abril 2019
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Abril de 2019
No interior de rochas com uma idade de 2,1 mil milhões de anos, da bacia sedimentar de Franceville, no Gabão, a equipa de Abderrazzak El Albani, geólogo do instituto de química dos meios e materiais de Poitiers (CNRS - universidade de Poitiers), já tinham identificado fósseis de organismos pluricelulares. Nessas mesmas rochas, esta equipa acaba de descobrir os mais antigos traços fósseis de deslocação de um organismo desse tipo. Reconstituídos informaticamente em três dimensões através da microtomografia de raios X, estes traços mais ou menos sinuosos atravessam as finas camadas que constituem o sedimento. A sua composição química prova que eles são contemporâneos do depósito sedimentar e a sua forma tubular, com apenas alguns milímetros de diâmetro, evoca um tubo de minhoca na maré vasa. Medindo até 17 centímetros de comprimento, estas mangueiras muito antigas parecem a progressão, há 2,1 mil milhões de anos, de um organismo na maré vasa de um mar pouco profundo. A equipa perfurou os biofilmes fossilizados intercalados entre as camadas sedimentares, que terão constituído «minas» de nutrientes para as quais foram a atirados estes terráqueos primitivos.
Parecer-se-íam com quê? Provavelmente a um ser composto de células capazes de se reagrupar e de se organizar para migrarem. A amiba Dictyostelium discoideum, um organismo eucariota (estas células têm núcleos) que, da coleção das amibas unicelulares, passam ao estado de «lesma» multicelular, dotadas de mobilidade, poderão ser algo de análogo a esse antigo organismo.
François Savatier (adaptado)
As abelhas são boas em matemática
As abelhas tem capacidades cognitivas suficientes para adicionar e subtrair |
A abelha tem a reputação de possuir ricas capacidades cognitivas. Aurora Avarguès-Weber, da universidade de Toulouse e colegas da universidade de Melbourne, na Austrália, sob a direção de Adrien Dyer, interessaram-se por essas capacidades matemáticas. Acabam de mostrar que a abelha é capaz de adicionar e subtrair.
Nas experiências realizadas, os insetos eram confrontados com um labirinto em Y com uma entrada e com dois corredores que os obrigavam a escolher: um «bom», o corredor que levava a uma recompensa, uma solução açucarada, e um «mau» corredor, com uma solução de quinino amargo. Na entrada do labirinto, havia um sinal afixado com elementos de 1 a 5, todos azuis ou todos amarelos. A cor azul estava codificada para a adição de um elemento, e a cor amarela para a subtração de um elemento. No labirinto, um dos dois corredores tinha o número correto de elementos, o outro não. Ao início as abelhas escolhiam de forma aleatória o corredor, depois, ao longo de uma fase de aprendizagem, assimilaram as regras, ou seja, o papel da cor para a boa tomada de decisão no labirinto. A cada ensaio, os sinais eram dispostos de forma aleatória, o corredor bom não era sempre o mesmo, os dois sinais variavam.
Após cerca de cem ensaios para cada abelha (4 a 7 horas), a probabilidade de sucesso atingiu os 80%, uma percentagem muito acima de uma escolha feita aleatoriamente.
Esta capacidade de somar e subtrair é complexa, já que é preciso dominar a noção de número, bem como fazer apelo à memória de longa duração e ainda o trabalho para resolver o problema. O tamanho do cérebro da abelha, ainda que modesto, não parece ser um obstáculo ou um fator limitador. Os criadores das inteligências artificiais ir-se-ão inspirar nelas para inventar sistemas mais performativos?.
Nas experiências realizadas, os insetos eram confrontados com um labirinto em Y com uma entrada e com dois corredores que os obrigavam a escolher: um «bom», o corredor que levava a uma recompensa, uma solução açucarada, e um «mau» corredor, com uma solução de quinino amargo. Na entrada do labirinto, havia um sinal afixado com elementos de 1 a 5, todos azuis ou todos amarelos. A cor azul estava codificada para a adição de um elemento, e a cor amarela para a subtração de um elemento. No labirinto, um dos dois corredores tinha o número correto de elementos, o outro não. Ao início as abelhas escolhiam de forma aleatória o corredor, depois, ao longo de uma fase de aprendizagem, assimilaram as regras, ou seja, o papel da cor para a boa tomada de decisão no labirinto. A cada ensaio, os sinais eram dispostos de forma aleatória, o corredor bom não era sempre o mesmo, os dois sinais variavam.
