novembro 2020














Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande

Novembro de 2020




Um rede de lagos no polo sul de Marte


A cratera Korolev, observada em 2018 pela sonda Mars Express, revelou ter água líquida sob a sua calote glaciar. 


     Grandes quantidades de água em estado líquido estarão por baixo da calote polar do polo sul do planeta Marte, na região Ultima Scopuli. Um primeiro lago subglaciar com 20 quilómetros de largura tinha sido aí detetado em 2018 pelo radar MARSIS, a bordo da sonda Mars Express, da Agência Espacial Europeia. Este instrumento utiliza as baixas frequências para sondar o sub-solo profundo do planeta vermelho. Atualmente, uma nova análise dos dados realizada pela equipa da universidade de Roma-III, que esteve na origem da descoberta de 2018, veio confirmar a presença de uma massa de água que se estende numa superfície de 20 por  30 quilómetros.
     É ainda revelada a existência de várias outras pequenas parcelas de água, separadas da extensão principal por faixas de matéria seca. Apesar das agrestes temperaturas, que podem atingir os -150ºC, esta água permanece líquida porque forma uma espécie de salmoura, onde o sal está dissolvido em grandes concentrações. Se estas condições podem parecer desfavoráveis à vida, sabemos que na Terra certos organismos especializados se desenvolveram em condições de salinidade extremas.             
                        

Fonte: Sciences et Avenir & La Recherche - novembro 2020, n.º 885, p. 18  
J. I. (adaptado)


     

CRISPR-Cas9, a revolução genética

A francesa Emmanuelle Charpentier e a americana Jennifer Doudna foram recompensadas (prémio Nobel) pela invenção do sistema de edição genético que abre perspetivas inéditas na medicina.

       Inicialmente muito fundamentais, os trabalhos de Emmanuelle Charpentier e de Jennifer Doudna sobre o utensílio genético CRISPR abriram perspetivas inéditas em medicina. Cerca de 50 ensaios clínicos, em diferentes patologias, estão a ser testados em seres humanos! Em França, onde esta técnica é autorizada, está a preparar-se pelo menos um ensaio, contrariamente a uma ideia muito difundida, há a exceção quanto à manipulação de embriões humanos, indo ao encontro do que se passa no resto do mundo. As doenças ditas monogénicas (onde apenas um gene está implicado) - hoje em dia incuráveis - são o alvo principal. Estão a ser feitos ensaios clínicos na América do Norte e na Europa para o tratamento da drepanocitose (anemia das células falciformes - glóbulos vermelhos) ou da beta-talassemia (deficiência ou ausência da cadeia da beta globulina da proteína da hemoglobina) que afetam a hemoglobina. O objetivo: substituir o transplante de moela óssea, ao modificar - com a CRISPR - certas células para restabelecer a atividade de um gene que produz uma hemoglobina diferente no embrião e logo após o seu nascimento. Os próximos alvos podem ser as distrofias musculares - tais como a miopatia de Duchenne, já corrigida com sucesso nos cães e em células cardíacas humanas in vitro -, a amiotrofia muscular espinhal, a doença de Huntington (causa a morte das células do cérebro)... e mesmo a SIDA. Inicialmente infecciosa, esta doença torna-se com efeito genética, quando o genoma viral se incorpora no do hospedeiro. Investigadores da universidade do Nebrasca (EUA) conseguiram eliminá-la em ratos, ao combinarem a CRISPR e tratamentos anti-virais. Há também esperanças no tratamento de certos cancros, ao modificar-se as células imunitárias (os linfócitos T) para que reconheçam e ataquem uma proteína expressa pelas células cancerosas. Um primeiro ensaio, em três pessoas, conduzido pela universidade da Pensilvânia (EUA) mostrou, em fevereiro, que esta aproximação era bem suportada. Agora temos de nos concentrar na sua eficácia.


