janeiro 2017
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Como a cannabis perturba a memória
A cannabis é conhecida por perturbar a memória, no curto e no longo prazo. Sabe-se que no cérebro, o seu composto ativo, o THC (delta9-tetra-hidrocabinol), fixa-se em recetores chamados de cannabinoides e em particular no recetor CB1, o que modifica a atividade dos neurónios e de outras células cerebrais. Mas até agora desconhecia-se como é que o THC alterava diretamente a memória. A equipa de Giovanni Marsicano, do neurocentro Magendie do Inserm, em Bordéus, talvez tenha encontrado a resposta: o THC perturba o funcionamento das centrais energéticas das células, as mitocôndrias.
Ora, sem energia, não há atividade. No interior das células, as mitocôndrias convertem o oxigénio e os nutrientes em energia (como ATP), necessário a todos os processos bioquímicos. Qualquer que seja a tarefa cognitiva, os neurónios consomem ATP para se ativarem, comunicarem ou criarem conexões com os neurónios vizinhos. O cérebro apenas representa 2% do peso do corpo, mas consome 25% da sua energia! As anomalias das mitocôndrias estão associadas a problemas neurológicos e psiquiátricos por vezes graves. Mas nunca se tinha demostrado diretamente a importância das mitocôndrias nas funções cerebrais.
Giovanni Marsicano e a sua equipa mataram dois coelhos com uma cajadada. Descobriram que existe um recetor do THC na membrana das mitocôndrias - chamado mtCB1. Criaram ratos geneticamente modificados para não exprimirem esse recetor nas mitocôndrias dos neurónios do hipocampo, o centro cerebral da memória. Para fazer isso, serviram-se de um vírus não patogénico portador de um gene que modifica a expressão do mtCB1 e injectaram-no no hipocampo dos ratos.
Os investigadores submeteram então estes roedores, desprovidos do recetor mtCB1, e ratos normais, a uma tarefa de reconhecimento de um novo objeto, que permite avaliar a memorização. Dentro de um compartimento, os animais examinavam dois objetos durante um certo período de tempo. Depois, um dos objetos era substituído por outro. Se a sua memória funcionar corretamente, os ratos passarão mais tempo a observar o novo objeto do que o outro que já lá se encontrava e que já conheciam. Se andarem à volta dos dois objetos, é porque a sua memória é deficiente. Finalmente, Marsicano e os seus colegas administraram THC nalguns ratos dos dois grupos.
Os resultados são flagrantes: a cannabis torna os ratos normais amnésicos, mas não aqueles que não possuíam o recetor mtCB1 mitochondrial no hipocampo. É a prova que o THC altera diretamente a atividade das mitocôndrias, via mtCB1, e que as células do hipocampo não possuem assim a energia suficiente para funcionarem. Para além disso, graças à análise de fatias do hipocampo dos ratos, os neurobiólogos mostraram que são na realidade os recetores mtCB1 que perturbam as vias de sinalização mitocondrial e, em seguida, a excitação dos neurónios.
Portanto, as mitocôndrias contribuem para a memorização, ao transportarem a energia necessária para o funcionamento dos neurónios e a cannabis bloqueia a atividade das mitocôndrias. Assim, novos atores celulares das funções cerebrais acabam de ser descobertos.
Ora, sem energia, não há atividade. No interior das células, as mitocôndrias convertem o oxigénio e os nutrientes em energia (como ATP), necessário a todos os processos bioquímicos. Qualquer que seja a tarefa cognitiva, os neurónios consomem ATP para se ativarem, comunicarem ou criarem conexões com os neurónios vizinhos. O cérebro apenas representa 2% do peso do corpo, mas consome 25% da sua energia! As anomalias das mitocôndrias estão associadas a problemas neurológicos e psiquiátricos por vezes graves. Mas nunca se tinha demostrado diretamente a importância das mitocôndrias nas funções cerebrais.
Giovanni Marsicano e a sua equipa mataram dois coelhos com uma cajadada. Descobriram que existe um recetor do THC na membrana das mitocôndrias - chamado mtCB1. Criaram ratos geneticamente modificados para não exprimirem esse recetor nas mitocôndrias dos neurónios do hipocampo, o centro cerebral da memória. Para fazer isso, serviram-se de um vírus não patogénico portador de um gene que modifica a expressão do mtCB1 e injectaram-no no hipocampo dos ratos.
Os investigadores submeteram então estes roedores, desprovidos do recetor mtCB1, e ratos normais, a uma tarefa de reconhecimento de um novo objeto, que permite avaliar a memorização. Dentro de um compartimento, os animais examinavam dois objetos durante um certo período de tempo. Depois, um dos objetos era substituído por outro. Se a sua memória funcionar corretamente, os ratos passarão mais tempo a observar o novo objeto do que o outro que já lá se encontrava e que já conheciam. Se andarem à volta dos dois objetos, é porque a sua memória é deficiente. Finalmente, Marsicano e os seus colegas administraram THC nalguns ratos dos dois grupos.
