setembro 2014
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Novos resultados sobre a origem da Lua
Uma recriação da possível colisão de um planeta (Theia) com a jovem Terra
Três novos resultados vieram dar, aos cientistas planetários, um novo conhecimento de como o satélite natural da Terra nasceu e porque é que tem o aspeto atual.
A Lua formou-se quando um objeto aproximadamente do tamanho de Marte, (frequentemente chamado Theia - Theia era a deusa grega Titã da visão e a que dava a cor azul ao céu) colidiu com a jovem Terra. Este "encontro" lançou uma enorme quantidade de detritos que formaram um anel à volta do nosso planeta e que rapidamente se transformou na Lua.
Até há pouco tempo, a melhor resposta para o momento em que se deu esta colisão era há, aproximadamente, 4,47 mil milhões de anos. Contudo, em junho, Guillaume Avice e Bernard Marty - da Universidade de Lorraine, em França - apresentaram, na Conferência de Geo-Química Goldschmit, uma data mais recente. A análise que fizeram ao xénon preso no interior de rochas de quartzo, originárias da África do Sul e da Austrália, permitiu-lhes estimar a quantidade de xénon que a Terra enviou para o espaço (durante o momento de maior impacto). A análise desta equipa aponta para que a formação da Lua tenha ocorrido há 4,53 mil milhões de anos, apenas 40 milhões de anos depois do sistema solar se ter formado.
Se a hipótese do impacto gigante estiver correta, a Lua deverá ser uma mistura da proto-Terra e de Theia. Anteriormente as análises efetuadas para encontrarem uma diferença entre a proporção dos isótopos três do oxigénio, quer nas rochas lunares, quer nas rochas terrestres, falharam.
Na edição de 6 de junho da revista Science, Daniel Herwartz - Universidade de Colónia, na Alemanha - e os seus colegas, reportaram que tinham detetado essa diferença, há tanto tempo procurada. A equipa usou novas técnicas que melhoraram a obtenção das proporções dos isótopos do oxigénio-16; -17 e -18, encontrando uma diferença entre 12 ± 3 partes por milhão nas proporções de 17O:16O. Este resultado coloca limites muito restritos para a composição de Theia.
O terceiro resultado lunar oferece uma possível solução para a velha questão das manchas lunares. Vários investigadores tentaram explicar porque é que a face visível da Lua apresenta grandes manchas escuras e a face oculta está repleta de montanhas de crateras.
Na edição de 20 de junho, da revista Astrophysical Journal Letters, os investigadores Arpita Roy, Jason Wright e Steinn Sigur∂sson pensam ter encontrado a solução. Quando a Lua se formou, esta estava muito mais próxima da Terra, entre 5% a 10%, do que agora e a sua rotação rapidamente diminui devido às forças de maré. Ambos os corpos ainda estavam muito quentes devido à colisão entre eles, com a superfície da Terra a atingir uns 2500ºC. Isto significa que a superfície da Lua voltada para a Terra estava continuamente a ser queimada pela Terra, tornando-a demasiado quente para que qualquer mineral lunar se pudesse condensar. Do outro lado, sem essa influência da Terra, a superfície arrefeceu muito mais depressa. Assim, os primeiros sólidos a formarem-se na Lua tiveram maior probabilidade de se condensarem aí, criando uma crusta com minerais ricos em alumínio e cálcio. Posteriormente, a jovem Lua foi atingida por colisões titânicas. A superfície relativamente fina da face visível, com os grandes impactos, quebrou-se profundamente, criando as condições para que os densos magmas metálicos chegassem à superfície. São estes magmas que criaram os padrões de manchas escuras que vemos hoje em dia. Mas devido à superfície mais grossa da face oculta, este tipo de erupções quase não existiram, permanecendo assim as crateras dos impactos com a Lua.
