fevereiro 2020
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Fevereiro de 2020
Em meados de outubro (2019), o telescópio EROSITA, construído por alemães, usou os seus sete módulos de captação de raios-x para revelar os processos quentes e violentos de formação estelar das galáxias vizinhas.
Acompanhando o seu lançamento em julho de 2019, o telescópio voou durante três meses a bordo do satélite Spektrum-Röntgen-Gamma (Spe-ktr-RG) antes de chegar ao seu destino: o ponto Lagrangian do sistema L2 Terra-Sol, a 1,5 milhões de quilómetros da Terra, no lado oposto ao do Sol. Aí chegado, os telescópios a bordo do Spektr-RG foram postos em stand-by, à medida que os engenheiros ligavam os instrumentos e trabalhavam em qualquer pequeno problema surgido. Apesar de alguns "soluços" durante esta fase e depois de uma extensão dos testes para mostrar que tudo estava a operar conforme o esperado, EROSITA vê agora o universo quer de perto quer para longe, com a sua visão de raios-x.
A Grande Nuvem de Magalhães (GNM) é a maior galáxia satélite da Via Láctea e a mais prolífica maternidade estelar, da qual se vê o gás quente emitido em raios-x na foto aqui apresentada. A GNM é um alvo próximo e muito bem estudado e, assim, os astrónomos podem comparar as imagens do EROSITA com outras obtidas por outros observatórios de raios-x.
"Obtivemos imagens com muita nitidez", disse o diretor do projeto EROSITA Thomas Mernik (Centro Aeroespacial Alemão). "Estas primeiras imagens permitem-nos antecipar grandes coisas para os próximos anos."
Em breve o EROSITA vai começar a sua principal missão: um programa de quatro anos para mapear oito vezes o céu em raios-x, com o detalhe que está normalmente reservado a objetos selecionados. É esperado que o EROSITA detete milhões de novas fontes de raios-x, incluindo 100 000 enxames de galáxias. Finalmente, os astrónomos esperam usar estes enxames para lançarem luz na evolução do universo e na natureza da energia escura.
O observatório espacial Spektr-RG também alberga o instrumento russo ART-XC, que observa os raios-x de altas energias. A agência espacial russa anunciou que a primeira imagem do ART-XC foi obtida em 30 de julho de 2019, com imagens do bem conhecido pulsar de raios-x, Centauro X-3.
Monica Young (adaptado)
Trios de átomos irregulares
Num estado de Efimov, três átomos idênticos ligam-se de forma estável a temperatura muito baixa |
O efeito Efimov é um fenómeno quântico surpreendente: três átomos idênticos ligam-se de forma estável, onde nem dois se ligariam. Previsto pelo físico russo Vitaly Efimov em 1970, estas configurações foram observadas experimentalmente a partir de 2006. Uma grandeza parecia independente da espécie atómica considerada: o raio do estado fundamental. Esta uniformidade foi agora abalada por Eric Cornell, da universidade do Colorado, nos E.U.A., e pelos seus colegas, que acabam de fazer uma medição de raio incompatível com esta regra universal.
Há forças eletromagnéticas que se exercem entre átomos próximos; o seu alcance é descrito pelo comprimento de Van der Waals, e é própria de cada elemento. Com dois átomos, a configuração não é forçosamente estável, mas o acrescento de um terceiro por vezes estabiliza o sistema, formando um triângulo equilátero de átomos idênticos chamado «estado de Efimov». Como este fenómeno é de natureza quântica, o conjunto dos tamanhos (ou raios) dos estados de Efimov é discreto: as suas configurações estão quer num estado fundamental - com um raio mínimo - quer num dos estados excitados possíveis e maior em tamanho. É a relação deste raio mínimo, pelo comprimento de Van der Waals dos átomos, que parece universalmente próximo de 9, como confirmaram os modelos teóricos. Mas as experiências de Eric Cornell e os seus colegas põem em causa essa universalidade. Com átomos de potássio 39, estes investigadores obtiveram uma medição muito precisa desta relação: à volta de 14. Um desvio que foi explicado por um novo modelo mais realista.
Há forças eletromagnéticas que se exercem entre átomos próximos; o seu alcance é descrito pelo comprimento de Van der Waals, e é própria de cada elemento. Com dois átomos, a configuração não é forçosamente estável, mas o acrescento de um terceiro por vezes estabiliza o sistema, formando um triângulo equilátero de átomos idênticos chamado «estado de Efimov». Como este fenómeno é de natureza quântica, o conjunto dos tamanhos (ou raios) dos estados de Efimov é discreto: as suas configurações estão quer num estado fundamental - com um raio mínimo - quer num dos estados excitados possíveis e maior em tamanho. É a relação deste raio mínimo, pelo comprimento de Van der Waals dos átomos, que parece universalmente próximo de 9, como confirmaram os modelos teóricos. Mas as experiências de Eric Cornell e os seus colegas põem em causa essa universalidade. Com átomos de potássio 39, estes investigadores obtiveram uma medição muito precisa desta relação: à volta de 14. Um desvio que foi explicado por um novo modelo mais realista.
O que posso observar no céu de fevereiro?
