Março 2023

 

                                     
                                                                         
                                                                              



Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande

Março de 2023














O núcleo do nosso planeta está em vias de abrandar




O núcleo interno roda menos depressa do que as rochas da crosta e do manto.




     Segundo investigadores chineses, o movimento de rotação do núcleo interno da Terra está a sofrer uma desaceleração desde os anos 1970.

   A 5000 Km  sob os nossos pés, a parte mais central do nosso planeta está a abrandar. Este não é  o cenário de um filme de ficção cientifica, mas a conclusão de um estudo publicado na revista Nature Geoscience por dois investigadores da universidade de Pequim (China)! «Isto é baseado em sinais ténues, difíceis de interpretar e necessita de ser reproduzido de maneira independente, afirma Nicolas Gillet, do Instituto das Ciências da Terra, de Grenoble. Mas se o fenómeno se confirmar, terá consequências importantes na dinâmica do nosso planeta e poderá mesmo levar a ínfimas oscilações - da ordem do milissegundo - na duração dos dias terrestres.»

Ciclos de rotação de 70 anos 

     Composto de ferro e de níquel em estado sólido, o núcleo interno da Terra é uma esfera ardente com 1200 quilómetros de raio - do tamanho de Plutão - e que também é chamado de a «semente». Este «planeta dentro do planeta» está envolvido por um envelope externo em fusão. Está, por isso, parcialmente livre nos seus movimentos. Desde meados dos anos 1990, vários estudos têm sugerido que está animado de um movimento de rotação. Girará mesmo mais depressa do que as rochas da crosta e do manto, com uma diferença de um décimo de grau por ano. Estes trabalhos exploram uma série de ondas sísmicas geradas pelas mesmas falhas geológicas durante a segunda metade do século XX. Elas são tão energéticas que atravessam a Terra de um lado ao outro, usando sempre os mesmos caminhos e passando pelo núcleo interno. Mas estes sinais não apresentam as mesmas características ao longo dos anos, o que revelaria uma rotação diferente da "semente".
     Ora, depois de terem analisado dados sísmicos mais recentes, os investigadores chineses estimam que esta bola começou a abrandar no início dos anos 1970 e rodaria mesmo mais devagar do que o manto desde 2009. Mas a sua velocidade de rotação deverá aumentar de novo, preveem os investigadores, para atingir um pico em 2040. «Estes ciclos de 70 anos poderão resultar de uma relação entre as forças geradas pelo campo magnético da Terra e o campo de gravidade do manto, diz-nos Nicolas Gillet. Todavia, são possíveis outras interpretações. Apenas as novas análises e dados geofísicos permitirão decidir.»     


Fonte: Science et Avenir - La Recherche - março 2023, n.º 913, p. 8

F. D. 
(adaptado)


O robot em metal líquido tornou-se uma realidade


A figura em gálio liquidifica-se para poder atravessar as grades e depois retoma a sua forma após o obstáculo ultrapassado.


     Aliando gálio a imanes, este mini robot é capaz de se deslocar , bem como de solidificar ou liquidificar.

      No filme Terminator 2 (1991), o incrível robot T-1000 atravessa as grades de uma porta graças à sua constituição em aço líquido. Uma cena antológica que acaba de ser recriada por uma equipa sino-americana, como ela própria explica na revista Matter. Esta novidade é uma figurinha de gálio na qual incorporaram partículas magnéticas. Usou-se este metal devido à sua baixa temperatura de fusão: 29,8ºC. Aliado a partículas magnéticas, este metal torna-se reativo aos campos magnéticos de duas maneiras. Por um lado, segundo o processo de indução, o material pode aquecer à distância e amolecer. Depois, torna-se capaz de reagir a um campo magnético para se deslocar. A equipa pode assim utilizar o seu robot para extrair de um estômago modelo um objeto estranho ou para aí fazer chegar medicamentos. O metal pode mesmo juntar ou reparar circuitos elétricos, já que ele é condutor de corrente. Poderá assim desempenhar o papel de soldadura elétrica móvel em zonas de difícil acesso..            

Fonte: Sciences et Avenir - La Recherche - março 2023, n.º 913, p. 9

H. R.
(adaptado)

O que posso observar no céu de março?



2 - Vénus a 0,7º de Júpiter - 04:15
3 -  Lua no apogeu a 401 997 Km da Terra - 18:01
3 - Lua a 2,5º de Pólux - 02:10
14 - Pico da chuva de estrelas y-Normídeos, 6/hora, na constelação do Esquadro.
14 -  Lua a 1º de Antares - 00:21
19 - Lua no perigeu a 361 621 Km da Terra - 15:16
20 - Equinócio de março - início da primavera - 21:25
22 - Lua a 0,28º de Júpiter - 20:21
25 - Lua a 2,3º das Plêiades - 23:42
31 -  Lua no apogeu a 406 602 Km da Terra - 12:18
 





Fases da Lua em março


                21 - às 17h 23 min - nova

                29 - às 03h 32min - crescente

                07 - às 12h 40min - cheia

                15 - às 02h 08min - minguante
                
                









Planetas visíveis a olho nu em março


MERCÚRIO  Por agora não está visível. Aparecerá no final do mês de março perto das 21 horas.

