janeiro 2016
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Porque é que sonhámos?
À primeira vista, os sonhos assemelham-se a uma mistura de acontecimentos caóticos regidos por leis insólitas, com uma construção desordenada e abordando assuntos inesperados. Estão repletos de imagens, sons, odores, gostos, sensações táteis e emoções. Muitas vezes, desenrolam-se um ou vários cenários sucessivos.
Desde há mais de um século, psicólogos e neurocientístas procurar perceber o sentido deste «pensamento próprio do sono». As dificuldades são grandes. Para além de muitas vezes desafiarem qualquer lógica, os sonhos parecem fechados no cérebro do adormecido, incapaz de comunicar durante o desenrolar do mesmo.
Os investigadores desenvolveram assim toda uma bateria de instrumentos de medição para, num primeiro momento, compreender o funcionamento do cérebro adormecido. A polissonografia combina assim a eletroencefalografia (a mediação das correntes elétricas à superfície do crânio com a ajuda de eletrodos) e de medições fisiológicas com a ajuda de sensores: movimentos dos olhos, tonos muscular, ritmo cardíaco, volume respiratório... Graças a estas técnicas, sabemos há mais de cinquenta anos que o sono comporta duas fases, qualificadas de sono lento e sono paradoxal; contrariamente a uma ideia muito espalhada, nós não sonhámos apenas nesta última, mas também o fazemos durante uma boa parte do sono lento.
Os investigadores recolhem os sonhos no despertar, observam-nos «em direto» naqueles que falam ou se mexem enquanto dormem e analisam a atividade cerebral dos sonhadores. Nalguns casos chegam mesmo a interagir com eles. Perfuram assim as leis do sonho, medindo nomeadamente como o tempo passa e como ele preenche múltiplas funções. Concluem que os sonhos levam, por exemplo, ao enfrentar as ameaças, a gerir as emoções negativas ou a compreender os outros.
Durante o sono, sucedem-se ciclos de cerca de 2h 30min, por vezes entrecortados por micro despertares. Cada ciclo é dividido em duas fases: o sono lento, onde os neuróticos do córtex (a camada de superfície do cérebro) se ativam a um ritmo mais lento e estão mais sincronizados do que durante o despertar. Esta fase, a primeira do ciclo, dura, em média, à volta de 1h 30min; no sono paradoxal, a actividade cerebral assemelha-se mais quando estamos acordados, mas os músculos estão paralisados (menos os dos olhos, dos dedos e da cara). Esta fase dura de 5 a 60 minutos.
O que contêm os sonhos?
Os sonhos contêm em média duas vezes mais de emoções negativas (medo, cólera, vergonha) do que emoções positivas (alegria, felicidade, prazer).
Neles o sexo é raro: apenas está presente em 2% dos sonhos dos homens e 0,5% no das mulheres.
Na maioria dos casos, o conteúdo é normal e coloca em cena o indivíduo no seu meio habitual, falando com duas a quatro pessoas.
Os sonhos ditos «típicos» como perder os dentes, aparecer nu em público ou de voar, aconteceram pelo menos uma vez quase em todas as pessoas, mas representam menos de 1% do conjunto dos sonhos. Eles são sobretudo típicos daqueles sonhos que nos lembramos, isto é, daqueles que nos lembramos mais facilmente por serem menos habituais.
As ações complexas mais quotidianas como a escrita, a leitura ou o facto de contar são muito mais raras nos sonhos do que na realidade.
Atualmente os sonhos a preto e branco são muito menos frequentes do que os sonhos a cores. Todavia eles eram dominantes nos anos de 1950, quando a televisão era a preto e branco.
Desde há mais de um século, psicólogos e neurocientístas procurar perceber o sentido deste «pensamento próprio do sono». As dificuldades são grandes. Para além de muitas vezes desafiarem qualquer lógica, os sonhos parecem fechados no cérebro do adormecido, incapaz de comunicar durante o desenrolar do mesmo.
Os investigadores desenvolveram assim toda uma bateria de instrumentos de medição para, num primeiro momento, compreender o funcionamento do cérebro adormecido. A polissonografia combina assim a eletroencefalografia (a mediação das correntes elétricas à superfície do crânio com a ajuda de eletrodos) e de medições fisiológicas com a ajuda de sensores: movimentos dos olhos, tonos muscular, ritmo cardíaco, volume respiratório... Graças a estas técnicas, sabemos há mais de cinquenta anos que o sono comporta duas fases, qualificadas de sono lento e sono paradoxal; contrariamente a uma ideia muito espalhada, nós não sonhámos apenas nesta última, mas também o fazemos durante uma boa parte do sono lento.
