maio 2014












Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande

Uma colheita de novos planetas



O número de planetas extrassolares confirmados deu um enorme salto no início de 2014

Alguns meses após o décimo oitavo aniversário da descoberta do primeiro planeta extrassolar, 51 Pégaso b, e enquanto o número desses planetas ultrapassava o milhar, a NASA anunciava, de uma só vez, a descoberta de 715 novos planetas. Para além disso, esta nova colheita não surgiu de uma reanálise das observações feitas pelo telescópio espacial Kepler, realizadas entre 2009 e 2011. Para além disso, o método de deteção dos planetas também foi alterado.
Os astrónomos da NASA analisaram uns sistemas estelares particulares. Estes planetas são todos de sistemas multiplanetários, ou seja, onde pelo menos dois planetas giram à volta de uma estrela. Assim, estes 715 novos planetas orbitam apenas 305 estrelas.
"Ao estudarem sistemas de multitrânsitos, a NASA provou que a probabilidade dos seus candidatos serem falsos positivos é quase nula", afirma François Bouchy, do laboratório de astrofísica de Marselha. Para confirmar os seus resultados, a NASA mostrou que os diferentes cenários de falsos positivos seriam pouco prováveis num sistema de multitrânsitos, onde vários eclipses acontecem em períodos diferentes. Para consolidar as suas conclusões, a NASA calculou, através de simulações, a estabilidade dinâmica dos sistemas de multitrânsitos. O raciocínio é o seguinte: se o trânsito observado não é planetário, só pode ser estelar. Num sistema de multitrânsitos o que aconteceria  se tivéssemos estrelas em vez de planetas? Resposta das simulações: tínhamos o caos. As interações entre estrelas à volta de um astro principal, com órbitas muito próximas, desestabilizaria todo o sistema com várias órbitas erráticas e o lançamento de estrelas para o espaço. Isto tornaria impossível a observação das variações periódicas da luminosidade da estrela principal.
Esta notícia é ao mesmo tempo excitante e frustrante. Excitante, já que ela dá provas suplementares de que, para além do nosso sistema solar, os planetas dos sistemas múltiplos possuem as suas órbitas, aproximadamente, todas no mesmo plano. Por outro lado, entre os 95% de planetas mais pequenos do que Neptuno (este sendo quatro vezes maior do que a Terra), encontraram-se quatro novos planetas, de 1,8 a 2,5 vezes maiores do que a Terra, situados nas zonas habitáveis das suas estrelas, isto é, onde as condições de temperatura permitem a existência de água no estado líquido, um composto essencial à vida.
Frustrante, porque a maioria destes planetas detetados não são observados a partir do solo, já que as estrelas à volta das quais orbitam não são suficientemente luminosas. Isto torna impossível, por exemplo, caracterizá-los, conhecer a sua densidade ou a sua excentricidade.   
                
Fonte: La Recherche - maio 2014 - n.º 487, pp. 8 a 10 - Clément Delorme (adaptado)  



Foram detectadas as primeiras provas diretas da inflação do Universo

A repartição das manchas azuis e vermelhas neste setor do céu provam a existência de uma fase de expansão acelerada e exponencial do Universo, pouco tempo após o Big Bang.

Os astrofísicos acabam de anunciar uma das descobertas mais espantosas da história recente da cosmologia. Graças a um telescópio de 26 cm de diâmetro, instalado no Pólo Sul, um grupo de investigadores dirigidos por John Kovac, do departamento de astrofísica da Universidade de Harvard, observou pela primeira vez vestígios diretos do estado do Universo alguns segundos após o Big Bang. Estes vestígios confirmam, segundo eles, que o Universo sofreu de uma forma muito breve uma expansão extremamente rápida, a que se costuma chamar «inflação» (o seu diâmetro foi multiplicado pelo menos em 10 elevado a 50, em 10 elevado a -35 do segundo).
Para compreender este resultado temos de olhar para a teoria da relatividade geral, proposta em 1915 por Albert Einstein. Esta previa a existência de distorções no espaço-tempo capazes de se propagarem: as chamadas «ondas gravitacionais». Como é que se detetam estas ondas gravitacionais primordiais? Estudando o fundo difuso cosmológico, isto é, a radiação eletromagnética visível em todas as direções e emitida quando o Universo tinha cerca de 380 000 anos. Ao distorcerem o espaço, estas ondas influenciam os movimentos da matéria e da radiação, no momento em que o fundo difuso se forma. Elas produzem essas flutuações, nomeadamente na forma como a radiação está orientada e polarizada.
São estas anomalias de polarização que a equipa de Kovac detetou. Para as captar, Kovac e os seus colaboradores procuraram o lugar onde as observações do seu telescópio seriam menos falseadas. Daí a escolha do Pólo Sul. Este é o lugar da Terra onde existem menores perturbações ligadas à atmosfera. Os astrofísicos apontaram os seus instrumentos para uma zona do céu de 1%, o que oferece uma janela de observação da radiação do fundo difuso cosmológico pouco perturbada por outras emissões. 
Chegaram assim à descoberta de perturbações ligadas às ondas gravitacionais, com uma possibilidade de erro de menos de um para um milhão. Este é um resultado muito bom que parece corresponder às previsões dos modelos da inflação.
Outras experiências deverão confirmar esta descoberta. Espera-se assim os resultados de análises análogas realizadas sobre os dados de observação do satélite europeu Planck, que estão previstos para o último trimestre de 2014.