A Lua formou-se quando um objeto aproximadamente do tamanho de Marte, (frequentemente chamado Theia - Theia era a deusa grega Titã da visão e a que dava a cor azul ao céu) colidiu com a jovem Terra. Este "encontro" lançou uma enorme quantidade de detritos que formaram um anel à volta do nosso planeta e que rapidamente se transformou na Lua.
Até há pouco tempo, a melhor resposta para o momento em que se deu esta colisão era há, aproximadamente, 4,47 mil milhões de anos. Contudo, em junho, Guillaume Avice e Bernard Marty - da Universidade de Lorraine, em França - apresentaram, na Conferência de Geo-Química Goldschmit, uma data mais recente. A análise que fizeram ao xénon preso no interior de rochas de quartzo, originárias da África do Sul e da Austrália, permitiu-lhes estimar a quantidade de xénon que a Terra enviou para o espaço (durante o momento de maior impacto). A análise desta equipa aponta para que a formação da Lua tenha ocorrido há 4,53 mil milhões de anos, apenas 40 milhões de anos depois do sistema solar se ter formado.
Se a hipótese do impacto gigante estiver correta, a Lua deverá ser uma mistura da proto-Terra e de Theia. Anteriormente as análises efetuadas para encontrarem uma diferença entre a proporção dos isótopos três do oxigénio, quer nas rochas lunares, quer nas rochas terrestres, falharam.
Na edição de 6 de junho da revista Science, Daniel Herwartz - Universidade de Colónia, na Alemanha - e os seus colegas, reportaram que tinham detetado essa diferença, há tanto tempo procurada. A equipa usou novas técnicas que melhoraram a obtenção das proporções dos isótopos do oxigénio-16; -17 e -18, encontrando uma diferença entre 12 ± 3 partes por milhão nas proporções de 17O:16O. Este resultado coloca limites muito restritos para a composição de Theia.
O terceiro resultado lunar oferece uma possível solução para a velha questão das manchas lunares. Vários investigadores tentaram explicar porque é que a face visível da Lua apresenta grandes manchas escuras e a face oculta está repleta de montanhas de crateras.
Na edição de 20 de junho, da revista Astrophysical Journal Letters, os investigadores Arpita Roy, Jason Wright e Steinn Sigur∂sson pensam ter encontrado a solução. Quando a Lua se formou, esta estava muito mais próxima da Terra, entre 5% a 10%, do que agora e a sua rotação rapidamente diminui devido às forças de maré. Ambos os corpos ainda estavam muito quentes devido à colisão entre eles, com a superfície da Terra a atingir uns 2500ºC. Isto significa que a superfície da Lua voltada para a Terra estava continuamente a ser queimada pela Terra, tornando-a demasiado quente para que qualquer mineral lunar se pudesse condensar. Do outro lado, sem essa influência da Terra, a superfície arrefeceu muito mais depressa. Assim, os primeiros sólidos a formarem-se na Lua tiveram maior probabilidade de se condensarem aí, criando uma crusta com minerais ricos em alumínio e cálcio. Posteriormente, a jovem Lua foi atingida por colisões titânicas. A superfície relativamente fina da face visível, com os grandes impactos, quebrou-se profundamente, criando as condições para que os densos magmas metálicos chegassem à superfície. São estes magmas que criaram os padrões de manchas escuras que vemos hoje em dia. Mas devido à superfície mais grossa da face oculta, este tipo de erupções quase não existiram, permanecendo assim as crateras dos impactos com a Lua.
Fonte: Sky & Telecospe - setembro 2014 - vol. 128, n.º 3, p. 18 - J. Kelly Beatty (adaptado)
As performances dos chimpanzés em testes cognitivos, são em parte determinados por fatores genéticos
Genes e inteligência... nos chimpanzés
A inteligência depende de fatores genéticos e ambientais. No ser humano, as variações genéticas serão responsáveis à volta dos 50% das diferenças do quociente intelectual (QI). Como será com os nossos primos mais próximos, os chimpanzés? As suas capacidades cognitivas dependerão do património genético? Em parte sim, segundo William Hopkins e os seus colegas, da Universidade da Geórgia, que estimaram que a parte dos fatores genéticos nas diferenças cognitivas também é de cerca de 50%.
