fevereiro 2015
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Roseta: a água da Terra não terá vindo dos cometas
O cometa 67P/Tchourioumov-Guérassimenko contem água rica em deutério, mais rica do que a água existente na Terra |
A água está por todo lado na Terra, mas donde veio ela? Quando da formação do nosso planeta, a água, uma substância volátil, vaporizou-se. Ela terá reaparecido mais tarde através de asteróides ou cometas. Para saber quais os corpos que enriqueceram a Terra de água, os astrofísicos comparam as características das moléculas de água da Terra e a de diferentes cometas e asteróides. O instrumento Rosina, a bordo da sonda Roseta, efetuou uma medição desse tipo no cometa 67P/Tchourioumov-Guérassimenko, mais conhecido por Tchouri.
Os asteróides da cintura de detritos situada entre Marte e Júpiter possuem, quase de certeza, até 15% de água sob a forma de minerais hidratados. Os cometas formaram-se nas regiões mais longínquas do Sistema Solar e ocupam duas zonas, a Cintura de Kuiper e a Nuvem de Oort. Transportam quase 50% de gelo. Perturbações gravitacionais provocam determinados desvios da sua trajetória e enviam-os para a parte interna do Sistema Solar.
Para testar as diferentes possíveis origens da água terrestre, os astrofísicos interessam-se pelo deutério, um isótopo do hidrogénio que é o responsável pela água pesada - uma molécula de água na qual um átomo de hidrogénio (H) é substituído por um átomo de deutério (D). Rosina mediu no Tchouri uma relação isotópica D/H à volta do triplo da que existe na Terra e superior à dos outros cometas da Cintura de Kuiper - uma heterogeneidade que ainda necessita de explicação. O resultado de Rosina reforça os cenários segundo os quais a água da Terra provem sobretudo dos asteróides.
Os asteróides da cintura de detritos situada entre Marte e Júpiter possuem, quase de certeza, até 15% de água sob a forma de minerais hidratados. Os cometas formaram-se nas regiões mais longínquas do Sistema Solar e ocupam duas zonas, a Cintura de Kuiper e a Nuvem de Oort. Transportam quase 50% de gelo. Perturbações gravitacionais provocam determinados desvios da sua trajetória e enviam-os para a parte interna do Sistema Solar.
Para testar as diferentes possíveis origens da água terrestre, os astrofísicos interessam-se pelo deutério, um isótopo do hidrogénio que é o responsável pela água pesada - uma molécula de água na qual um átomo de hidrogénio (H) é substituído por um átomo de deutério (D). Rosina mediu no Tchouri uma relação isotópica D/H à volta do triplo da que existe na Terra e superior à dos outros cometas da Cintura de Kuiper - uma heterogeneidade que ainda necessita de explicação. O resultado de Rosina reforça os cenários segundo os quais a água da Terra provem sobretudo dos asteróides.
Fonte: Pour la Science - fevereiro 2015 - n.º 448, p. 9 - Sean Bailly (adaptado)
Porque é que os extraterrestres não têm cabelo?
Apesar da sua diversidade, os extraterrestres são quase sempre representados sem cabelo. Esta realidade é o reflexo de uma incompreensão da teoria da evolução |
A imaginação humana é muito fértil ao dar milhares de formas aos misteriosos seres de outros mundos. Às vezes grandes, outras vezes minúsculos, por vezes com três olhos, outras apenas com um, estes visitantes, quer sejam pacíficos ou agressivos, são muito diferentes uns dos outros. Contudo, há um aspeto que é notório pela sua constância: a maior parte dos nossos irmãos do espaço são carecas. Quer seja o E.T., os pequenos seres cinzentos ou os Annunakis, como lhes chamam, por vezes, os especialistas neste assunto, estes visitantes não têm um cabelo na cabeça. Será isto uma simples coincidência?
A maior parte das narrativas que têm como tema a vida extraterrestre, descrevem civilizações superiores à nossa (o que explica que estas tenham os meios tecnológicos que os permitem visitar-nos). Mas o que pode estar aqui em causa é uma certa representação da teoria da evolução. Com efeito, a hipótese implícita que sustenta a descrição física desses seres é que, já que são muito mais avançados do que nós, representam de alguma forma o nosso desenvolvimento biológico futuro. Dotados por vezes de um crânio desproporcionado em relação ao tamanho do seu corpo, estes seres extraordinários serão, de uma forma obscura, a última etapa do nosso desenvolvimento.
Assim, o cabelo, esse primo do pêlo, é visto como uma herança animalesca que não se coaduna com uma consciência superior. Por outro lado, os cabelos e os pelos, que puderam ter sido úteis no tempo em que os seres humanos sofriam os rigores do clima, estariam votados, já que a função cria o órgão, a desaparecerem lentamente para revelar toda a potência do córtex, que assim se tornaria cada vez mais volumoso.
