novembro 2018
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Extraterrestres no jardim
Após uma longa viagem, um astronauta desembarca num planeta longínquo, desconhecido e explora-o. Descobre rapidamente uma forma de vida, muito diferente da que está habituado. Não é possível qualquer tipo de linguagem. O explorador dá rapidamente conta que estes extraterrestres não têm más intenções e sente uma simpatia por eles, mas não os tenta compreender. É assim que o botânico Francis Hallé descreve as nossas relações com o mundo vegetal e as árvores em particular.
Vivemos no mesmo planeta, temos algumas nos nossos jardins, mas apenas para as explorar. «Há qualquer coisa, diz-nos o filósofo Emanuele Coccia, que nos impede de reconhecer aos pinheiros, às roseiras ou aos dentes-de-leão o mesmo estatuto que reconhecemos não apenas a nós , os humanos, mas também aos cães, aos gatos, às aves.».
Este movimento está em vias de se alterar, quer junto do grande público, quer na comunidade científica. O primeiro plebiscito vem da "A Vida Secreta das Árvores", do engenheiro florestal Peter Wohlleben. Em seguida descobrem-se as capacidades insuspeitas dos vegetais e dos benefícios que nos dão.
Como para nos podermos perdoar de as ter neglicenciado durante tanto tempo e talvez para melhor nos aproximarmos delas e melhor as compreendermos, tratamos as plantas com um excesso de antropomorfismo, por exemplo conferindo-lhe uma «inteligência» equivalente à nossa. É um erro (...). (...) para lhes fazer justiça devemos interessar-nos pelas plantas pelo o que elas são, ou seja, que são seres excecionais. De qualquer maneira, «dizer que as plantas são inteligentes, diz-nos Francis Hallé, é subestimá-las...».
Loïc Mangin (adaptado )
As células animais e vegetais têm muitos pontos em comum (núcleo, retículo endoplasmático, mitocôndrias...). Todavia, elas distinguem-se a dois níveis. Em primeiro lugar, as células vegetais contêm cloroplastos, organitos, onde se desenvolve a fotosíntese e um vacúolo, onde são armazenados os detritos, as toxinas... Este vacúolo ocupa, por vezes, a parte essencial do volume celular.
Depois, as células vegetais estão cercadas por uma parede rica em microfibrilas de celulose (a membrana): com uma espessura média de 200 nanometros, resiste a pressões de 15 bars. Esta armadura confere ao vegetal as suas propriedades mecânicas e permite assim a sequóia Libby de chegar aos 112 metros de altura no parque nacional de Redwood, na Califórnia.
Outra particularidade das plantas é que essa parede está perfurada com plasmodesmos: com eles todas as células ficam assim ligadas numa rede onde circulam compostos, alguns agente patogénicos e mesmo sinais elétricos.
Depois, as células vegetais estão cercadas por uma parede rica em microfibrilas de celulose (a membrana): com uma espessura média de 200 nanometros, resiste a pressões de 15 bars. Esta armadura confere ao vegetal as suas propriedades mecânicas e permite assim a sequóia Libby de chegar aos 112 metros de altura no parque nacional de Redwood, na Califórnia.
Outra particularidade das plantas é que essa parede está perfurada com plasmodesmos: com eles todas as células ficam assim ligadas numa rede onde circulam compostos, alguns agente patogénicos e mesmo sinais elétricos.
Lago de água descoberto em Marte
A segunda mais antiga e operacional das sondas marcianas, a Mars Express, da Agência Espacial Europeia, detetou a existência de água líquida em Marte.
O que diferencia esta descoberta de outras do mesmo teor feitas no passado? Em primeiro lugar, os dados vieram de um instrumento diferente que examinou uma nova localização em Marte. Mas mais importante do que isso é que a primeira observação que mostra um corpo de água existente atualmente e que se mantém líquida.
Os resultados vieram do Mars Advanced Radar for Subsurface e do instrumento Ionosphere Sounding (MARSIS).
