maio 2019










Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande

Maio de 2019



O planeta Saturno nem sempre teve anéis




     A análise dos dados, obtidos nos últimos dias da nave espacial da NASA Cassini, sugerem que os anéis de Saturno são um acrescento tardio e podem estar relacionados com a formação (e destruição) das suas luas.
     À medida que a Cassini ía caindo para o vazio, os operadores da missão reencaminharam a sua rota para esta fazer 22 mergulhos temerários entre o planeta e os seus anéis. Todas as vezes que passava entre ambos, a nave sentia os puxões gravitacionais quer do planeta, quer dos seus anéis.
     Luciano Iess (Universidade Sapienza de Roma) e a sua equipa, comunicaram que os anéis de Saturno têm uma massa de 1,5 X 1019 Kg. Isto equivale aproximadamente a 40% da massa da lua média de Saturno, Midas.
     Os dados da Cassini também indicaram que cai cerca de 10 vezes mais poeira estelar nos anéis de Saturno do que aquilo que era esperado, mostrando que estes não podem ser tão antigos e continuarem a brilhar como brilham. Esta baixa medição da massa, combinada com a informação da poeira espacial e ainda com as simulações da evolução dos anéis, sugere que estes são recentes, aproximadamente entre 10 milhões a 100 milhões de anos.
     Estes resultados vão ao encontro do trabalho de James O'Donaghue e da sua equipa (NASA Goddard), apresentado na publicação Icarus, onde re-analizaram os dados de 2011 do telescópio Keck II, situado em Mauna Kea, no Havai. Descobriram que as partículas dos anéis gelados, para além da chuva de poeira provocada pela gravidade no equador do planeta, também fluem ao longo das linhas do campo magnético, moldando a química da  atmosfera exterior do planeta. Ao combinar esta análise com os dados da Cassini, a equipa de O'Donaghue situa a idade dos anéis em menos de cem milhões de anos.
     Tradicionalmente, a idade dos anéis costuma ser idêntica à de várias luas geladas, de tamanho médio, de Saturno. Alguns cientistas planetários pensam que estes satélites se formaram a partir dos detritos de uma anterior geração de luas. Quer esta destruição de uma antiga geração de luas de Saturno, quer como é que o sistema de anéis pode estar ligado a ela, permanecem desconhecidos. Todavia, é difícil de compreender porque é que os detritos que formaram os anéis migraram para tão próximo do planeta, em vez de se juntarem formando outras luas, numa posição mais longínqua, afirma no artigo a equipa de Iess. Uma ideia alternativa é que Saturno atraiu um cometa ou um asteróide gelado e despedaçou-os, enfeitando-se com os destroços.    

Fonte: Sky & Telescope - maio 2019, Vol. 137, n.º 5, p. 11  
Camille M. Carlisle & Monica Young (adaptado)


        

Não houve declínio dos dinossauros


O que é que se passou antes da catástrofe do fim do Cretáceo: declínio dos dinossauros ou uma fossilização mais difícil?

        A brutal extinção dos dinossauros aconteceu há cerca de 66 milhões de anos, como consequência do impacto de um asteróide gigante. Todavia, alguns investigadores consideram que estes animais já se encontravam em declínio, antes do seu desaparecimento repentino, declínio que estaria ligado às significativas alterações climáticas que marcaram os últimos milhões de anos do reinado dos dinossauros. Num novo estudo, a equipa de Alfio Alessandro Chiarenza, do Colégio Imperial de Londres, sugere que o cenário do declínio está errado.
     A hipótese do lento crepúsculo dos dinossauros apoia-se, em parte, sobre os arquivos fósseis disponíveis na América do Norte, assim como sobre modelos matemáticos que indicam um empobrecimento da diversidade das espécies durante o Cretáceo tardio.
     É importante realçar que o registo fóssil está localizado principalmente na parte ocidental do continente norte-americano, onde as condições eram mais propícias à fossilização, devido há existência de grande abundância de sedimentos. Estes sedimentos permitem um enterramento rápido dos cadáveres. Para não se limitar apenas às informações do registo fóssil, Alfio Alessandro Chiarenza e a sua equipa utilizaram o método dito de modelização dos nichos ecológicos. Determinaram as condições ambientais, tais como as temperaturas e o volume das precipitações, que necessitava cada espécie de dinossauro para sobreviver. Depois, utilizando os modelos que reconstituem o clima passado, do continente norte-americano, cartografaram os habitats e preencheram-nos com os critérios dos nichos ecológicos de cada espécie. Mostraram que estes habitats eram numerosos na América do Norte no fim do Cretáceo, mas que correspondem a regiões pouco propícias para a fossilização. Este facto explicaria o pequeno número de fósseis, atribuído, erradamente, a um declínio dos dinossauros.