Esta visão da evolução biológica não respeita, muito, a ortodoxia da teoria darwiana. Ela tem mais afinidades com o lamarckismo. Baptiste de Monet, cavaleiro de Lamarck, considerava tal como Darwin, que as espécies não eram imutáveis; mas a sua teoria, contrariamente à de Darwin, admitia que os seres evoluíam segundo as leis de uma misteriosa força vital, contida em toda a vida e que orientava a evolução biológica. O exemplo emblemático é a ideia de que as girafas têm um pescoço comprido porque a força vital alongou-o, já que a sua comida ficava no cimo das árvores. Esta adaptação adquirida tornava-se, em seguida, inata. O meio natural teria, nesta teoria, uma influência, via a intervenção de uma hipótese metafísica (a força vital), na estruturação biológica dos seres.
Darwin, pelo contrário, concebia a evolução das espécies como consequência de um processo natural de seleção, que apenas deixava sobreviver os indivíduos melhor adaptados. Por outras palavras, os indivíduos não se adaptam biologicamente ao seu meio; se sobrevivem é porque estão, pelo acaso das combinações genéticas, melhor adaptados do que os outros. Por exemplo, nesta teoria, as girafas não viram o seu pescoço aumentar de repente, mas o acaso fez com que algumas girafas tivessem um pescoço maior do que outras. Estas últimas alimentavam-se mais facilmente e por isso reproduziam-se. Os genes dos indivíduos melhor adaptados espalharam-se, enquanto os das outras se tornavam mais raros.
Assim, se voltarmos aos extraterrestres, a representação de seres superiores desprovidos de pelos parece indicar o imaginário lamarckiano daqueles que os conceberam. Diga-mo-lo claramente, seria um milagre espantoso se todos estes seres do espaço tivessem evoluído em direção da calvície. É verdade que as coincidências extraordinárias por vezes acontecem. Mas neste caso preciso, seria mais inteligente levar a sério a ideia que estas descrições são simples invenções humanas que traem a concepção errada que habitualmente temos da teoria da evolução.
A maior parte das narrativas que têm como tema a vida extraterrestre, descrevem civilizações superiores à nossa (o que explica que estas tenham os meios tecnológicos que os permitem visitar-nos). Mas o que pode estar aqui em causa é uma certa representação da teoria da evolução. Com efeito, a hipótese implícita que sustenta a descrição física desses seres é que, já que são muito mais avançados do que nós, representam de alguma forma o nosso desenvolvimento biológico futuro. Dotados por vezes de um crânio desproporcionado em relação ao tamanho do seu corpo, estes seres extraordinários serão, de uma forma obscura, a última etapa do nosso desenvolvimento.
Assim, o cabelo, esse primo do pêlo, é visto como uma herança animalesca que não se coaduna com uma consciência superior. Por outro lado, os cabelos e os pelos, que puderam ter sido úteis no tempo em que os seres humanos sofriam os rigores do clima, estariam votados, já que a função cria o órgão, a desaparecerem lentamente para revelar toda a potência do córtex, que assim se tornaria cada vez mais volumoso.
Esta visão da evolução biológica não respeita, muito, a ortodoxia da teoria darwiana. Ela tem mais afinidades com o lamarckismo. Baptiste de Monet, cavaleiro de Lamarck, considerava tal como Darwin, que as espécies não eram imutáveis; mas a sua teoria, contrariamente à de Darwin, admitia que os seres evoluíam segundo as leis de uma misteriosa força vital, contida em toda a vida e que orientava a evolução biológica. O exemplo emblemático é a ideia de que as girafas têm um pescoço comprido porque a força vital alongou-o, já que a sua comida ficava no cimo das árvores. Esta adaptação adquirida tornava-se, em seguida, inata. O meio natural teria, nesta teoria, uma influência, via a intervenção de uma hipótese metafísica (a força vital), na estruturação biológica dos seres.
Darwin, pelo contrário, concebia a evolução das espécies como consequência de um processo natural de seleção, que apenas deixava sobreviver os indivíduos melhor adaptados. Por outras palavras, os indivíduos não se adaptam biologicamente ao seu meio; se sobrevivem é porque estão, pelo acaso das combinações genéticas, melhor adaptados do que os outros. Por exemplo, nesta teoria, as girafas não viram o seu pescoço aumentar de repente, mas o acaso fez com que algumas girafas tivessem um pescoço maior do que outras. Estas últimas alimentavam-se mais facilmente e por isso reproduziam-se. Os genes dos indivíduos melhor adaptados espalharam-se, enquanto os das outras se tornavam mais raros.
Assim, se voltarmos aos extraterrestres, a representação de seres superiores desprovidos de pelos parece indicar o imaginário lamarckiano daqueles que os conceberam. Diga-mo-lo claramente, seria um milagre espantoso se todos estes seres do espaço tivessem evoluído em direção da calvície. É verdade que as coincidências extraordinárias por vezes acontecem. Mas neste caso preciso, seria mais inteligente levar a sério a ideia que estas descrições são simples invenções humanas que traem a concepção errada que habitualmente temos da teoria da evolução.