Os resultados são flagrantes: a cannabis torna os ratos normais amnésicos, mas não aqueles que não possuíam o recetor mtCB1 mitochondrial no hipocampo. É a prova que o THC altera diretamente a atividade das mitocôndrias, via mtCB1, e que as células do hipocampo não possuem assim a energia suficiente para funcionarem. Para além disso, graças à análise de fatias do hipocampo dos ratos, os neurobiólogos mostraram que são na realidade os recetores mtCB1 que perturbam as vias de sinalização mitocondrial e, em seguida, a excitação dos neurónios.
Portanto, as mitocôndrias contribuem para a memorização, ao transportarem a energia necessária para o funcionamento dos neurónios e a cannabis bloqueia a atividade das mitocôndrias. Assim, novos atores celulares das funções cerebrais acabam de ser descobertos.
Fonte: Pour la Science - janeiro 2017 - n.º 471, p. 8 - Bénédicte Salthun-Lassalie (adaptado)
3 - A chuva de meteoros das Quadrântidas atinge o seu pico num céu sem Lua
4 - Terra no periélio, a 147 094 milhões de quilómetros do Sol - 14:00
10 - Lua no perigeu a 363 239 Km da Terra - 06:01
12 - Vénus na sua maior elongação este - 13:00
15 - Lua a 0,8ºS de Régulo - 05:00
19 - Lua a 3ºN de Júpiter - 05:00
19 - Mercúrio na sua maior elongação oeste - 10:00
20 - Júpiter a 4ºN de Espiga - 21:00
22 - Lua no apogeu a 404 914 Km da Terra - 00:14
Enorme meteorito (Gancedo) encontrado na Argentina
Uma equipa de escavação tirou "Gancedo", que se estima pesar 30 toneladas, de um conhecido campo de meteoritos na Argentina |
Uma equipa na Argentina escavou um monstro: um pedaço de um meteorito de ferro-níquel com 30 toneladas. Para comparação, o máximo peso legal, nos E.U.A., de um camião de 18 rodas é de 40 toneladas.
Batizado de "Gancedo", devido à proximidade de uma cidade com esse nome, a rocha foi encontrada no centro do Campo del Cielo (Campo do Céu), um campo de meteoritos a noroeste de Buenos Aires, onde se sabe que a massa total desses meteoritos ultrapassa as 100 toneladas. Uma equipa local da Associação de Astronomia de Chaco tirou esta grande rocha do chão em 10 de setembro e imagens do acontecimento rapidamente se espalharam pela internet.
Gancedo caiu na Terra entre os 4000 e os 6000 anos. As gentes locais conhecem estes meteoritos há séculos, fazendo mesmo ferramentas de ferro a partir de fragmentos encontrados nesse campo, que se estende numa elipse de 3 km de largura e 19 km de comprimento. Os meteoritos desta zona possuem uma textura grosseira e policristalina, característica dos meteoritos de ferro-níquel. Também são invulgarmente puros, sendo compostos por 93% de ferro. A maior parte dos 7% restantes é níquel.
Ainda vai demorar algum tempo a saber o peso de Gancedo de forma mais precisa, mas esta rocha parece ser o segundo maior meteorito recolhido no Campo del Cielo, depois do meteorito de 37 toneladas, "El Chaco", descoberto em 1980. O título de maior rocha vinda do espaço continua a pertencer ao meteorito Hoba, encontrado na Namíbia e que se calcula pesar mais de 60 toneladas. Ainda se encontra meio enterrado no local onde foi descoberto.
Batizado de "Gancedo", devido à proximidade de uma cidade com esse nome, a rocha foi encontrada no centro do Campo del Cielo (Campo do Céu), um campo de meteoritos a noroeste de Buenos Aires, onde se sabe que a massa total desses meteoritos ultrapassa as 100 toneladas. Uma equipa local da Associação de Astronomia de Chaco tirou esta grande rocha do chão em 10 de setembro e imagens do acontecimento rapidamente se espalharam pela internet.
Gancedo caiu na Terra entre os 4000 e os 6000 anos. As gentes locais conhecem estes meteoritos há séculos, fazendo mesmo ferramentas de ferro a partir de fragmentos encontrados nesse campo, que se estende numa elipse de 3 km de largura e 19 km de comprimento. Os meteoritos desta zona possuem uma textura grosseira e policristalina, característica dos meteoritos de ferro-níquel. Também são invulgarmente puros, sendo compostos por 93% de ferro. A maior parte dos 7% restantes é níquel.