Os investigadores recolhem os sonhos no despertar, observam-nos «em direto» naqueles que falam ou se mexem enquanto dormem e analisam a atividade cerebral dos sonhadores. Nalguns casos chegam mesmo a interagir com eles. Perfuram assim as leis do sonho, medindo nomeadamente como o tempo passa e como ele preenche múltiplas funções. Concluem que os sonhos levam, por exemplo, ao enfrentar as ameaças, a gerir as emoções negativas ou a compreender os outros.
Durante o sono, sucedem-se ciclos de cerca de 2h 30min, por vezes entrecortados por micro despertares. Cada ciclo é dividido em duas fases: o sono lento, onde os neuróticos do córtex (a camada de superfície do cérebro) se ativam a um ritmo mais lento e estão mais sincronizados do que durante o despertar. Esta fase, a primeira do ciclo, dura, em média, à volta de 1h 30min; no sono paradoxal, a actividade cerebral assemelha-se mais quando estamos acordados, mas os músculos estão paralisados (menos os dos olhos, dos dedos e da cara). Esta fase dura de 5 a 60 minutos.
O que contêm os sonhos?
Os sonhos contêm em média duas vezes mais de emoções negativas (medo, cólera, vergonha) do que emoções positivas (alegria, felicidade, prazer).
Neles o sexo é raro: apenas está presente em 2% dos sonhos dos homens e 0,5% no das mulheres.
Na maioria dos casos, o conteúdo é normal e coloca em cena o indivíduo no seu meio habitual, falando com duas a quatro pessoas.
Os sonhos ditos «típicos» como perder os dentes, aparecer nu em público ou de voar, aconteceram pelo menos uma vez quase em todas as pessoas, mas representam menos de 1% do conjunto dos sonhos. Eles são sobretudo típicos daqueles sonhos que nos lembramos, isto é, daqueles que nos lembramos mais facilmente por serem menos habituais.
As ações complexas mais quotidianas como a escrita, a leitura ou o facto de contar são muito mais raras nos sonhos do que na realidade.
Atualmente os sonhos a preto e branco são muito menos frequentes do que os sonhos a cores. Todavia eles eram dominantes nos anos de 1950, quando a televisão era a preto e branco.
Fonte: Pour la Science - janeiro 2016 - n.º 459, pp. 26 - Isabelle Arnulf (adaptado)
2 - Lua no apogeu (404 277 Km da Terra) - 11:53
2 - Terra no periélio (147 094 000 Km do Sol) - 23:00
3 - Lua a 1,5ºN de Marte - 19:00
4 - Chuva de meteoros das Quadrântidas
7 - Lua a 3ºN de Vénus - 00:00
9 - Vénus a 0,09ºN de Saturno - 04:00
15 - Lua no perigou (369 620 KM da Terra) - 02:14
20 - Lua a 0,5ºN de Aldebarã - 03:00
28 - Lua a 1,4ºS de Júpiter - 01:00
30 - Lua no apogeu (404 552 Km da Terra) - 09:10
A erosão da atmosfera marciana em ação
Esta simulação representa as partículas da atmosfera marciana arrancadas ao planeta durante uma erupção solar |
Há mais de 4 mil milhões de anos a água corria em Marte. Atualmente, as antigas redes fluviais do planeta vermelho estão secas. Devido a uma atmosfera ténue, a pressão atmosférica é muita fraca e a temperatura muito baixa para que a água líquida esteja presente (só em condições muito raras). O que é que se passou? A sonda Maven da NASA foi enviada para a órbita do planeta vermelho com o objetivo de compreender a evolução da atmosfera marciana. Bruce Jakosky, da Universidade do Colorado, e os seus colegas analisaram as medições registadas durante o primeiro ano da sonda à volta de Marte.
Tal como a Terra, o planeta vermelho tinha um campo magnético global, que constituía um escudo contra os raios cósmicos e o vento solar. Ora este escudo desapareceu por volta dos 4 mil milhões de anos. A atmosfera, exposta ao vento solar - um fluxo contínuo de partículas energéticas emitidas pelo Sol -, começou a erodir-se. Os dados da sonda Marven especificam este processo. O vento solar arranca constantemente partículas à atmosfera de Marte, a uma taxa de 100 gramas por segundo. Esta ação, prolongada durante milhares de milhões de anos, é suficiente para explicar a perda de uma grande parte da atmosfera do planeta vermelho.
Por outro lado, em março de 2015, uma erupção solar foi registada pela sonda Marven. A perda de matéria aumentou de um fator de 10 em relação à média e talvez de um fator de 100 no pico da erupção, segundo os modelos.
Assim, , as erupções solares amplificam a erosão permanente da atmosfera. O seu contributo poderá ter sido ainda mais importante há 4 mil milhões de anos, quando o Sol possuía muitas destas erupções.
