Fevereiro 2021

 














Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande

Fevereiro de 2021




Uma rede de «autoestradas» entre os planetas

Vias rápidas interplanetárias poderão ser detetadas graças às correntes gravitacionais que percorrem o espaço.

     «Correntes de gravidade», semelhantes às correntes marinhas do nosso planeta, preenchem o espaço. Uma equipa servo-americana do Observatório astronómico de Belgrado, (Sérvia), revelou uma estrutura monumental, nunca antes detetada, no nosso sistema solar: correntes ligadas entre elas formando uma série de arcos estendendo-se da principal cintura de asteróides  (situada entre Marte e Júpiter) até Urano e mais além. Quando apanham uma destas vias, os objetos celestes, como os asteróides ou os cometas, deslocam-se mais rapidamente, apenas nalgumas décadas em vez de centenas de milhares de anos, ou mesmo de milhões de anos e que habitualmente caracteriza a dinâmica do sistema solar.
     Os astrónomos estimam que estas vias rápidas poderão permitir às naves espaciais percorrer 100 unidades astronómicas em menos de um século (uma Unidade Astronómica "UA" é aproximadamente a distância da Terra ao Sol, isto é, cerca de 150 milhões de quilómetros).             
                    
Fonte: Sciences et Avenir/La Recherche - fevereiro 2021, n.º 888, p. 14
Marine Benoît (adaptado)


     

A massa de objetos criados pelo ser humano ultrapassa a biomassa



Enquanto 90% da biomassa (seres vivos) provem das árvores e é estável, a dos objetos artificiais, principalmente das construções, duplica a cada 20 anos.


       Os objetos fabricados pelos seres humanos estão em vias de ultrapassar o total de todos os seres vivos (biomassa). Daqui até 2040, a massa dos objetos artificiais deverá ser mesmo três vezes superior, segundo um estudo publicado na revista Nature. Os investigadores do Instituto Weizmann, em Rehovot, Israel, explicam que em 1900, a massa de objetos fabricados pelos seres humanos apenas representava 3% da biomassa. Mas enquanto a massa de seres vivos permaneceu estável desde aí (em que 90% dessa massa pertence às árvores e arbustos), os objetos fabricados pelos humanos duplicaram em cada vinte anos. A maior produção de objetos artificiais aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, no decurso de um período de consumo acrescido e de desenvolvimento urbano. Todavia, a maior parte da massa artificial encontra-se em infra-estruturas tais como edifícios e estradas. É impossível dizer com precisão quando é que a massa artificial ultrapassou ou irá ultrapassar a biomassa, mas a equipa estima que ou terá acontecido ou irá acontecer entre 2014 e 2026.  


Fonte: Sciences et Avenir/La Recherche - fevereiro 2021, n.º 888, p. 18
Lucas Gierczak (adaptado)




O que posso observar no céu de fevereiro?


3 - Lua no perigeu a 370 177 Km da Terra - 19:03
10 - Lua a 3ºS de Vénus - 20:00
13 - Mercúrio a 3ºS de Júpiter - 19:00
18 - Lua no apogeu 404 467 Km da Terra - 10:22
18 - Marte a 4ºN da Lua - 23:00




Céu visível às 21:00 horas do dia 1 de fevereiro em Lisboa mostrando o planeta Marte e o triângulo de Inverno: Sírio,  Betelgeuse e Procion.

 



Céu visível às 05:00 horas do dia 15 de fevereiro em Lisboa mostrando as estrelas mais brilhantes: Arturo e Vega..





Fases da Lua em fevereiro


11 - às 19h 06min - nova

19 - às 18h 47min - crescente

27 - 08h 17min - cheia 

04 - às 17h 37min - minguante









Planetas visíveis a olho nu em fevereiro 


MERCÚRIO - Será visível, de tarde, por volta do instante do fim do crepúsculo civil, entre 5 de janeiro e 2 fevereiro. Reaparecerá de manhã, no começo do crepúsculo civil, a partir de 15 de fevereiro. 

VÉNUS - Pode ser visto como a estrela da manhã até meados de fevereiro.

MARTE - Será visível no céu ao amanhecer na constelação de Peixes no início do ano. Vai -se movendo através da constelação de Carneiro a partir de inícios de janeiro. Passará para a constelação de Touro a partir de finais de fevereiro.

JÚPITER - Pode ser visto  a partir da segunda semana de fevereiro, no céu matutino.