Estes investigadores fizeram uma bateria de testes cognitivos a chimpanzés, com o objetivo de quantificar diversas atitudes: memória espacial, capacidades sociais, entre outros. Para medir a memória, por exemplo, apresentaram três taças opacas a um chimpanzé e encheram uma delas, antes das retirarem; um pouco depois, colocaram as taças novamente pela mesma ordem e o chimpanzé deveria dizer qual era a que tinha estado cheia.
Os etologistas também determinaram o grau de parentesco dos animais (a sua proximidade genética) ao analisarem o seu genoma. Depois, sintetizaram estes dados para avaliar a parte da variabilidade das faculdades cognitivas devidas às diferenças genéticas - por outras palavras, a parte hereditária das suas faculdades. Também examinaram se havia outros fatores, tais como o sexo ou o facto de terem sido criados por humanos, estarem ligados às suas performances.
A influência destes dois últimos fatores revelou-se negligenciável. Pelo contrário, algumas capacidades - mas não todas - tinham uma grande parte de hereditariedade, isto significa que as performances dos chimpanzés eram tanto mais próximas, quanto mais próximos fossem geneticamente. Falta agora determinar quais os genes e os mecanismos implicados.
Estes investigadores fizeram uma bateria de testes cognitivos a chimpanzés, com o objetivo de quantificar diversas atitudes: memória espacial, capacidades sociais, entre outros. Para medir a memória, por exemplo, apresentaram três taças opacas a um chimpanzé e encheram uma delas, antes das retirarem; um pouco depois, colocaram as taças novamente pela mesma ordem e o chimpanzé deveria dizer qual era a que tinha estado cheia.
Os etologistas também determinaram o grau de parentesco dos animais (a sua proximidade genética) ao analisarem o seu genoma. Depois, sintetizaram estes dados para avaliar a parte da variabilidade das faculdades cognitivas devidas às diferenças genéticas - por outras palavras, a parte hereditária das suas faculdades. Também examinaram se havia outros fatores, tais como o sexo ou o facto de terem sido criados por humanos, estarem ligados às suas performances.
A influência destes dois últimos fatores revelou-se negligenciável. Pelo contrário, algumas capacidades - mas não todas - tinham uma grande parte de hereditariedade, isto significa que as performances dos chimpanzés eram tanto mais próximas, quanto mais próximos fossem geneticamente. Falta agora determinar quais os genes e os mecanismos implicados.
O que posso observar no céu de setembro?
01 - Marte a 4º S da Lua - 01h
08 - Lua no perigeu - 05h
20 - Lua no apogeu - 15h
23 - Equinócio: início do Outono - 03h
27 - Marte a 3º N de Antares - 22h
28 - Ceres 0,1º N da Lua - 02h
28 - Saturno a 0,7º S da Lua - 05h
08 - Lua no perigeu - 05h
20 - Lua no apogeu - 15h
23 - Equinócio: início do Outono - 03h
27 - Marte a 3º N de Antares - 22h
28 - Ceres 0,1º N da Lua - 02h
28 - Saturno a 0,7º S da Lua - 05h
Fases da Lua em setembro
24 - às 07h 14min - nova
02 - às 12h 11min - crescente
02 - às 12h 11min - crescente
09 - às 02h 38min - cheia
16 - às 03h 05min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em setembro
MERCÚRIO - poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de tarde, cerca do começo do crepúsculo civil, como "estrela da tarde" durante todo este mês.
VÉNUS - Será visível como "estrela da manhã" até meados de setembro.
MARTE - Poderá ser visto na constelação da Balança e mover-se-á para o Escorpião e Ofiúco durante este mês.
JÚPITER - Pode ser visto antes do nascer do Sol.
SATURNO - No início do ano nasce bem depois da meia-noite na constelação da Balança, onde permanecerá durante todo o ano.