O que posso observar no céu de fevereiro?
4 - Júpiter a 5º N da Lua
8 - Máxima chuva de meteoros alfa-Centaurídeos
12 - Saturno 2º S da Lua
17 - Mercúrio 3º S da Lua
19 - Lua no perigeu -
20 - Vénus a 2º S da Lua
20 - Marte a 1,5º S da Lua
22 - Vénus a 0,4º S de Marte
25 - Aldebaran (alfa do Touro) a 1,1º S da Lua
- Lua no apogeu -
8 - Máxima chuva de meteoros alfa-Centaurídeos
12 - Saturno 2º S da Lua
17 - Mercúrio 3º S da Lua
19 - Lua no perigeu -
20 - Vénus a 2º S da Lua
20 - Marte a 1,5º S da Lua
22 - Vénus a 0,4º S de Marte
25 - Aldebaran (alfa do Touro) a 1,1º S da Lua
- Lua no apogeu -
Fases da Lua em fevereiro
18 - às 23h 47min - nova
25 - às 17h 14min - crescente
25 - às 17h 14min - crescente
03 - às 23h 09min - cheia
12 - às 03h 50min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em fevereiro
MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de manhã, cerca do começo do crepúsculo civil, como "estrela da manhã".
VÉNUS -Pode ser visto como estrela da tarde.
MARTE - Poderá ser visto na constelação do Capricórnio. Move-se para Peixes a partir de meados de fevereiro.
JÚPITER - Pode ser visto na constelação do Leão durante mais de metade da noite. Em fevereiro passará para a constelação de Caranguejo.
SATURNO - Pode ser visto como estrela da manhã na constelação de Escorpião.
VÉNUS -Pode ser visto como estrela da tarde.
MARTE - Poderá ser visto na constelação do Capricórnio. Move-se para Peixes a partir de meados de fevereiro.
JÚPITER - Pode ser visto na constelação do Leão durante mais de metade da noite. Em fevereiro passará para a constelação de Caranguejo.
SATURNO - Pode ser visto como estrela da manhã na constelação de Escorpião.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
Visibilidade da Estação Espacial Internacional
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
03 de fev | -1,2 | 19:44:19 | 10° | SSO | 19:45:30 | 18° | S | 19:45:30 | 18° | S | visível |
04 de fev | -1,5 | 18:52:54 | 10° | S | 18:54:58 | 16° | SE | 18:55:47 | 15° | ESE | visível |
04 de fev | -0,1 | 20:27:58 | 10° | OSO | 20:28:28 | 14° | OSO | 20:28:28 | 14° | OSO | visível |
05 de fev | -3,4 | 19:35:30 | 10° | SO | 19:38:37 | 75° | S | 19:38:37 | 75° | S | visível |
06 de fev | -2,6 | 18:43:19 | 10° | SSO | 18:46:22 | 38° | SE | 18:48:40 | 16° | ENE | visível |
06 de fev | -0,6 | 20:19:58 | 10° | O | 20:21:20 | 20° | ONO | 20:21:20 | 20° | ONO | visível |
07 de fev | -2,6 | 19:27:09 | 10° | OSO | 19:30:18 | 46° | NNO | 19:31:16 | 34° | NNE | visível |
08 de fev | -3,3 | 18:34:31 | 10° | SO | 18:37:46 | 85° | NO | 18:41:03 | 10° | NE | visível |
08 de fev | -0,7 | 20:12:10 | 10° | ONO | 20:13:45 | 17° | NO | 20:13:45 | 17° | NO | visível |
09 de fev | -1,6 | 19:19:04 | 10° | O | 19:21:53 | 26° | NNO | 19:23:30 | 18° | NNE | visível |
10 de fev | -0,7 | 20:04:22 | 10° | NO | 20:05:48 | 14° | NNO | 20:05:48 | 14° | NNO | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
Os segredos do Universo
Imagem do Mês
Uma proeminência eruptiva solar em arco
Dez Terras cabiam facilmente nesta erupção solar monstruosa. O monstro, uma grande proeminência solar, foi vista a sair do nosso Sol, neste time-lapse de meia-hora. Esta grande proeminência não é só significativa pelo seu tamanho, mas também pela sua forma. Esta forma em arco é indicadora de um complexo campo magnético que se espalha através das partículas solares. A rotação diferencial do gás no interior da superfície solar pode ter ajudado esta explosão da superfície. Esta sequência de cinco imagens foi obtida no início de 2000 pelo satélite que orbita o Sol, SOHO. Apesar de grandes proeminências e jatos de massa coronal, altamente energéticos, serem relativamente raros, estão a acontecer novamente com mais frequência por estarmos a aproximarmo-nos de um Máximo Solar, um período de manchas solares e atividade solar, do habitual ciclo solar de 11 anos.
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
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