10 - Lua no perigeu a 360 461 Km da Terra - 20:28
19 - Lua a 0,9º de Júpiter - 20:00
26 - Lua no apogeu a 406 279 Km da Terra - 11:34
Céu visível às19:00 horas do dia 1 de fevereiro em Lisboa mostrando o planeta Vénus.
Céu visível às 06:30 horas do dia 15 de fevereiro em Lisboa mostrando os planetas Saturno, Júpiter e Marte.
Fases da Lua em fevereiro
23 - às 15h 32min - nova
02 - às 01h 42min - crescente
9 - 7h 33min - cheia
02 - às 01h 42min - crescente
9 - 7h 33min - cheia
15 - às 22h 17min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em fevereiro
MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível de tarde até 19 de fevereiro.
VÉNUS - Pode ser visto como a estrela da tarde até finais de maio.
MARTE - Pode ser visto na constelação de Balança onde apenas é visível no céu ao amanhecer.
JÚPITER - Pode ser visto ao amanhecer na constelação de Sagitário.
SATURNO - Pode ser visto no afinal de janeiro, antes do nascimento do sol, na constelação de Sagitário.
VÉNUS - Pode ser visto como a estrela da tarde até finais de maio.
MARTE - Pode ser visto na constelação de Balança onde apenas é visível no céu ao amanhecer.
JÚPITER - Pode ser visto ao amanhecer na constelação de Sagitário.
SATURNO - Pode ser visto no afinal de janeiro, antes do nascimento do sol, na constelação de Sagitário.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
31-1 | -1,4 | 18:18:01 | 10° | NO | 18:19:54 | 14° | N | 18:21:47 | 10° | NNE | visível |
31-1 | -1,1 | 19:54:58 | 10° | NNO | 19:55:48 | 14° | NNO | 19:55:48 | 14° | NNO | visível |
1-2 | -1,9 | 19:07:30 | 10° | NNO | 19:09:53 | 18° | NNE | 19:10:16 | 17° | NNE | visível |
2-2 | -1,6 | 18:19:57 | 10° | NNO | 18:22:04 | 15° | N | 18:24:10 | 10° | NE | visível |
2-2 | -1,6 | 19:56:22 | 10° | NO | 19:57:46 | 21° | NNO | 19:57:46 | 21° | NNO | visível |
3-2 | -2,6 | 19:08:53 | 10° | NO | 19:11:52 | 28° | NNE | 19:12:22 | 27° | NE | visível |
4-2 | -2,2 | 18:21:24 | 10° | NNO | 18:24:05 | 21° | NNE | 18:26:47 | 10° | ENE | visível |
4-2 | -2,4 | 19:57:51 | 10° | NO | 20:00:02 | 37° | ONO | 20:00:02 | 37° | ONO | visível |
5-2 | -3,7 | 19:10:15 | 10° | NO | 19:13:36 | 61° | NNE | 19:14:52 | 33° | E | visível |
6-2 | -3,1 | 18:22:42 | 10° | NO | 18:25:55 | 39° | NNE | 18:29:07 | 10° | E | visível |
6-2 | -1,9 | 19:59:43 | 10° | ONO | 20:02:36 | 26° | SO | 20:02:53 | 26° | SO | visível |
7-2 | -2,7 | 19:11:50 | 10° | ONO | 19:15:05 | 45° | SO | 19:18:08 | 11° | SSE | visível |
8-2 | -3,6 | 18:24:06 | 10° | NO | 18:27:29 | 81° | SO | 18:30:51 | 10° | SE | visível |
9-2 | -0,8 | 19:14:09 | 10° | O | 19:16:17 | 16° | SO | 19:18:25 | 10° | S | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
O telescópio EROSITA
(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)
(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)
Imagem do Mês
Este belo campo estelar estende-se pelo equivalente de quatro luas cheias (cerva de 2 graus) através da constelação heróica, do norte, de Perseu. Com várias exposições telescópicas realizadas durante as noites de 24, 26 e 28 de janeiro, contem o famoso par de aglomerados estelares abertos ou galáticos h e Chi Persei, em conjunto com o cometa PanSTARRS (C/2017 T2) capturado noite, após noite, à medida que se deslocava da esquerda para a direita na imagem. Também catalogados como NGC 869 (o da direita) e NGC 884, estes aglomerados de estrelas estão a cerca de 7000 anos-luz da Terra e contêm estrelas muito mais novas e quentes do que o Sol. Separados por apenas algumas centenas de anos-luz, estes aglomerados são 13 mil milhões mais novos do que o nosso Sol, baseado esse calculo nas idades das suas estrelas tomadas individualmente, evidenciando que são produto da mesma região de formação estelar. Descoberto em 2017 quando ainda estava na órbita de Saturno, o cometa PanSTARRs é um novo visitante do sistema solar e passará apenas a 13 minutos-luz do nosso planeta. Sempre uma ótima visão com binóculos, o Duplo Aglomerado é mesmo visível a olho nu nas localizações mais escuras. C/2017 T2 permanece um cometa que apenas se pode ver com telescópio. Um dos mais brilhantes cometas previstos para 2020 terá a sua maior aproximação ao Sol no início de maio.
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
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