Durante a maior parte dos 15 anos passados em Marte, MARSIS mostrou os detalhes da estrutura interna dos depósitos das camadas polares, camadas com poeira e gelo e que existem em ambos os pólos. Recentemente, a equipa que manipula o instrumento interessou-se por uma região de depósitos sulistas, onde a superfície é muito calma, tornando mais fácil estudar os depósitos sem a perturbação de outros camadas. MARSIS analisou intensamente esta região desde o dia 29 de Maio, de 2012, até ao dia 27 de dezembro, de 2015, fazendo 29 radiogramas
Num sítio particular, as análises atingiam sempre um local interno brilhante a cerca de 1,5 Km abaixo da superfície. Esta incomum mancha refletora, que persistiu durante três anos, sugeriu um material muito diferente do gelo existente encima ou das rochas existentes embaixo de Marte. Os investigadores explicaram que o mais provável era ser um lago salgado.
Porque é que é salgado? A previsão da temperatura dos depósitos da camada de base do sul polar é de -68ºC, e a água líquida pura não pode existir nestas temperaturas tão baixas. Na Terra, onde os lagos subglaciais, na Antártida, podem atingir temperaturas tão baixas como -13ºC, acontece porque o ponto de congelamento das suas águas desce devido às grandes quantidades de sal neles existentes. Marte tem sais de sódio, magnésio e cálcio que se estiverem suficientemente concentrados podem descer o ponto de congelação da água até -75ªC. Assim, é fisicamente possível que um lago muito salgado persista por baixo da capa do sul polar marciano.
O que diferencia esta descoberta de outras do mesmo teor feitas no passado? Em primeiro lugar, os dados vieram de um instrumento diferente que examinou uma nova localização em Marte. Mas mais importante do que isso é que a primeira observação que mostra um corpo de água existente atualmente e que se mantém líquida.
Os resultados vieram do Mars Advanced Radar for Subsurface e do instrumento Ionosphere Sounding (MARSIS).
Durante a maior parte dos 15 anos passados em Marte, MARSIS mostrou os detalhes da estrutura interna dos depósitos das camadas polares, camadas com poeira e gelo e que existem em ambos os pólos. Recentemente, a equipa que manipula o instrumento interessou-se por uma região de depósitos sulistas, onde a superfície é muito calma, tornando mais fácil estudar os depósitos sem a perturbação de outros camadas. MARSIS analisou intensamente esta região desde o dia 29 de Maio, de 2012, até ao dia 27 de dezembro, de 2015, fazendo 29 radiogramas
Num sítio particular, as análises atingiam sempre um local interno brilhante a cerca de 1,5 Km abaixo da superfície. Esta incomum mancha refletora, que persistiu durante três anos, sugeriu um material muito diferente do gelo existente encima ou das rochas existentes embaixo de Marte. Os investigadores explicaram que o mais provável era ser um lago salgado.
Porque é que é salgado? A previsão da temperatura dos depósitos da camada de base do sul polar é de -68ºC, e a água líquida pura não pode existir nestas temperaturas tão baixas. Na Terra, onde os lagos subglaciais, na Antártida, podem atingir temperaturas tão baixas como -13ºC, acontece porque o ponto de congelamento das suas águas desce devido às grandes quantidades de sal neles existentes. Marte tem sais de sódio, magnésio e cálcio que se estiverem suficientemente concentrados podem descer o ponto de congelação da água até -75ªC. Assim, é fisicamente possível que um lago muito salgado persista por baixo da capa do sul polar marciano.
O que posso observar no céu de novembro?
6 - Lua a 10ºN de Vénus - 02:00
9 - Mercúrio a 1,8ºN de Antares - 06:00
14 - Lua no apogeu a 404 340 Km da Terra - 15:56
16 - Lua a 1ºS de Marte - 06:00
17 - Pico da chuva de meteoros das Leónidas
26 - Lua no perigeu a 366 620 Km da Terra - 12:12
9 - Mercúrio a 1,8ºN de Antares - 06:00
14 - Lua no apogeu a 404 340 Km da Terra - 15:56
16 - Lua a 1ºS de Marte - 06:00
17 - Pico da chuva de meteoros das Leónidas
26 - Lua no perigeu a 366 620 Km da Terra - 12:12
Fases da Lua em novembro
07 - às 16h 02min - nova
15 - às 14h 54min - crescente
23 - 05h 39min - cheia
15 - às 14h 54min - crescente
23 - 05h 39min - cheia
30 - às 00h 19min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em novembro
MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de tarde, por volta do instante do fim do crepúsculo civil, de 4 de outubro a 21 de novembro.
