dezembro 2015











Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Uma grande capacidade de cooperação e a invenção das armas de arremesso explicariam a razão de, entre todas as espécies humanas que viveram na Terra, a nossa ter sido a única  a ter conquistado todo o planeta


Como é que o Homo sapiens conquistou a Terra 




     Não sabemos ao certo como, mas há cerca de 100 000 anos, o Homo sapiens chegou à Eurasia a partir de África. A expansão da nossa espécie  no nosso planeta desencadeou-se definitivamente a partir desse momento. Os nossos antepassados acabaram por conquistar todos os continentes e numerosos arquipélagos. No caminho, encontraram membros de outras espécies humanas, que acabaram por desaparecer, tal como um grande número de espécies animais. A passagem do Homo sapiens pela Eurasia é sem dúvida o maior acontecimento migratório de toda a história do nosso planeta.
     Porque é que a espécie Homo sapiens, o «homem moderno», foi a única a dominar tudo? Para alguns paleoantropólogos, este facto tem que ver com o seu grande cérebro; para outros, a razão tem que ver com as suas inovações técnicas; ainda para outros, tem que ver com o clima, que teria enfraquecido as espécies humanas concorrentes. Tendo em conta a amplitude espetacular da expansão do Homo sapiens, nenhuma destas teorias convence e falta-nos uma teoria que descreva este acontecimento complexo na sua globalidade.
     As últimas descobertas  na África do Sul, bem como vários avanços em biologia  e em ciências sociais levaram o autor deste artigo a propor um mecanismo simples suscetível de explicar a conquista do globo pelo H. sapiens. Considera esta espantosa dispersão como produto, em primeiro lugar, da evolução e, em segundo lugar, à inscrição nos genes dos nossos antepassados, da capacidade de cooperar entre indivíduos não aparentados. Este traço particular da nossa espécie explicará a adaptação dos nossos antepassados a tantos ambientes diferentes e teria favorecido a inovação, que por sua vez levou ao desenvolvimento de armas de arremesso eficazes. Assim equipados e dotados de um comportamento coletivo muito adaptativo, os nossos antepassados saíram de África e submeteram o resto do mundo à sua vontade.
     A colonização do planeta pelo H. sapiens foi verdadeiramente extraordinária.
               
Fonte: Pour la Science - dezembro 2015 - n.º 458, pp. 27-28 - Curtis Marean (adaptado)  



Será necessário proibir os robôs assassinos autónomos?


     Será possível programar um robô para que ele respeite princípios éticos? As leis da robótica que foram pensadas pelo escritor Isaac Asimov em 1942 estão cada vez mais atuais.
     Isaac Asimov pensava que bastaria manter o controlo dos robôs para evitar que estes fossem perigosos e imaginava que se poderia programar neles leis que os impediam de atacar os seres humanos. Essas leis da robótica são difíceis de conceber, devido às numerosas variantes que teriam de ser formuladas. Sobretudo elas exigiriam dos robôs um tipo de inteligência geral que ainda não sabemos atualmente programar, o que torna impossível por agora pensarmos nisso.
     Por outro lado, os robôs invadem a nossa vida sub-repticiamente tomando formas diferentes daquelas que normalmente imaginamos... por exemplo como armas autónomas e que têm apenas a função de matar seres humanos, o que é perfeitamente contrário às leis de Asimov.
     Numerosos sistemas militares são, a maior parte das vezes, telecomandados, isto é, eles não tomam autonomamente as decisões de disparar ou explodir uma carga. É o caso dos dos drones  utilizados maciçamente pelo exército americano em diversos teatros de guerra. Entretanto, alguns sistemas devem reagir tão rápido que se decidiu programá-los para que disparem sem estarem à espera que um humano valide o tiro que irá fazer. Assim, eles funcionam sozinhos, ainda que a sua ação seja potencialmente perigosa para os humanos. Os sistemas  de mísseis anti-mísseis utilizados pelos exércitos americano (Patriot) e israelita (Dama de ferro) e os robôs de controlo das zonas de separação entre as duas Coreias são destes sistemas assassinos autónomos, ou pelo menos susceptíveis de serem utilizados sem humanos na tomada de decisão. Nos laboratórios militares existem, sem dúvida, numerosos robôs preparados para funcionar. Deveremos continuar a desenvolve-los? Ou devemos, pelo contrário, procurar acordos internacionais onde os signatários se comprometeriam a parar o trabalho sobre este tipo de armas e renunciando utilizá-las? 
     Em maio de 2013, numa reunião da organização Human Rights Council, que depende das Nações Unidas, a França informou que não detinha armas robotizadas capazes de decidir sozinhas de fazerem fogo e que não tinha interesse sequer em comprá-las: «A nossa conceção está baseada na responsabilidade total dos dirigentes  militares e políticos  para decidir o uso da força armada. A França considera que é necessário preservar o papel dos humanos na decisão de abril fogo.».
          