Ainda vai demorar algum tempo a saber o peso de Gancedo de forma mais precisa, mas esta rocha parece ser o segundo maior meteorito recolhido no Campo del Cielo, depois do meteorito de 37 toneladas, "El Chaco", descoberto em 1980. O título de maior rocha vinda do espaço continua a pertencer ao meteorito Hoba, encontrado na Namíbia e que se calcula pesar mais de 60 toneladas. Ainda se encontra meio enterrado no local onde foi descoberto.
O que posso observar no céu de janeiro?
3 - A chuva de meteoros das Quadrântidas atinge o seu pico num céu sem Lua
4 - Terra no periélio, a 147 094 milhões de quilómetros do Sol - 14:00
10 - Lua no perigeu a 363 239 Km da Terra - 06:01
12 - Vénus na sua maior elongação este - 13:00
15 - Lua a 0,8ºS de Régulo - 05:00
19 - Lua a 3ºN de Júpiter - 05:00
19 - Mercúrio na sua maior elongação oeste - 10:00
20 - Júpiter a 4ºN de Espiga - 21:00
22 - Lua no apogeu a 404 914 Km da Terra - 00:14
Fases da Lua em janeiro
28 - às 00h 07min - nova
5 - às 19h 47min - crescente
5 - às 19h 47min - crescente
12 - às 11h 34min - cheia
19 - às 22h 13min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em janeiro
MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de manhã, por volta do instante do começo do crepúsculo civil, a partir de 4 de janeiro e até 24 de fevereiro. O planeta apresentar-se-á mais brilhante no fim deste período. Terá movimento retrógrado desde o início do ano até 8 de janeiro.
VÉNUS - Poderá ser facilmente identificado pelo seu grande brilho. Aparecerá como estrela da tarde até à segunda metade de março.
MARTE - Só pode ser visto no céu à noite até início de junho, no início do ano encontra-se na constelação de Aquário, movendo-se depois para a constelação de Peixes em finais de janeiro. A tonalidade avermelhada de Marte auxiliará a sua identificação.
JÚPITER - Pode ser visto na constelação de Virgem no início do ano e a partir de meados de janeiro durante grande parte da noite (passando 4ºN da Espiga em 20 de Janeiro).
SATURNO - No início do ano, nasce antes do nascimento do sol na constelação de Ofiúco.
VÉNUS - Poderá ser facilmente identificado pelo seu grande brilho. Aparecerá como estrela da tarde até à segunda metade de março.
MARTE - Só pode ser visto no céu à noite até início de junho, no início do ano encontra-se na constelação de Aquário, movendo-se depois para a constelação de Peixes em finais de janeiro. A tonalidade avermelhada de Marte auxiliará a sua identificação.
JÚPITER - Pode ser visto na constelação de Virgem no início do ano e a partir de meados de janeiro durante grande parte da noite (passando 4ºN da Espiga em 20 de Janeiro).
SATURNO - No início do ano, nasce antes do nascimento do sol na constelação de Ofiúco.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
Visibilidade da Estação Espacial Internacional
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
20-12 | -2,4 | 17:52:45 | 10° | ONO | 17:55:58 | 52° | SO | 17:59:11 | 10° | SE | visível |
21-12 | 0,2 | 18:38:55 | 10° | OSO | 18:40:03 | 11° | SO | 18:41:10 | 10° | SSO | visível |
22-12 | -0,3 | 17:45:39 | 10° | O | 17:48:14 | 21° | SO | 17:50:49 | 10° | S | visível |
29-12 | -0,5 | 06:49:48 | 10° | S | 06:52:18 | 21° | SE | 06:54:49 | 10° | E | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
Humanos - Vol. 2 - versão original
Imagem do Mês
Qual é a grande galáxia mais próxima da nossa galáxia, a Via Láctea? Andrómeda. De facto, a nossa galáxia é muito parecida com Andrómeda. Juntas, estas duas galáxias dominam o Grupo Local de galáxias. A luz difusa de Andrómena é causada pelas centenas de biliões de estrelas que a compõem. As diversas estrelas que se podem ver à volta da imagem de Andrómeda são na realidade estrelas da nossa galáxia que se encontram em frente dela. Andrómeda é frequentemente referenciada como M31 já que é o 31º objeto da lista de Messier de objetos celestes. M31 está tão longe que a luz demora cerca de dois milhões de anos a chegar até nós. apesar de visível sem ajuda, esta imagem da M31 é um mosaico digital de vários frames obtidos com um pequeno telescópio. Ainda desconhecemos muita coisa acerca da M31, incluindo quantos mil milhões de anos faltam até colidir com a nossa galáxia..
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
Comentários
Enviar um comentário