VÉNUS - Poderá ser visto como estrela da manhã, mantendo-se visível até ao final de novembro.
MARTE - Pode ser visto toda a noite na constelação de Capricórnio e Aquário.
JÚPITER - Em meados de novembro deixa de ser visto por estar muito perto do Sol.
SATURNO - Só é visível observá-lo ao anoitecer.
VÉNUS - Poderá ser visto como estrela da manhã, mantendo-se visível até ao final de novembro.
MARTE - Pode ser visto toda a noite na constelação de Capricórnio e Aquário.
JÚPITER - Em meados de novembro deixa de ser visto por estar muito perto do Sol.
SATURNO - Só é visível observá-lo ao anoitecer.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
Visibilidade da Estação Espacial Internacional
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
26-11 | -2,9 | 18:56:38 | 10° | O | 18:59:44 | 40° | NNO | 18:59:50 | 40° | NNO | visível |
27-11 | -3,7 | 18:04:18 | 10° | OSO | 18:07:32 | 71° | NO | 18:09:54 | 17° | NE | visível |
27-11 | -0,6 | 19:42:10 | 10° | ONO | 19:42:34 | 12° | NO | 19:42:34 | 12° | NO | visível |
28-11 | -2,1 | 18:49:25 | 10° | ONO | 18:52:07 | 23° | NNO | 18:52:33 | 22° | N | visível |
29-11 | -2,6 | 17:56:47 | 10° | O | 17:59:48 | 34° | NNO | 18:02:30 | 12° | NE | visível |
30-11 | -1,7 | 18:42:23 | 10° | NO | 18:44:34 | 16° | NNO | 18:45:03 | 16° | N | visível |
1-12 | -1,9 | 17:49:34 | 10° | ONO | 17:52:08 | 21° | NNO | 17:54:42 | 10° | NNE | visível |
2-12 | -1,5 | 18:35:17 | 10° | NO | 18:37:02 | 14° | N | 18:37:26 | 13° | N | visível |
3-12 | -1,6 | 17:42:29 | 10° | NO | 17:44:32 | 15° | NNO | 17:46:34 | 10° | NNE | visível |
4-12 | -1,6 | 18:27:48 | 10° | NNO | 18:29:29 | 13° | N | 18:29:46 | 13° | N | visível |
5-12 | -1,5 | 17:35:15 | 10° | NO | 17:36:56 | 13° | N | 17:38:38 | 10° | NNE | visível |
5-12 | -1,0 | 19:11:57 | 10° | NNO | 19:12:18 | 12° | NNO | 19:12:18 | 12° | NNO | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
Peter Wohlleben e a Vida Secreta das Árvores
(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)
(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)
Imagem do Mês
Mais conhecida como a estrela Carmesim de Hind, a R Leporis é uma estrela rara no céu noturno do planeta Terra. Possui também uma chocante sombra vermelha. Quem descobriu esta estrela no século XIX foi o astrónomo inglês John Russel Hind, que disse que ela lhe apareceu no telescópio como "....uma gota de sangue num campo negro.". Localizada a 1360 anos-luz de distância, na constelação da Lebre, é uma estrela variável do tipo mira, variando o seu brilho num período de cerca de 14 meses. Sabe-se agora que R Leporis é uma estrela de carbono, uma fria gigante vermelha com extrema abundância em carbono. Embora seja verdade que as estrelas frias radiam a maior parte da sua energia no vermelho e infravermelho, as moléculas de carbono absorvem fortemente o que resta da luz azul e dão às estrelas de carbono um extraordinária cor vermelha. R Leporis está a perder a sua rica atmosfera de carbono para o material interestelar envolvente devido a fortes ventos estelares, podendo estar a transformar-se numa nebulosa planetária.
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
Comentários
Enviar um comentário