Setembro 2022
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Setembro de 2022
Blocos de construção do ADN encontrados em meteoritos
Esta imagem concetual mostra os meteoritos a enviar as bases nucleares para a Terra em formação. |
Um novo método revelou a presença do “alfabeto” completo de ADN e ARN dentro dos meteoritos. Essas moléculas prebióticas podem ter evoluído antes mesmo da Terra existir.
Os cientistas já tinham encontrado evidências de moléculas prebióticas em meteoritos, incluindo as nucleobases guanina, adenina e uracilo, que estão entre os blocos de construção do ADN e do ARN. Essas descobertas estabeleceram que a química orgânica ocorreu em asteróides.
Agora, Yasuhiro Oba (Universidade de Hokkaido, Japão) e os seus colegas reportaram, no passado dia 26 de abril, na revista Nature Communications, a detecção das nucleobases de pirimidina “ausentes”, a citosina e a timina, que compõem as restantes nucleobases do nosso código genético.
A equipa desenvolveu um método de extração mais suave e sensível, que envolveu a mistura de uma pequena quantidade de pó de meteorito com água e, em seguida, lançaram intensas ondas de ultra-sons sobre esse meio. As ondas de pressão resultantes “detetaram” moléculas dentro de amostras de três meteoritos antigos, revelando uma pequena quantidade de nucleobases de pirimidina.
Para determinar se as moléculas recém-descobertas eram realmente extraterrestres, o grupo de Oba comparou o solo no local do impacto de um dos meteoritos (apelidado de “Murchison” pela localização no terreno onde se espalhou o meteorito, na Austrália) com o próprio meteorito. “Embora algumas nucleobases tenham sido identificadas no solo amostra”, diz Oba, “a concentração e a distribuição molecular são claramente diferentes daquelas detectadas no meteorito Murchison.”
Com 7 mil milhões de anos, o meteorito Murchison formou-se enquanto o Sol ainda era uma proto-estrela. Se as nucleobases são mesmo da rocha espacial, então elas indicam-nos uma origem extraterrestre para a vida na Terra.
No entanto, Michael Callahan (agora na Boise State University), que realizou um estudo anterior do meteorito, adverte que as pirimidinas são encontradas em concentrações tão baixas que não podem explicar o surgimento do material genético por si só. Essas moléculas também têm de ter surgido na Terra.
As amostras que irão chegar à Terra das missões nos asteroides Ryugu e Bennu ajudar-nos-ão a entender melhor a evolução das moléculas orgânicas extraterrestres. Os métodos pioneiros do grupo de Oba podem ajudar a determinar a verdadeira composição desses asteroides primitivos, bem como a origem de moléculas orgânicas complexas no espaço interestelar. Fonte: Sky & Telescope - setembro 2022, Vol. 144, n.º 3, p. 10
Arwen Rimmer
(adaptado)
A mais velha árvore do mundo tem 5484 anos
Este cipreste da Patagónia, situado no Chile, mede quase 60 metros de altura. |
Fonte: Sciences et Avenir - La Recherche - julho/agosto 2022, n.º 905/906, p. 18
S. Vanel
(adaptado)
Porque é que existem peles com diferentes cores?
A história das cores da pele dos seres humanos é a de uma longa travessia, quer no tempo, quer no espaço. Quando os primeiros humanos começaram a descobrir a superfície do seu planeta, à procura de água e de alimento, por volta dos 100 000 anos, as suas peles começaram a escurecer perto do equador, quando se aproximavam das terras mais quentes. Uma forma que o organismo encontrou para se prevenir das violentas radiações solares, segregando assim um pigmento protetor, a melanina. Entretanto, uma vez chegados mais a norte, às zonas mais frias, estes exploradores possuíam uma pela muito escura. Com efeito, se muito sol é prejudicial ao organismo, nomeadamente favorecendo os tumores, é sempre necessário um pouco de raios UV. Pela sua ação na epiderme. eles permitem sintetizar a vitamina D que favorece a absorção de cálcio e a mineralização óssea. Os migrantes das zonas frias viram então a sua pele tornar-se mais clara para captar um pouco desse sol moderado e assim reforçar os seus ossos. Depois, os aventureiros continuaram a sua viagem até ao Polo Norte, onde se formaram as populações nativas dos futuras Alasca e Canadá. Aí, ainda existiam menos raios UV. Mas ao consumirem muitos mariscos e peixes, trouxeram para o seu organismo a vitamina D necessária. Assim, as suas peles não ficaram muito mais claras para conseguirem absorver os fracos raios solares. Pelo contrário, as suas peles ficaram mais escuras, mas desta vez para se protegerem das fortes radiações refletidas pela neve e pelo gelo.