Tal como a Terra, o planeta vermelho tinha um campo magnético global, que constituía um escudo contra os raios cósmicos e o vento solar. Ora este escudo desapareceu por volta dos 4 mil milhões de anos. A atmosfera, exposta ao vento solar - um fluxo contínuo de partículas energéticas emitidas pelo Sol -, começou a erodir-se. Os dados da sonda Marven especificam este processo. O vento solar arranca constantemente partículas à atmosfera de Marte, a uma taxa de 100 gramas por segundo. Esta ação, prolongada durante milhares de milhões de anos, é suficiente para explicar a perda de uma grande parte da atmosfera do planeta vermelho.
Por outro lado, em março de 2015, uma erupção solar foi registada pela sonda Marven. A perda de matéria aumentou de um fator de 10 em relação à média e talvez de um fator de 100 no pico da erupção, segundo os modelos.
Assim, , as erupções solares amplificam a erosão permanente da atmosfera. O seu contributo poderá ter sido ainda mais importante há 4 mil milhões de anos, quando o Sol possuía muitas destas erupções.
O que posso observar no céu de janeiro?
2 - Lua no apogeu (404 277 Km da Terra) - 11:53
2 - Terra no periélio (147 094 000 Km do Sol) - 23:00
3 - Lua a 1,5ºN de Marte - 19:00
4 - Chuva de meteoros das Quadrântidas
7 - Lua a 3ºN de Vénus - 00:00
9 - Vénus a 0,09ºN de Saturno - 04:00
15 - Lua no perigou (369 620 KM da Terra) - 02:14
20 - Lua a 0,5ºN de Aldebarã - 03:00
28 - Lua a 1,4ºS de Júpiter - 01:00
30 - Lua no apogeu (404 552 Km da Terra) - 09:10
Fases da Lua em janeiro
10 - às 01h 30min - nova
16 - às 23h 26min - crescente
16 - às 23h 26min - crescente
24 - às 01h 46min - cheia
02 - às 05h 30min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em janeiro
MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível de tarde entre 1 e 9 de janeiro. Será visível de manhã, cerca do começo do crepúsculo civil, até 20 de janeiro.
VÉNUS -Pode ser visto como estrela da manhã.
MARTE - Nasce pouco depois da maria-noite na constelação da Virgem, movendo-se para a constelaão de Balança em meados de janeiro.
JÚPITER - Pode ser visto na constelação de Leão e pode ser visto por mais de metade da noite.
SATURNO - Nasce antes do Sol na constelação de Ofiúco, onde permanecerá até ao final do ano.
VÉNUS -Pode ser visto como estrela da manhã.
MARTE - Nasce pouco depois da maria-noite na constelação da Virgem, movendo-se para a constelaão de Balança em meados de janeiro.
JÚPITER - Pode ser visto na constelação de Leão e pode ser visto por mais de metade da noite.
SATURNO - Nasce antes do Sol na constelação de Ofiúco, onde permanecerá até ao final do ano.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
Visibilidade da Estação Espacial Internacional
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
31-1 | -1,6 | 19:42:59 | 10° | SSO | 19:44:36 | 25° | SSO | 19:44:36 | 25° | SSO | visível |
1-2 | -1,8 | 18:50:49 | 10° | S | 18:53:22 | 21° | SE | 18:54:23 | 19° | ESE | visível |
1-2 | -0,1 | 20:26:31 | 10° | OSO | 20:27:02 | 14° | O | 20:27:02 | 14° | O | visível |
2-2 | -3,4 | 19:33:29 | 10° | OSO | 19:36:42 | 79° | NO | 19:36:42 | 79° | NO | visível |
3-2 | -3,0 | 18:40:44 | 10° | SO | 18:43:53 | 51° | SE | 18:46:16 | 16° | ENE | visível |
3-2 | -0,5 | 20:17:44 | 10° | O | 20:18:55 | 17° | ONO | 20:18:55 | 17° | ONO | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
Watson e Crick
Imagem do Mês
Eta Carinae pode estar prestes a explodir, mas ninguém sabe quando - poderá ser no próximo ano, poderá ser daqui a um milhão de anos. A massa da Eta Carinae - cerca de 100 vezes maior do que a do Sol - faz dela uma excelente candidata a supernova. Registos históricos mostram que há 150 anos a Eta Carinae sofreu uma explosão anormal que a tornou uma das mais brilhantes estrelas do céu do hemisfério sul. Eta Carinae, situada na Nebulosa da Fechadura, é a única estrela que atualmente emite luz laser natural. Esta imagem obtida em 1996, fornece-nos novos detalhes da invulgar nebulosa que rodeia esta estrela. São agora claramente visíveis dois lóbulos, uma região central quente e umas estranhas riscas radiais. Os lóbulos estão cheios de gás e poeiras que absorvem a luz azul e ultravioleta emitidas perto do centro. As riscas permanecem sem explicação.
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
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