Fonte: Sciences et Avenir & La Recherche novembro 2020, n.º 885, p. 10  
Mathieu Nowak (adaptado)




O que posso observar no céu de novembro?


12 - Lua a a 3ºN de Vénus - 21:00
13 - Lua a 1,7ºN de Mercúrio
12 - Atividade máxima das Táurides do Norte (5/hora)
14 - Lua no perigeu a 357 838 Km da Terra - 11:43
17 - Atividade máxima das Liónidas (15/hora)
25 - Marte a 5ºN da Lua - 20:00
27 - Lua no apogeu a 405 894 Km da Terra - 00:29



Céu visível às 19:00 horas do dia 1 de novembro em Lisboa mostrando os planetas Marte, Júpiter e Saturno.

 

Céu visível às 06:00 horas do dia 15 de novembro em Lisboa mostrando os planetas Mercúrio e Vénus.





Fases da Lua em novembro


15 - às 05h 07min - nova

22 - às 04h 45min - crescente

30 - 09h 30min - cheia 

  08 - às 00h 37min - minguante









Planetas visíveis a olho nu em novembro 


MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de manhã, por volta do instante do começo do crepúsculo civil, durante todo o mês de novembro. 

VÉNUS - Pode ser visto como a estrela da manhã até final do ano.

MARTE - Pode ser visto na constelação de Peixes, até ao final do ano. 

JÚPITER - Pode ser visto ao anoitecer na constelação de Sagitário.

SATURNO - Pode ser visto na constelação de Sagitário, do lado esquerdo e ligeiramente para cima de Júpiter.


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)

DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
17-11-1,019:24:2110°SSO19:24:4913°SSO19:24:4913°SSOvisível
18-11-2,018:37:3410°S18:39:4319°SE18:39:4319°SEvisível
19-11-1,417:51:3710°SSE17:52:4411°SE17:53:5310°ESEvisível
19-11-1,919:25:4410°SO19:27:3129°OSO19:27:3129°OSOvisível
20-11-3,618:38:1910°SO18:41:3857°SE18:42:1547°Evisível
21-11-2,717:51:1010°SSO17:54:1333°SE17:56:5312°ENEvisível
21-11-1,619:27:5410°O19:29:5126°ONO19:29:5126°ONOvisível
22-11-3,218:40:0810°OSO18:43:2450°NNO18:44:2535°NNEvisível
23-11-3,717:52:3110°SO17:55:5382°NO17:58:5412°NEvisível
23-11-1,119:30:3410°ONO19:31:5216°NO19:31:5216°NOvisível
24-11-2,118:42:3410°O18:45:2424°NNO18:46:1922°Nvisível
25-11-2,517:54:4010°O17:57:4633°NNO18:00:4311°NEvisível
25-11-0,719:33:2110°NO19:33:4011°NO19:33:4011°NOvisível
26-11-1,618:45:2010°NO18:47:3416°NNO18:48:0216°Nvisível
 
 
Como usar esta grelha:

Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/



Vídeo do Mês







Como funciona a CRISPR-Cas9


(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)



Imagem do Mês




O fantasma da IC 2118

        Inspirada na época de halloween, esta imagem telescópica capturou uma nuvem cósmica com um rosto assustador. Esta cena interestelar encontra-se dentro da zona de expansão poeirenta da nebulosa IC 2118, na constelação de Orion, o Caçador. A IC 2118 fica a cerca de 800 anos-luz da sua vizinhança, próxima da estrela azulada Rigel, no pé de Orion. Frequentemente identificada como a nebulosa da Cabeça da Bruxa, pela sua aparência num campo de visão maior, nasce antes da hora das bruxas. Com estrelas pontiagudas como olhos, a fantasmagórica figura aqui identificada parece estender um braço de muitos anos-luz na direção da estrela quente e super gigante de Orion. Rigel encontra-s no canto superior esquerdo desta imagem e é a fonte de iluminação da IC 2118.                     
Fonte: www.nasa.gov

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