Fonte: Pour La Science- maio 2019, n.º 499, p. 9
Sébastien Bohler  (adaptado)




O que posso observar no céu de maio?


13 - Lua no perigeu a 369 031 Km da Terra - 22:53
17 - Atividade máxima das Eta Aquáridas (40/hora) - até 28/05
26 - Lua no apogeu a 404 110 Km da Terra - 14:27

Céu visível às 21:00 horas do dia 1 de maio em Lisboa mostrando o planeta Marte.






Fases da Lua em maio


04 - às 23h 45min - nova

12 - às 02h 12min - crescente

18 - 22h 11min - cheia 

  26 - às 17h 34min - minguante









Planetas visíveis a olho nu em maio

MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível de manhã, por volta do instante do começo do crepúsculo civil, até 14 de maio. Depois reaparece de tarde a partir de 29 de maio.

VÉNUS - Pode ser visto como estrela da manhã.

MARTE - Pode ser visto na constelação de Gémeos. 

JÚPITER - Neste mês estará visível durante toda a noite.

SATURNO - É visível toda a noite, na constelação de Sagitário. 


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)

DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
1-5-3,205:03:3530°SSO05:04:4947°SE05:08:0110°ENEvisível
2-5-1,904:14:4424°ESE04:14:4424°ESE04:16:5410°ENEvisível
2-5-2,905:47:2810°O05:50:3439°NNO05:53:4310°NEvisível
3-5-3,704:58:3337°OSO04:59:4066°NNO05:02:5810°NEvisível
4-5-3,004:09:3348°E04:09:3348°E04:12:0710°ENEvisível
4-5-1,905:42:5810°ONO05:45:3922°NNO05:48:2210°NEvisível
5-5-0,903:20:3014°ENE03:20:3014°ENE03:21:0610°ENEvisível
5-5-2,404:53:1422°ONO04:54:3831°NNO04:57:3910°NEvisível
6-5-2,804:04:0845°N04:04:0845°N04:06:5410°NEvisível
6-5-1,305:38:4010°NO05:40:5016°NNO05:42:5910°NNEvisível
7-5-1,103:14:5819°NE03:14:5819°NE03:16:0410°NEvisível
7-5-1,504:47:4212°ONO04:49:4220°NNO04:52:1310°NNEvisível
8-5-2,003:58:3026°NNO03:58:3726°NNO04:01:2810°NEvisível
8-5-1,005:34:1610°NO05:36:0214°N05:37:4910°NNEvisível
9-5-1,203:09:1522°NNE03:09:1522°NNE03:10:4210°NEvisível
9-5-1,004:42:5110°NO04:44:5015°N04:46:4910°NNEvisível
10-5-1,303:52:4116°NO03:53:3917°NNO03:55:5810°NNEvisível
10-5-0,905:29:2210°NNO05:31:1314°N05:33:0410°NEvisível
  
Como usar esta grelha:


Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/



Vídeo do Mês







O último dia dos dinossauros

(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)



Imagem do Mês





A nebulosa do olho de gato em luz visível e raios X

         Para alguns, esta nebulosa parece-se com um olho de um gato. Para outros, parece-se mais com uma concha cósmica gigante. É atualmente uma das mais brilhantes e mais detalhadas nebulosas planetárias conhecidas, composta por gás expelido na breve, mas gloriosa fase, próxima do fim da vida, de uma estrela do tipo solar. A estrela central da nebulosa, e que está a morrer, pode ter produzido as conchas concêntricas circulares ao encolher as camadas externas, numa série de convulsões regulares. Todavia, a formação destas belas estruturas internas, complexas e simétricas, ainda não são bem entendidas. Esta imagem resulta de uma combinação de uma detalhada fotografia digital obtida pelo Telescópio Espacial Hubble e luz de raios X capturada pelo Observatório Chandra que está em órbita da Terra. Esta requintada estrutura espacial flutuante estende-se quase por meio ano-luz. Claro que, olhando para este Olho de Gato, a humanidade pode estar a ver o futuro do nosso Sol, destinado a evoluir para a sua própria fase de nebulosa planetária... daqui a 5 mil milhões de anos, aproximadamente.             
Fonte: www.nasa.gov

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