VÉNUS - Será visível como "estrela da manhã" até meados de setembro.
MARTE - Poderá ser visto na constelação da Balança e mover-se-á para o Escorpião e Ofiúco durante este mês.
JÚPITER - Pode ser visto antes do nascer do Sol.
SATURNO - No início do ano nasce bem depois da meia-noite na constelação da Balança, onde permanecerá durante todo o ano.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
Visibilidade da Estação Espacial Internacional
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
19 de set | 0,0 | 04:30:38 | 13° | NE | 04:30:38 | 13° | NE | 04:31:06 | 10° | NE | visível |
19 de set | -1,1 | 06:03:31 | 14° | NO | 06:04:59 | 18° | NNO | 06:07:20 | 10° | NNE | visível |
20 de set | -1,1 | 05:16:41 | 20° | N | 05:16:41 | 20° | N | 05:18:39 | 10° | NNE | visível |
20 de set | -0,7 | 06:51:50 | 10° | NNO | 06:53:37 | 14° | N | 06:55:24 | 10° | NNE | visível |
21 de set | 0,2 | 04:29:48 | 11° | NE | 04:29:48 | 11° | NE | 04:29:57 | 10° | NE | visível |
21 de set | -0,7 | 06:02:40 | 10° | NO | 06:04:30 | 14° | N | 06:06:21 | 10° | NNE | visível |
22 de set | -0,7 | 05:15:45 | 15° | N | 05:15:45 | 15° | N | 05:17:27 | 10° | NNE | visível |
22 de set | -0,7 | 06:51:00 | 10° | NNO | 06:53:04 | 15° | N | 06:55:09 | 10° | NE | visível |
23 de set | -0,6 | 06:02:02 | 10° | NNO | 06:03:53 | 14° | N | 06:05:44 | 10° | NE | visível |
24 de set | -0,6 | 05:14:43 | 14° | N | 05:14:43 | 14° | N | 05:16:26 | 10° | NNE | visível |
24 de set | -1,1 | 06:49:38 | 10° | NNO | 06:52:17 | 22° | NNE | 06:54:57 | 10° | ENE | visível |
25 de set | -0,8 | 06:00:46 | 10° | NNO | 06:03:05 | 17° | NNE | 06:05:24 | 10° | ENE | visível |
26 de set | -0,6 | 05:13:43 | 15° | N | 05:13:48 | 15° | N | 05:15:50 | 10° | NE | visível |
26 de set | -2,0 | 06:48:03 | 10° | NO | 06:51:12 | 38° | NNE | 06:54:21 | 10° | E | visível |
27 de set | -1,4 | 05:59:43 | 14° | NNO | 06:02:01 | 27° | NNE | 06:04:54 | 10° | E | visível |
28 de set | -0,9 | 05:12:54 | 20° | NNE | 05:12:54 | 20° | NNE | 05:15:19 | 10° | ENE | visível |
28 de set | -3,3 | 06:46:27 | 10° | NO | 06:49:47 | 86° | SO | 06:53:06 | 10° | SE | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
A história do mundo em duas horas
Imagem do Mês
O Space Shuttle e a Estação Espacial Internacional na mesma imagem
Como é que esta fotografia foi obtida? Normalmente, as imagens do shuttle, tiradas no espaço, são obtidas a partir da estação espacial. Normalmente, as fotografias da estação espacial são tiradas a partir do shuttle. Então, como é que pode haver uma fotografia tirada no espaço com o shuttle e a estação ao mesmo tempo? A resposta é esta: durante a última viagem do space shuttle Endeavour à Estação Espacial Internacional, em 2011, uma nave suplementar partiu da estação com os astronautas que obtiveram uma série de raras visões. A nave suplementar era a Soyuz russa TMA-20, que aterrou mais tarde nesse dia, no Cazaquistão. Esta imagem espetacular, capta bem os tamanhos da estação e do shuttle. Ao longe podemos ver núvens sobre um mar azul.
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
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