junho 2014












Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande


Um primo da Terra com clima temperado



Comparação entre a Terra e Kepler-186f, bem como os respetivos sistemas solares

Os astrónomos deram mais um passo na busca de um exoplaneta semelhante à Terra no que respeita à sua composição, o seu tamanho e à presença de água em estado líquido na sua superfície. Já se tinham encontrado astros do tamanho da Terra na chamada zona habitável (região nem muito próxima, nem muito afastada da estrela que o planeta orbita, onde a temperatura permite que a água exista em estado líquido). Elisa Quintana, do Instituto S.E.T.I. e os seus colaboradores identificaram, a partir das observações do satélite Kepler, um exoplaneta que reúne ambas as características acima descritas: Kepler-186f é pouco maior do que a Terra (apenas 11%) e encontra-se na zona habitável do seu sistema solar. 
Este planeta encontra-se a 52 milhões de quilómetros da sua estrela (aproximadamente a distância que separa o Sol de Mercúrio). Contudo, encontra-se na zona habitável já que orbita uma estrela anã de classe M, ou seja, mais fria do que o Sol. Este planeta pode ter água no estado líquido. A próxima etapa será encontrar um planeta à volta de uma estrela do mesmo tipo do nosso Sol.   
                
Fonte: Pour la Science - junho 2014 - n.º 440, p. 5 - Sean Bailly (adaptado)  



Porque é que os discos voadores não existem


O número de «observações» de OVNI (objetos voadores não identificados) deveria seguir a curva exponencial do número de fotografias que se tiram desde os anos 50, do século passado, o que não acontece 

Gráfico 1

A história da literatura não esperou pelo século XX para evocar a possibilidade de inteligência extra-terrestre, mas foi apenas em 1947 que, pela primeira vez, o termo «disco voador» foi enunciado por Kenneth Arnold. Este rico industrial americano ia a voar no seu avião particular no dia 24 de junho de 1947. Sobrevoava os montes Cascade, no estado de Washington quando se apercebeu de nove aparelhos voadores. Estes aparelhos tinham uma forma discóide na frente e triangular na traseira. Arnold não os pode seguir porque iam muito depressa, calculando que iriam a voar próximo dos 2000 Km/hora!. Arnold achou que voavam na atmosfera como discos que saltam na superfície de um lago. Esta visão deu a volta ao mundo. Pouco tempo depois de se ter espalhado este testemunho, milhares de pessoas começaram a dizer que também tinham visto algo de semelhante noutros locais.
Estas observações de discos voadores surgem por vagas. Se o interesse pelo fenómeno OVNI (Objeto Voador Não Identificado), normalmente precede uma vaga de observações, é porque quanto mais olhos estiveram a observar o céu, maiores são as hipóteses de se tomarem por naves, luzes que não sabemos identificar.
Esta interpretação parece confirmada pelo facto das estatísticas efetuadas entre 1947 e 1995 mostrarem que o mês do ano onde existem mais testemunhos é julho, simplesmente porque passámos mais tempo no exterior nesta altura do ano e isso aumenta a proporção de observadores que veem nuvens com formas bizarras, satélites ou balões sonda que são tomados por aquilo que não são.
Mas, responderão aqueles que acreditam no fenómeno OVNI, porque não pensar que quanto mais forem os observadores, mais hipóteses existem de detetarmos os discretos visitantes extraterrestres?
Se isto fosse verdade, as provas da existência de naves extraterrestres teria disparado, porque  o número de fotografias tiradas pelo mundo aumentou exponencialmente (ver gráfico 1). O desenvolvimento dos telemóveis que podem tirar fotografias explica em parte este aumento espetacular. Por conseguinte, já que o número de possibilidades de registar o real e de colocar essas imagens na Internet progrediu de forma exponencial, as provas teriam que seguir o mesmo caminho. Ora não é isso que se constata. Apesar da multiplicação dos aparelhos que nos permitem trazer testemunhos com provas da observação de OVNI, não se verifica um aumento significativo de provas da existência de visitantes espaciais a partir do ano 2000.
Há várias hipóteses que explicam esta realidade. Em primeiro lugar podemos supor que é provável que os discos voadores não existam. Podemos também considerar que os extraterrestres tiveram consciência do nosso desenvolvimento tecnológico (o telemóvel) e por isso mostram-se menos (apesar de ainda haver algumas observações). Enfim, podemos supor que os extraterrestres desenvolveram, conjuntamente com a multiplicação dos aparelhos fotográficos, uma tecnologia furtiva melhorada (apesar de ainda imperfeita, por que ainda são vistos de tempos a tempos).
Na verdade, não é possível encontrar uma resposta definitiva para estas questões, mas todos aqueles que sabem que em ciência devemos privilegiar a parcimónia interpretativa, chegarão a uma hipótese racionalmente mais conveniente e mais credível.     