Fonte: Pour la Science - dezembro 2015 - n.º 458, pp. 78-79 Jean-Paul Delahaye (adaptado) 


O que posso observar no céu de dezembro?


5 - Lua no apogeu (404 800 Km da Terra) - 14:56
6 - Lua a 0,1º S de Marte - 03:00
7 - Lua a 0,7º N de Vénus - 17:00 
14 - Pico da chuva de meteoros das Geminídeas, sob um céu sem Lua
21 - Lua no perigeu (368 418 Km da Terra) - 09:00
22 - Solstício de Inverno - 04:48
23 - Lua a 0,7º N de Aldebarã - 20:00
29 - Mercúrio na sua maior elongação este 20º - 03:00
31 - Lua a 1,5º S de Júpiter - 18:00






Fases da Lua em dezembro


11 - às 10h 29min - nova

18 - às 15h 14min - crescente

25 - às 11h 11min - cheia

  03 - às 07h 40min - minguante









Planetas visíveis a olho nu em novembro

MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível de tarde, cerca do começo do crepúsculo civil, de 5 a 31 de dezembro. 

VÉNUS -Pode ser visto como estrela da manhã


MARTE Durante o mês de dezembro estará em Virgem, de manhã.

JÚPITER - Pode ser visto na constelação de Leão, de manhã, onde permanecerá até ao final do ano. Em meados de dezembro pode ser visto por mais de metade da noite.


SATURNO Pode ser visto como estrela da manhã em meados de dezembro, na constelação de Ofiúco, onde permanecerá até ao final do ano.


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)

DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
27-120,217:52:2410°O17:54:0713°SO17:55:4410°SSOvisível
1-10,206:59:1410°SSE07:00:3512°SE07:02:0010°ESEvisível
3-1-1,106:47:2110°SSO06:50:0828°SE06:52:5810°ENEvisível
4-1-0,305:55:1110°SSE05:56:5814°SE05:58:5110°Evisível
    
Como usar esta grelha:


Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/




Vídeo do Mês








Robert Watson-Watt


Imagem do Mês


Cisne: Bolha e Crescente

    Estas nuvens de gás e poeira à deriva através de ricos campos de estrelas ao longo da nossa Via Láctea, estão a voar na direção da constelação de Cisne. Nesta imagem tirada por um telescópio, estão a Bolha de Sabão (em baixo à esquerda) e a Nebulosa Crescente (em cima à direita). Ambas foram formadas na fase final da vida de uma estrela. A Crescente, também conhecida como NGC 6888, foi moldada quando a sua estrela brilhante, a estrela maciça Wolf-Rayet, WR 136, derramou o seu envelope exterior formando um forte vento estelar. Queimando o seu combustível a uma velocidade incrível, WR 136 está perto do fim de uma curta vida, que deverá acabar numa espetacular explosão de supernova. A Bolha de Sabão, recentemente descoberta, é semelhante a uma nebulosa planetária, com uma pequena massa e longa duração, do tipo do Sol e destinada a arrefecer lentamente e tornar-se uma anã branca. Enquanto ambas estão à volta de 5000 anos-luz de distância, a grande Nebulosa Crescente possui um comprimento de cerca de 25 anos-luz.

Fonte: www.nasa.gov

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