mais interessante é que estas "ilhas" de água gelada parecem semelhantes aos icebergues existentes nos oceanos da Terra - e, tal como aqui, podem fornecer pistas da profundidade do "mar" de azoto congelado da Sputnik Planum. Quão profundo será esse "mar"? Assumindo-se que estas colinas estão verdadeiramente a flutuar livremente, e de acordo com o que os geólogos chamam de equilíbrio isostático, podemos calcular que qualquer coisa como 90% da massa (e assim do volume), de cada colina flutuante, se encontra sob a superfície da planície.
Contudo, estes icebergues de Plutão não parecem ser totalmente sólidos. Uma porosidade "razoável" de cerca de 15%, fazem com que sejam muito mais flutuantes, explica Jeff Moore, do Centro de Investigação Ames, da NASA. Apesar disso, diz-nos Moore, "suspeitamos que o N2 depositado na Sputnik Planum tem vários quilómetros de profundidade - talvez, nalguns locais, na ordem dos 10 km."
Curiosamente, um grande grupo, apelidado de Challenger Colles (em homenagem àqueles que morreram no Space Shuttle Challenger em 1986; ver na imagem), mede 60 km de comprimento por 35 km de largura. Este grupo não se encontra no meio da Sputnik Planum, mas localiza-se na margem oriental, próximo dos picos da Tombaugh Regio (outro nome informal). Assim, talvez estas colinas "encalhem" quando o gelo de azoto fica pouco profundo.
Recentemente a equipa revelou uma imagem da Sputnik Planum que revela grupos de colinas que se erguem na sua superfície. Esta planície é constituída por grandes placas poligonais e as colinas, que têm alguns quilómetros de comprimento, parecem flutuar no gelo e presas entre as zonas de encontro das placas.
Estas misteriosas colinas podem ser fragmentos de água gelada das montanhas que rodeiam a Sputnik Planum. O mais interessante é que estas "ilhas" de água gelada parecem semelhantes aos icebergues existentes nos oceanos da Terra - e, tal como aqui, podem fornecer pistas da profundidade do "mar" de azoto congelado da Sputnik Planum. Quão profundo será esse "mar"? Assumindo-se que estas colinas estão verdadeiramente a flutuar livremente, e de acordo com o que os geólogos chamam de equilíbrio isostático, podemos calcular que qualquer coisa como 90% da massa (e assim do volume), de cada colina flutuante, se encontra sob a superfície da planície.
Contudo, estes icebergues de Plutão não parecem ser totalmente sólidos. Uma porosidade "razoável" de cerca de 15%, fazem com que sejam muito mais flutuantes, explica Jeff Moore, do Centro de Investigação Ames, da NASA. Apesar disso, diz-nos Moore, "suspeitamos que o N2 depositado na Sputnik Planum tem vários quilómetros de profundidade - talvez, nalguns locais, na ordem dos 10 km."
Curiosamente, um grande grupo, apelidado de Challenger Colles (em homenagem àqueles que morreram no Space Shuttle Challenger em 1986; ver na imagem), mede 60 km de comprimento por 35 km de largura. Este grupo não se encontra no meio da Sputnik Planum, mas localiza-se na margem oriental, próximo dos picos da Tombaugh Regio (outro nome informal). Assim, talvez estas colinas "encalhem" quando o gelo de azoto fica pouco profundo.
O que posso observar no céu de junho?
3 - Lua no perigeu - 12:00
15 - Lua no apogeu - 13:00
19 - Saturno a 3ºS da Lua - 1:00
21 - Solstício: início do Verão - 0:00
Fases da Lua em junho
05 - às 04h 00min - nova
12 - às 09h 10min - crescente
12 - às 09h 10min - crescente
20 - às 12h 12min - cheia
27 - às 19h 19min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em junho
MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Mercúrio pode ser visto até 30 de junho de manhã.
VÉNUS -Não pode ser visto este mês por se encontrar muito próximo do Sol.
MARTE - Pode ser visto toda a noite na constelação de Balança.
JÚPITER - Só pode ser visto ao anoitecer na constelação de Leão.
SATURNO - Pode ser visto toda a noite.
VÉNUS -Não pode ser visto este mês por se encontrar muito próximo do Sol.
MARTE - Pode ser visto toda a noite na constelação de Balança.
JÚPITER - Só pode ser visto ao anoitecer na constelação de Leão.
SATURNO - Pode ser visto toda a noite.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
Visibilidade da Estação Espacial Internacional
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
22 de jun | -1,4 | 19:50:27 | 10° | NO | 19:52:07 | 28° | NO | 19:52:07 | 28° | NO | visível |
23 de jun | -2,2 | 18:58:09 | 10° | N | 19:01:00 | 28° | NE | 19:02:02 | 23° | E | visível |
24 de jun | -1,2 | 19:41:57 | 10° | ONO | 19:44:31 | 21° | SO | 19:44:38 | 21° | SO | visível |
25 de jun | -3,0 | 18:48:35 | 10° | NO | 18:51:48 | 63° | SO | 18:54:36 | 13° | SSE | visível |
27 de jun | -1,2 | 05:30:05 | 10° | S | 05:32:46 | 23° | SE | 05:35:25 | 10° | ENE | visível |
27 de jun | -0,7 | 18:40:25 | 10° | O | 18:42:34 | 16° | SO | 18:44:42 | 10° | SSO | visível |
29 de jun | -3,4 | 05:20:24 | 11° | SO | 05:23:28 | 82° | NO | 05:26:42 | 10° | NNE | visível |
30 de jun | -1,9 | 04:30:19 | 30° | SE | 04:30:42 | 31° | SE | 04:33:37 | 10° | ENE | visível |
01 de jul | -1,6 | 05:12:51 | 16° | O | 05:14:07 | 20° | NO | 05:16:34 | 10° | N | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
O computador mais inteligente do mundo
Imagem do Mês
Uma jóia do céu do sul, a Grande Nebulosa Carina, também conhecida por NGC 3372, estende-se por cerca de 300 anos-luz, sendo uma das maiores regiões de formação de estrelas da nossa galáxia. Tal como a mais pequena e setentrional Grande Nebulosa de Orion, a Nebulosa Carina é facilmente visível a olho nu, apesar de estar a 7500 anos-luz de distância da Terra e 5 vezes mais afastada. Esta fantástica imagem obtida por um telescópio, revela detalhes notáveis de filamentos brilhantes de gás interestelar, da região central, e obscuras nuvens de poeira cósmica. O campo de visão desta imagem tem um comprimento de aproximadamente 50 anos-luz. A Nebulosa Carina é a morada de estrelas novas e extremamente maciças, incluindo as estrelas do enxame aberto Trumpler 14 (embaixo e à direita do centro da imagem) e a ainda a enigmática variável Eta Carina, uma estrela com mais de 100 vezes a massa do Sol. Eta Carina é a estrela mais brilhante na fotografia, vista aqui logo acima da poeirenta Nebulosa do Buraco da Fechadura (NGC 3324). Enquanto que a Eta Carina estará no limiar de uma explosão em supernova, as imagens de raios-X indicam que a Grande Nebulosa Carina foi uma verdadeira fábrica de supernovas.
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
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