SATURNO Pode ser visto  a partir da segunda semana de fevereiro, no céu matutino.


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)

DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
17-2-0,806:48:5310°S06:51:1919°SE06:53:4710°Evisível
18-2-0,506:03:0010°SSE06:04:0211°SE06:05:0310°ESEvisível
19-2-3,006:49:3610°SO06:52:5356°SE06:56:1210°ENEvisível
20-2-2,106:02:2510°SSO06:05:2732°SE06:08:2910°ENEvisível
21-2-1,405:17:2218°SSE05:18:0419°SE05:20:3210°Evisível
21-2-3,506:51:2110°OSO06:54:3751°NNO06:57:5510°NEvisível
22-2-3,906:05:1726°OSO06:07:0384°NO06:10:2610°NEvisível

  
 

  

 
Como usar esta grelha:

Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/



Vídeo do Mês





Lixo Espacial


(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)



Imagem do Mês




O campo magnético vertical da NGC 5775

        Até onde se estendem os campos magnéticos das galáxias espirais? Durante décadas os astrónomos só sabiam que algumas galáxias espirais possuíam campos magnéticos. Contudo, depois do NRAO, do rádio telescópio Very Large Array (VLA) ter sido atualizado em 2011, descobriu-se inesperadamente de que estes campos se podiam estender verticalmente do disco da galáxia, em vários milhares de anos-luz. Esta imagem da galáxia NGC 5775, vista de lado, observada com o CHANG-ES (Continuum Halos in Nearby Galaxies), também revela projeções das linhas dos campos magnéticos, que poderão ser comuns nas galáxias espirais. Parecido com os filamentos de ferro que aderem a um íman, a radiação dos eletrões cria linhas no campo magnético galático ao formar espirais à volta dessa linhas, a velocidades próximas da velocidade da luz. Os filamentos nesta imagem foram construídos a partir dos dados do VLA. Esta foto foi construída com o Telescópio Espacial Hubble e revela regiões gasosas cor-de-rosa que são locais de nascimento de estrelas. Parece que os ventos destas regiões ajudam a formar este magnífico e extenso campo magnético galático.                     
Fonte: www.nasa.gov

Livro do Mês

     A partir deste ano vamos iniciar uma nova secção, a do livro do mês. Aqui serão apresentados livros, preferencialmente, de ensaios científicos, sociais, filosóficos, esperando que motivem os nossos "bloggers" a descobri-los.
     


Sinopse

"A paixão de Edward Frenkel pela matemática afastou-o de uma União Soviética hostil aos objetivos académicos de um jovem judeu e levou a que se tornasse um dos mais importantes investigadores do mundo nesta área.
Foi também a paixão pela matemática que o fez escrever este livro: um convite à descoberta de que os conceitos matemáticos vão muito para além daquilo que aprendemos na escola, e de como são eles que explicam os mecanismos que regem a nossa vida e do mundo à nossa volta
Para nos dar a conhecer estes mecanismos, Frenkel recorre à sua própria história que, em grande parte, se confunde com as recentes tentativas da matemática moderna para alcançar uma teoria unificada que se espera vir a revolucionar a forma como entendemos o universo. Explicados através de uma linguagem cativante, mas com rigor científico, mostram-nos que aquilo que conhecemos como matemática é apenas a minúscula ponta de um enorme icebergue, tão acessível e rico em beleza como nunca imaginámos.
Depois de ler este livro, será impossível passar um dia sem pensar nos números por detrás da vida. Vai perceber que nunca lhe ensinaram a verdadeira matemática e surpreender-se  ao querer um pouco mais da experiência tão estimulante que é descobrir novas facetas do nosso mundo."

Sobre a autor:

Edward Frenkel (n. 1968) desde que deixou a Universidade de Harvard, em 1997, é professor de Matemática na universidade da Califórnia, em Berkeley. Membro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos e da Sociedade Americana de Matemática, foi vencedor do Prémio Hermann Weyl de Física Matemática, em 2002.
Mais recentemente o seu trabalho tem-se focado no Programa Langlands e nas dualidades em Teoria Quântica de Campos.
Frenkel é autor de três livros e de mais de oitenta artigos científicos em revistas académicas. Já fez palestras sobre o seu trabalho em várias partes do planeta e os seus vídeos no YouTube têm mais de 3 milhões de visualizações. 

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