Fonte: La Recherche - maio 2014 - n.º 487, pp.12 e 13 - Vincent Glavieux (adaptado)  



O que posso observar no céu de maio?

04 - Júpiter a 5ºN da Lua - 15h 
06 - Lua no apogeu - 11h
10 - Saturno em oposição - 19h
11 - Marte a 3ºN da Lua - 15h
18 - Lua no perigeu - 13h
24 - Urano a 1,9º S da Lua - 21h







Fases da Lua em maio


28 - às 19h 40min - nova

07 - às 04h 15min - crescente

14  - às 20h 16min - cheia

  21 - às 13h 59min - minguante










Planetas visíveis a olho nu em maio

MERCÚRIO - poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol.  Será visível,  de tarde, cerca do fim do crepúsculo civil, como "estrela da tardede 4 de maio até ao fim deste mês. 

VÉNUS - Será visível como "estrela da manhã" até meados de setembro.


MARTE - Poderá ser visto à meia-noite na constelação da Virgem. 

JÚPITER - Pode ser visto 
na constelação de Gémeos, no início do ano, durante mais de metade da noite. 

SATURNO - No início do ano nasce bem depois da meia-noite na constelação da Balança, onde permanecerá durante todo o ano. 


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)

DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
25 de mai-1,903:13:1838°N03:13:1838°N03:15:5810°NEvisível
25 de mai-0,504:48:0510°NO04:50:0915°N04:52:1310°NNEvisível
26 de mai-0,802:25:5521°NE02:25:5521°NE02:27:1010°NEvisível
26 de mai-0,703:58:4511°ONO04:01:0118°NNO04:03:2410°NNEvisível
27 de mai-1,203:11:1721°NO03:11:5523°NNO03:14:3710°NEvisível
27 de mai-0,304:47:4610°NNO04:49:3214°N04:51:1810°NNEvisível
28 de mai-1,102:23:4526°N02:23:4526°N02:25:5010°NEvisível
28 de mai-0,303:58:2710°NO04:00:1914°N04:02:1210°NNEvisível
29 de mai-0,501:36:0717°NE01:36:0717°NE01:36:5910°NEvisível
29 de mai-0,303:08:5810°NO03:11:0616°N03:13:1310°NNEvisível
29 de mai-0,304:46:4710°NNO04:48:4915°N04:50:5110°NEvisível
30 de mai-0,702:21:1018°NO02:21:5319°NNO02:24:2010°NNEvisível
30 de mai-0,203:57:4510°NNO03:59:3414°N04:01:2310°NEvisível
31 de mai-0,801:33:1123°N01:33:1123°N01:35:2810°NEvisível
31 de mai-0,103:08:3010°NO03:10:1614°N03:12:0310°NNEvisível
31 de mai-0,504:45:1910°NNO04:47:5521°NNE04:50:3210°ENEvisível
01 de jun-1,000:44:4724°NNE00:44:4724°NNE00:46:3410°NEvisível
01 de jun-0,102:19:0310°NO02:20:5814°N02:22:5310°NNEvisível
01 de jun-0,203:56:2410°NNO03:58:4017°NNE04:00:5610°ENEvisível
01 de jun-2,323:54:5744°N23:54:5744°N23:57:3810°NEvisível
02 de jun-0,201:29:2710°NO01:31:3916°NNO01:33:5110°NNEvisível
02 de jun0,003:07:2310°NNO03:09:2215°N03:11:2010°NEvisível
02 de jun-1,604:43:4010°NO04:46:4736°NNE04:49:5310°Evisível
02 de jun-3,423:01:5710°SO23:05:1688°NO23:08:3610°NEvisível
03 de jun-0,500:39:4910°ONO00:42:2120°NNO00:44:5310°NNEvisível
03 de jun0,102:18:1310°NNO02:20:0014°N02:21:4810°NEvisível
03 de jun-0,903:54:4310°NO03:57:3426°NNE04:00:2510°Evisível
03 de jun-3,222:12:5910°SO22:16:1351°SE22:19:2710°ENEvisível
03 de jun-0,923:50:1310°O23:53:0426°NNO23:55:5510°NEvisível
              
Como usar esta grelha:


Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/



Vídeo do Mês




Documentário sobre Stephen Hawking 



Imagem do Mês




Arp 81: 100 milhões de anos mais tarde

A partir da Terra vemos este par de galáxias, altamente distorcido, conhecidas como Arp 81, tal como elas estavam cerca de 100 milhões de anos depois do seu encontro. Os estragos produzidos pela interação gravitacional mútua, durante esse encontro, mostra-nos jatos de poeira e gás, um caos maciço de formação de estrelas, e uma cauda de maré que se estende por 200 mil anos-luz, lançando para trás os destroços cósmicos. Também conhecida como NGC 6621, as duas galáxias são aproximadamente de tamanho igual, mas estão destinadas a fundirem-se, num futuro distante, numa única grande galáxia. Localizadas na constelação do Dragão, estas galáxias estão a 280 milhões de anos-luz da Terra

Fonte: www.nasa.gov

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