Fonte: Pour la Science - junho 2014 - n.º 440, p.17 - Gérald Bronner (adaptado)  



O que posso observar no céu de junho?

03 - Lua no apogeu - 5h 
08 - Marte a 1,6º N da Lua - 2h
10 - Saturno a 0,6º N da Lua - 20h
15 - Lua no perigeu  - 4h
20 - Mercúrio em conjunção inferior - 0h
21 - Solstício: início do Verão - 12h
29 - Júpiter a 5º N da Lua - 4h
30 - Lua no apogeu - 20h 







Fases da Lua em junho


27 - às 09h 08min - nova

05 - às 21h 39min - crescente

13  - às 05h 11min - cheia

  19 - às 19h 39min - minguante










Planetas visíveis a olho nu em junho

MERCÚRIO - poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol.  Será visível,  de tarde, cerca do fim do crepúsculo civil, como "estrela da tardeaté 10 de junho. A partir de 29 de junho será visível como "estrela da manhã". 

VÉNUS - Será visível como "estrela da manhã" até meados de setembro.


MARTE - Poderá ser visto à meia-noite na constelação da Virgem. 

JÚPITER - Pode ser visto 
na constelação de Gémeos, no início do ano, durante mais de metade da noite. 

SATURNO - No início do ano nasce bem depois da meia-noite na constelação da Balança, onde permanecerá durante todo o ano. 


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)


NÃO HÁ PASSAGENS VISÍVEIS, NESTA LOCALIZAÇÃO, NOS PRÓXIMOS 10 DIAS              
 
Como usar esta grelha:


Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/




Vídeo do Mês





Documentário sobre os 100 anos da Teoria da Relatividade de Einstein 



Imagem do Mês



A Nebulosa do Cone fotografada pelo Hubble

Estão a formar-se estrelas no pilar gigante a que se chama a Nebulosa do Cone. Cones, pilares e formas fluídas majestáticas abundam nas maternidades estelares, onde nuvens de gás e poeira são fustigadas por ventos energéticos das estrelas recém nascidas. A Nebulosa do Cone, um exemplo bem conhecido, situa-se na brilhante região galáctica da NGC 2264. O Cone foi captado com um detalhe sem precedentes nesta imagem composta de várias observações, a partir do Telescópio Espacial Hubble, em órbita da Terra. Enquanto que a Nebulosa do Cone, situada a cerca de 2 500 anos-luz da Terra, na constelação do Unicórnio, tem cerca de 7 anos-luz de comprimento, a região captada nesta imagem que rodeia a cabeça do Cone tem apenas 2,5 anos-luz. Situada no pescoço da nossa galáxia, esta distância é praticamente a meio da distância entre o Sol e a a estrela vizinha mais próxima, a Alfa Centauro. A maciça estrela NGC 2264 IRS, fotografada pela câmara de infra-vermelhos do Hubble em 1997 é, provavelmente, a fonte do vento que modela a Nebulosa do Cone. O véu avermelhado da Nebulosa do Cone é produzido pelo brilho do gás de hidrogénio.  

Fonte: www.nasa.gov

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