Fonte: Sciences et Avenir - La Recherche - julho/agosto 2022, n.º 905/906, p. 37
Hervé Ratel
(adaptado)
O que posso observar no céu de setembro?
5 - Vénus a 0,8ºN de Régulo - 02:00
7 - Lua no perigeu a 364 492 Km da Terra - 19:19
9 - Marte a 4ºN de Aldebarã - 02:00
17 - Lua a 4ºN de Marte - 03:00
19 - Lua no apogeu a 404 555 Km da Terra - 15:43
23 - Equinócio de outono - 02:04
Fases da Lua em setembro
25 - às 22h 54min - nova
03 - às 19h 08min - crescente
03 - às 19h 08min - crescente
10 - às 10h 59min - cheia
17 - às 22h 52min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em setembro
MERCÚRIO - Será visível, de tarde, por volta do instante do fim do crepúsculo civil, até ao dia 17 de setembro. A partir de 30 de setembro começará a ser visível de manhã.
VÉNUS - Pode ser visto como estrela da manhã, até meados do mês de setembro.
MARTE - Pode ser visto durante a noite e é facilmente reconhecível pela sua cor avermelhada.
MARTE - Pode ser visto durante a noite e é facilmente reconhecível pela sua cor avermelhada.
JÚPITER - Pode ser visto durante toda a noite na constelação de Peixes.
SATURNO - Pode ser visto no céu noturno na constelação de Capricórnio.
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Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
19-9 | -1,5 | 21:08:04 | 10° | ONO | 21:10:48 | 22° | NNO | 21:13:01 | 13° | NNE | visível |
20-9 | -2,0 | 20:19:05 | 10° | O | 20:22:07 | 30° | NNO | 20:25:08 | 10° | NE | visível |
20-9 | -0,9 | 21:57:43 | 10° | NO | 21:59:19 | 14° | NNO | 21:59:19 | 14° | NNO | visível |
21-9 | -1,1 | 21:08:40 | 10° | NO | 21:10:50 | 16° | N | 21:12:38 | 11° | NNE | visível |
22-9 | -1,4 | 20:19:34 | 10° | ONO | 20:22:01 | 19° | NNO | 20:24:30 | 10° | NNE | visível |
22-9 | -0,8 | 21:57:51 | 10° | NNO | 21:58:47 | 13° | NNO | 21:58:47 | 13° | NNO | visível |
23-9 | -1,2 | 21:09:03 | 10° | NO | 21:10:53 | 14° | N | 21:12:01 | 12° | NNE | visível |
24-9 | -1,2 | 20:20:04 | 10° | NO | 20:22:00 | 14° | N | 20:23:58 | 10° | NNE | visível |
24-9 | -0,7 | 21:57:23 | 10° | NNO | 21:58:05 | 13° | NNO | 21:58:05 | 13° | NNO | visível |
25-9 | -1,4 | 21:08:49 | 10° | NNO | 21:10:53 | 15° | N | 21:11:16 | 15° | NNE | visível |
26-9 | -1,2 | 20:20:07 | 10° | NNO | 20:21:59 | 14° | N | 20:23:51 | 10° | NE | visível |
26-9 | -0,7 | 21:56:37 | 10° | NO | 21:57:19 | 14° | NNO | 21:57:19 | 14° | NNO | visível |
27-9 | -1,8 | 21:08:06 | 10° | NNO | 21:10:29 | 21° | NNE | 21:10:29 | 21° | NNE | visível |
28-9 | -1,6 | 20:19:33 | 10° | NNO | 20:21:52 | 17° | NNE | 20:23:41 | 12° | NE | visível |
28-9 | -0,7 | 21:55:49 | 10° | NO | 21:56:33 | 16° | NO | 21:56:33 | 16° | NO | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)
