Fevereiro 2024
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Fevereiro de 2024
Um buraco negro precoce desafia os cosmólogos
Situado no centro da galáxia Gn-Z11, o buraco negro super maciço (em primeiro plano) nasceu há apenas 438 milhões de anos após o Big Bang (crédito - NASA, ESA, e P. Oesch (Universidade de Yale) |
Esta descoberta abala os modelos de formação de galáxias.
Este buraco negro quebra todos os recordes de precocidade. Com cerca de um milhão de massas solares, foi detectado pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) no coração da galáxia Gn-Z11, com apenas 438 milhões de anos após o Big Bang. Ou seja, na “infância” do Universo, hoje com 13,8 mil milhões de anos. Os investigadores não viram diretamente a estrela, já que esta está muito distante. Mas foram capazes de analisar a emissão eletromagnética do seu disco de acreção, o anel de gás e poeira que gira em torno desse abismo cósmico, antes de aí desaparecer para sempre. A descoberta de um buraco negro supermassivo nos primórdios do Universo continua a abalar os modelos de formação de galáxias. A questão é saber como é que tanto material poderia ter sido agregado em tão pouco tempo...
Entre as hipóteses consideradas, há aquela segundo a qual os buracos negros poder-se-iam ter formado quase ao mesmo tempo que as galáxias, através do colapso de imensas nuvens de gás sobre si mesmas, e não no final de um lento processo de fusão entre buracos negros menores.
Fonte: Sciences et Avenir - La Recherche, n.º 924 - fevereiro 2024, p. 11
F.N.
(adaptado)
A cabeça nas estrelas do mar
Não fale sobre “braços” ou “pernas” quando estiver a descrever uma estrela do mar. A verdadeira natureza dos apêndices deste animal é bem mais surpreendente!
No início de seu desenvolvimento, a estrela do mar é uma larva com simetria bilateral (como os humanos, com um lado esquerdo e um lado direito) que navega livremente no oceano. Ela adquire a sua simetria radial com cinco braços somente a partir do momento em que se metamorfoseia e cai no fundo do mar. Durante a transição para a idade de adulto, ocorre uma mudança radical no plano corporal, mantendo-se uma pergunta persistente: onde estão a cabeça, o tronco e os membros, claramente presentes na fase larvar?
Para responder a esta pergunta, Laurent Formery, da Universidade de Stanford, na Califórnia, e os seus colegas estudaram a expressão dos genes de desenvolvimento no ectoderma da estrela do mar Patiria miniata, que povoa o Pacífico. O ectoderma é o tecido que dá origem à pele e ao sistema nervoso. Diferentes genes são expressos dependendo se os tecidos se encontram na cabeça, no tronco ou nos membros. Os investigadores descobriram que os genes do tronco e das pernas não se expressam em nenhuma parte do ectoderma. A estrela do mar teria, portanto, uma cabeça central cujos ramos seriam excrescências.
Fonte: Pour la Science, n.º 555 - janeiro 2024, p-10
Élise Doré
(adaptado)
Este ano há 95% de hipóteses que uma supernova seja observada. A supernova T Coronae Borealis (T CrB), saída de uma estrela binária, foi várias vezes o palco de recorrentes erupções no decurso dos séculos, e em que a primeira observação data da Idade Média (1217). Deverá entrar em erupção no primeiro semestre deste ano, 78 anos após a última observação de 1946.
Uma nova técnica de microscopia laser conseguiu detetar ente 110 000 e 370 000 partículas de plástico por litro em diferentes marcas de água engarrafada. Isto significa uma média de 240 000 partículas, onde 90% são de nanoplásticos.
1% é o risco de uma estrela errante poder destruir a Terra. A probabilidade de uma estrela intergalática poder passar a uma distância muito próxima do Sol no decurso dos próximos mil milhões de anos é muito baixa, mas não é nula. Esta passagem poderia originar uma colisão entre Vénus e a Terra (0,48%) ou empurrar o nosso planeta em direção ao Sol (0,24%).
Fonte: Sciences et Avenir - La Recherche, n.º 924 - fevereiro 2024
O que posso observar no céu de fevereiro?
01 - Lua a 1º54' de Spica - 07:04
10 - Lua no perigeu a 358 183 Km da Terra - 18:52
15 - Lua a 2º53' de Júpiter - 06:05
16 - Lua a 0º12' das Plêidas - 19:13
21 - Lua a 1º48' de Pólux - 00:54
23 - Lua a 3º de Regulus - 22:45
25 - Lua no apogeu a 410 171 Km da Terra - 14:58
Fases da Lua em fevereiro
9 - às 22h 59min - nova
16 - às 15h 01min - crescente
16 - às 15h 01min - crescente
24 - às 12h 30min - cheia
02 - às 23h 18min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em fevereiro
MERCÚRIO - Neste mês não pode ser avistado por se encontrar por trás do Sol.