VÉNUS - Pode ser visto de noite até perto das 23 horas para o fim do mês, próximo da constelação da Baleia. 

MARTE - Pode ser visto de noite até às duas da manhã ou três da manhã por volta do fim de março, na constelação de Touro.

JÚPITER pode ser visto ao anoitecer na constelação da Baleia durante o mês de março.

SATURNO Pode-se ver de manhã, para leste, a partir das 5horas e 30 minutos. 
 
Fonte: APP Sky Tonight




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
    
DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
18-3-3,719:10:3010°SO19:13:4964°SE19:17:0810°ENEvisível
18-3-1,720:48:0510°ONO20:50:5123°NNO20:51:0723°NNOvisível
19-3-2,119:59:5710°O20:02:5931°NNO20:05:4112°NEvisível
19-3-0,221:38:3910°NO21:38:3910°NO21:38:3910°NOvisível
20-3-2,819:11:5410°OSO19:15:0846°NNO19:18:2310°NEvisível
20-3-1,220:50:2410°NO20:52:3316°NNO20:53:0315°Nvisível
21-3-1,320:02:0410°ONO20:04:3219°NNO20:07:0010°NNEvisível
22-3-1,719:13:4510°ONO19:16:3223°NNO19:19:1810°NEvisível
22-3-1,120:52:2310°NO20:54:1314°N20:54:2814°Nvisível
23-3-1,120:04:0810°NO20:06:0514°N20:08:0010°NNEvisível
24-3-1,219:15:4510°NO19:17:5516°NNO19:20:0610°NNEvisível
24-3-1,220:53:3910°NNO20:55:3215°N20:55:3215°Nvisível
25-3-1,220:05:3910°NNO20:07:3114°N20:09:2310°NEvisível
25-3-0,321:42:1010°NO21:42:2612°NO21:42:2612°NOvisível
26-3-1,621:54:2010°NNO21:56:2320°N21:56:2320°Nvisível
27-3-1,621:06:2610°NNO21:08:4717°NNE21:10:1814°NEvisível
27-3-0,522:42:4510°NO22:43:1413°NO22:43:1413°NOvisível
      

Como usar esta grelha:

Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/



Vídeo do Mês





O Núcleo da Terra: Cientistas fazem descoberta inédita

(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)


Imagem do Mês




Jines-Emberson 1

      A nebulosa planetária Jones-Emberson 1 é constituída pelos restos mortais de uma estrela moribunda parecida com o Sol. Encontra-se a cerca de 1.600 anos-luz da Terra na direção da constelação do Lince. Com cerca de 4 anos-luz de diâmetro, o remanescente em expansão da atmosfera da estrela moribunda, foi encolhendo no espaço interestelar, à medida que o hidrogénio da estrela foi transformado em hélio e finalmente esgotado, depois de milhares de milhões de anos. Perto do centro da nebulosa planetária, pode ver-se o que resta do núcleo estelar, uma estrela anã branca azul-quente. Também conhecida como PK 164 +31.1, esta nebulosa tem pouca visibilidade e é muito difícil de vislumbrar mesmo com um telescópio. Mas esta imagem que combina 22 horas de exposição mostra-a com detalhes excepcionais. Podemos ver nesta imagem estrelas que fazem parte da nossa galáxia, a Via Láctea, bem como galáxias de fundo espalhadas através deste campo de visão. Sendo efémera no palco cósmico, a Jones-Emberson 1 desaparecerá nos próximos milhares de anos. A sua estrela anã branca central e quente levará milhares de milhões de anos para arrefecer.
Fonte: www.nasa.gov



Livro do Mês


Sinopse

    Os buracos negros são o estado mais condensado da matéria do Universo, e este livro é um guia das suas propriedades e importância. A Física contemporânea revelou-nos o imenso poder dos campos gravitacionais superfortes. A força da gravidade curva o espaço e o tempo, esmaga estrelas, e talvez até mesmo galáxias, até eles desabarem sobre si mesmos para formar um buraco negro. 
     Igor Novikov, um astrofísico eminente e um hábil escritor, explica a importância cósmica dos buracos negros. Ele explica o ambiente físico de um buraco negro e coloca-os no contexto de um Universo em expansão. Este é um guia admirável da forma de matéria mais intrigante descoberta pela Física contemporânea.

Sobre o autor:





    Igor Dmitriyevich Novikov nasceu em Moscovo, em 10 de novembro de 1935 e é um astrofísico e cosmólogo russo. Conhecido pela formulação do princípio de auto-consistência de Novikov, que deu uma importante contribuição para a teoria das viagens no tempo. Foi laureado em 2007 com a Medalha Eddington.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Julho 2024