George Gamow (1904-68), físico e escritor prolífico (escreveu mais de 140 artigos científicos e de divulgação científica), nasceu em Odessa, Rússia, a 4 de Março de 1904, e faleceu a 20 de Agosto de 1968, em Boulder, Colorado, Estados Unidos, local em cuja Universidade foi professor de Física desde 1956. Gamow estudou nas Universidades de Novorossysky e Leninegrado, no Departamento de Físico-Química, depois de passar um ano no Departamento de Paleontologia. Obteve o seu doutoramento em 1928 e as suas contribuições para o desenvolvimento das ciências situam-se em áreas tão diversificadas como a física atómica, a cosmologia, a física nuclear e a biologia. A sua reputação na comunidade não científica vem, porém, do seu talento como divulgador da ciência, através quer de artigos na revista Harper's Magazine, quer da publicação de livros, nomeadamente As Aventuras do Sr. Tompkins (conhecem-se 4 livros de aventuras). Neste âmbito, como reconhecimento, foi-lhe atribuído o Prémio Kalinga em 1956 (a 5.ª atribuição), prémio estabelecido por Biju Patraik e destinado a galardoar expoentes da vulgarização da ciência. George Gamow estudou no ano de 1928-29 com Niels Bohr, em Copenhaga, e em 1929-30 com Lorde Rutherford, no Laboratório Cavendish, em Cambridge, antes de regressar a Leninegrado a fim de ocupar o lugar de professor de Física na respectiva Universidade. Abandona anos mais tarde, em 1933, a União Soviética e, depois de uma estada em Paris e em Londres, fixa-se nos Estados Unidos (torna-se cidadão americano em 1940) e obtém a cátedra de Fisica da Universidade George Washington, em 1934, aí permanecendo até 1956, ano em que se transfere para a Universidade do Colorado.
Vídeo do Mês
O programa da NASA Ártemis
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Imagem do Mês
A região da nebulosa da Cabeça de Cavalo sem estrelas
A famosa Nebulosa Cabeça de Cavalo, em Órion, não está sozinha. Uma exposição longa mostra que a reentrância escura de forma familiar, visível à direita do centro, é parte de um vasto complexo de poeira absorvente e gás brilhante. Esta imagem espetacular detalha uma intrincada tapeçaria de mechas gasosas e filamentos carregados de poeira que foram criados e esculpidos ao longo de eras por ventos estelares e antigas supernovas. A Nebulosa da Chama é visível em laranja logo à esquerda da Cabeça de Cavalo. Para destacar a poeira e o gás, a maioria das estrelas foi removida digitalmente, embora uma notável exceção seja Alnitak, logo acima da Nebulosa da Chama, que é a estrela mais à direita do famoso cinturão de três estrelas alinhadas de Órion. A Nebulosa Cabeça de Cavalo fica a 1.500 anos-luz de distância da constelação de Órion.
Fonte: www.nasa.gov
Livro do Mês
Sinopse
George Gamow, físico russo pertencente a uma geração de «ouro» da física moderna, investigador com contributos importantes na cosmologia, na física nuclear e até na biologia, é também um autor notável no domínio da divulgação científica.
Estas Aventuras do Sr. Tompkins sã uma extraordinária demonstração dessa capacidade, comprovada por um espetacular sucesso junto do público, obrigando a sucessivas reedições, e por uma enorme e continua aceitação junto da população escolar.
Neste volume, reúnem-se os famosos Mr. Tompkins in Wonderland e Mr. Tompkins Explores the Atom nos quais o nosso bancário, ávido de conhecimento científico, se aventura de modo divertido e fascinante no mundo da física moderna.
Sobre o autor:
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