Após cerca de cem ensaios para cada abelha (4 a 7 horas), a probabilidade de sucesso atingiu os 80%, uma percentagem muito acima de uma escolha feita aleatoriamente.
Esta capacidade de somar e subtrair é complexa, já que é preciso dominar a noção de número, bem como fazer apelo à memória de longa duração e ainda o trabalho para resolver o problema. O tamanho do cérebro da abelha, ainda que modesto, não parece ser um obstáculo ou um fator limitador. Os criadores das inteligências artificiais ir-se-ão inspirar nelas para inventar sistemas mais performativos?.
O que posso observar no céu de abril?
1 - Lua no apogeu a 405 577 Km da Terra - 01:14
1 - Lua a 3ºS de Vénus - 05:00
3 - Lua a 4ºS de Mercúrio - 00:00
16 - Marte a 7ºN de Aldebarã - 23:00
16 - Lua no perigeu a 364 204 Km da Terra - 23:05
23 - Pico da chuva de meteoros das Lirídeas
23 - Lua a 1,6ºN de Júpiter - antes do amanhecer
27 - Lua a 1,9ºN de Júpiter - 03:00
28 - Lua no apogeu a 404 583 Km da Terra - 19:20
Fases da Lua em abril
05 - às 09h 50min - nova
12 - às 20h 06min - crescente
19 - 12h 12min - cheia
12 - às 20h 06min - crescente
19 - 12h 12min - cheia
26 - às 23h 18min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em abril
MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível de manhã, por volta do instante do começo do crepúsculo civil, a partir de 22 de março a 14 de maio.
VÉNUS - Pode ser visto como estrela da manhã.
MARTE - Pode ser visto ao anoitecer na constelação de Touro.
JÚPITER - Neste mês estará visível durante toda a noite.
SATURNO - Em meados de abril torna-se visível durante mais de metade da noite.
VÉNUS - Pode ser visto como estrela da manhã.
MARTE - Pode ser visto ao anoitecer na constelação de Touro.
JÚPITER - Neste mês estará visível durante toda a noite.
SATURNO - Em meados de abril torna-se visível durante mais de metade da noite.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
26-4 | -1,1 | 06:04:13 | 10° | SSE | 06:05:56 | 13° | SE | 06:07:39 | 10° | E | visível |
28-4 | -2,4 | 05:57:29 | 10° | SSO | 06:00:30 | 33° | SE | 06:03:32 | 10° | ENE | visível |
29-4 | -1,6 | 05:08:00 | 13° | S | 05:09:47 | 18° | SE | 05:12:10 | 10° | E | visível |
30-4 | -3,8 | 05:51:59 | 11° | SO | 05:55:12 | 89° | SE | 05:58:31 | 10° | NE | visível |
1-5 | -3,2 | 05:03:08 | 30° | SSO | 05:04:21 | 47° | SE | 05:07:33 | 10° | ENE | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
O início da vida na Terra
(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)
(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)
Imagem do Mês
NGC 1333 é observada na luz visível como uma nebulosa de reflexão, dominada pelos tons azulados, característicos da reflexão das estrelas pelo pó interestelar. A uns meros 1000 anos-luz da constelação do herói Perseu, situa-se na fronteira de uma grande nuvem molecular de formação de estrelas. Esta impressionante imagem abrange, no céu, cerca de duas luas cheias ou quase 15 anos-luz tendo em conta a distância estimada da NGC 1333. A imagem mostra detalhes reveladores desta poeirenta região de contrastantes emissões vermelhas dos objetos Herbig-Haro, jatos e gás brilhante emanados das estrelas recentemente formadas. De facto, a NGC 1333 contem centenas de estrelas com menos de um milhão de anos, a maioria escondida dos telescópios óticos pela poeira estelar. Este ambiente caótico poderá ser semelhante ao ambiente onde o nosso Sol se formou há cerca de 4,5 mil milhões de anos.
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
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