VÉNUS - Pode ser visto para sudeste pela manhã.
JÚPITER - Pode ser visto desde o início da noite até madrugada.
Fonte: APP Sky Tonight
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
26-2 | -1,4 | 05:53:05 | 13° | NNO | 05:54:11 | 14° | N | 05:56:06 | 10° | NNE | visível |
27-2 | -1,1 | 05:07:05 | 14° | N | 05:07:05 | 14° | N | 05:08:14 | 10° | NNE | visível |
27-2 | -1,4 | 06:41:40 | 10° | NNO | 06:43:55 | 16° | NNE | 06:46:10 | 10° | NE | visível |
28-2 | -1,3 | 05:53:59 | 11° | NNO | 05:55:49 | 15° | N | 05:57:49 | 10° | NE | visível |
29-2 | -1,1 | 05:07:55 | 14° | N | 05:07:55 | 14° | N | 05:09:32 | 10° | NE | visível |
1-3 | -1,5 | 05:54:46 | 10° | NNO | 05:57:13 | 19° | NNE | 05:59:44 | 10° | ENE | visível |
2-3 | -1,3 | 05:08:40 | 16° | N | 05:09:01 | 16° | NNE | 05:11:13 | 10° | NE | visível |
3-3 | -0,3 | 04:22:34 | 10° | NE | 04:22:34 | 10° | NE | 04:22:42 | 10° | NE | visível |
3-3 | -2,2 | 05:55:30 | 12° | NO | 05:58:16 | 32° | NNE | 06:01:21 | 10° | E | visível |
4-3 | -1,8 | 05:09:26 | 22° | N | 05:10:04 | 24° | NNE | 05:12:52 | 10° | ENE | visível |
5-3 | -0,6 | 04:23:25 | 14° | NE | 04:23:25 | 14° | NE | 04:24:14 | 10° | ENE | visível |
5-3 | -3,6 | 05:56:20 | 16° | NO | 05:58:58 | 75° | NE | 06:02:19 | 10° | ESE | visível |
6-3 | -2,9 | 05:10:23 | 43° | N | 05:10:46 | 45° | NNE | 05:14:01 | 10° | ESE | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
Sete curiosidades que talvez não saiba sobre as estrelas-do-mar
(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)
Imagem do Mês
As Plêiades: sete irmãs poeirentas
O conhecido aglomerado estelar das Plêiades está lentamente a destruir parte de uma nuvem de gás e poeira que está a passar na sua zona. As Plêiades são o aglomerado aberto de estrelas mais brilhante no céu da Terra e podem ser vistas de quase qualquer local a norte e a olho nu. Nos últimos 100 000 anos, um campo de gás e poeira está a deslocar-se, por acaso, através do aglomerado estelar das Plêiades e está a causar uma forte reação entre as estrelas a essa poeira. A nuvem que se está a deslocar pode fazer parte da onda de Radcliffe, uma estrutura recém-descoberta de gás e poeira que liga várias regiões de formação estelar próxima da Via Láctea. A pressão da luz das estrelas repele significativamente a poeira na nebulosa de reflexão azul circundante, com as partículas de poeira menores a serem repelidas com mais força. A curto prazo, partes da nuvem de poeira tornar-se-ão filamentares e estratificadas. Esta imagem contem quase 9 horas de exposição e foi capturada no Utah Desert Remote Observatory, no Utah, EUA, no ano passado.
Fonte: www.nasa.gov
Livro do Mês
Sinopse
É um dos maiores quebra-cabeças da nossa história. O tempo, como tema, há séculos que deixa perplexas e fascinadas sucessivas gerações de cientistas, historiadores e muitos mais estudiosos. E continua a suscitar algumas das questões mais intrigantes colocadas na área da ciência: o tempo pode ser parado? A viagem no tempo é possível? O tempo existe?
Em dez breves capítulos, escritos numa linguagem acessível, Colin Stuart, escritor premiado de astronomia, revela-nos essas e muitas outras grandes interrogações, apresentando-nos as reveladoras informações que todos deveríamos saber.
Sobre o autor:
Colin Stuart é um jornalista e escritor especializado em astronomia.
É autor de artigos publicados no jornal Guardian, no boletim da Agência Espacial Europeia e na revista New Scientist.
É membro da Royal Astronomical Society.
Em reconhecimento dos seus esforços para a divulgação da astronomia junto do grande público, um asteroide foi recentemente batizado com o seu nome.
Os seus livros já venderam mais de 100 mil exemplares.
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