outubro 2015











Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande

O planeta Kepler-452b será mesmo primo da Terra?



Comparação entre Kepler-452B (esquerda) e a a Terra 

    No dia 23 de julho, a equipa Kepler anunciou a descoberta do exoplaneta Kepler-452b. Este exoplaneta tem um raio 1,6 vezes maior do que o do nosso planeta e completa uma translação à sua estrela, do tipo G, todos os 385 dias. Estas características colocam-no na zona habitável da sua estrela, ou seja, a região do espaço que permite que a água líquida possa existir na superfície do planeta.
    Kepler-452b é o primeiro planeta a possuir os três critérios que podem possibilitar a vida: ser um planeta do tamanho da Terra, situado na zona habitável e orbitando uma estrela do género do nosso Sol. Mas o que é permanece desconhecido deste planeta do tamanho da Terra? Este planeta é muito pequeno e a sua luz muito fraca para que os observadores terrestres possam determinar a sua massa, a sua densidade ou a sua composição. (As confirmações destes dados foram feitas através de métodos estatísticos em vez de observações terrestres).
    Tendo em conta as massas de outros exoplanetas idênticos, Jon Jenkins (NASA Ames Research Center) e os seus colegas estimaram que Kepler-452b tem entre 3 a 7 massas terrestres. As estimativas da medição do tamanho e da sua massa, colocam este planeta no limiar entre uma super-Terra, os que possuem superfícies rochosas, e sub-Neptunos, os que possuem uma significativa quantidade de gás. Jenkins afirma, "Este planeta tem maiores hipóteses de ser rochoso".
    Este anúncio surgiu como parte do décimo sétimo comunicado da Kepler, onde foram revelados mais 521 novos candidatos a planetas, incluindo 12 que têm um diâmetro menor do que metade do dobro do diâmetro da Terra e estão situados nas zonas habitáveis das suas estrelas. O número de planetas já confirmados subiu para 1030, com cerca de duas dúzias destes nas zonas habitáveis das suas estrelas.        
               
Fonte: Sky & Telescope - novembro 2015 - Vol. 130, n.º 5, p. 14 - Monica Young (adaptado)  



CRISPR-Cas9

     Desde 2012 que se alcançou um sonho dos geneticistas. Descobriu-se um mecanismo nas bactérias que permite modificar à vontade o património genético dos organismos vivos. Até agora, os investigadores tinham dificuldade em agir diretamente na sequência de ADN, essa longa molécula que codifica o desenvolvimento e o funcionamento das células dos organismos. Esta situação era ainda mais frustrante já que, graças aos progressos fulgurantes das técnicas de sequenciação dos genomas, o património genético de dezenas de espécies animais e vegetais foi descodificado. Por exemplo, eram necessários meses ou mesmo anos para obter um rato portador de uma mutação responsável por uma doença genética humana. Com o mecanismo bacteriano CRISPR-Cas9, esse tempo reduz-se para algumas semanas. Pela primeira vez, há um acesso direto, fácil e preciso ao ADN contido nas células vivas, disponível para um grande número de laboratórios. Para descobrir este novo utensílio, é apenas necessário concentrar-mo-nos nas bactérias, já que estas são especialistas na manipulação do ADN desde há milhares de milhões de anos. Os cientistas inspiraram-se no mecanismo de defesa das bactérias e desenvolveram este utensílio para modificar com precisão o ADN de qualquer célula. Para isso só são necessários dois ingredientes: uma enzima, Cas9 e um pequeno ARN específico da sequência que se pretende modificar.
     Esta técnica é importante para a investigação fundamental, a terapia genética, a agricultura, abrindo os horizontes a vários domínios.
          
Fonte: Pour la Science - outubro 2015 - n.º 456, p. 24 Emmanuelle Charpentier e Pierre Kaldy (adaptado) 



O que posso observar no céu de outubro?


4 - Mercúrio na sua maior elongação este - 11:00
10 - Lua a 3ºN de Vénus - 07:00
11 - Lua a 5ºS de Marte - 00:00
14 - Lua no apogeu (406 464 Km da Terra) - 12:27
19 - Lua a 3ºN de Saturno - 04:00
21 - Vénus com um brilho de -4,8, o mais brilhante da manhã - 
23 - Equinócio de outono - 09:21 
28 - Lua no perigeu (356 877 Km da Terra) - 03:50; eclipse lunar total entre as 01:13 e as 06:22 






Fases da Lua em outubro


13 - às 01h 06min - nova

20 - às 21h 31min - crescente

27 - às 12h 05min - cheia

  04 - às 22h 06min - minguante









Planetas visíveis a olho nu em outubro

MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de manhã, cerca do instante do fim do crepúsculo civil, a partir do dia 7 de outubro. Encontra-se na direção Oeste. 

VÉNUS -Pode ser visto como estrela da manhã


MARTE Durante o mês de outubro estará em Leão, de manhã.

JÚPITER - Pode ser visto na constelação de Leão, de manhã, onde permanecerá até ao final do ano.


SATURNO Pode ser visto na constelação de Balança durante toda a noite


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)

DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
21-10-2,719:24:2910°NO19:27:3439°NNE19:30:1513°Evisível
21-10-0,821:01:1010°ONO21:02:5521°OSO21:02:5521°OSOvisível
22-10-2,520:08:1510°ONO20:11:2548°SO20:12:5526°SSEvisível
23-10-3,419:15:3410°NO19:18:5084°NNE19:22:0510°SEvisível
23-10-0,220:54:0610°OSO20:54:5311°SO20:55:3210°SOvisível
24-10-0,819:59:5410°O20:02:2420°SO20:04:5210°Svisível
25-10-1,918:06:4810°ONO18:09:5139°SO18:12:5410°SSEvisível
27-10-0,317:58:2610°O18:00:3917°SO18:02:4610°Svisível

  
Como usar esta grelha:


Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/




Vídeo do Mês








Génios da Grã-Bretanha - episódio 2


Imagem do Mês

M31 versus M33


         Separadas por cerca de 14º quando vistas no céu noturno (aproximadamente 28 luas cheias), as galáxias M31, à esquerda e M33, à direita, são ambas membros do chamado Grupo Local, tal como a nossa própria galáxia, a Via Láctea. Esta imagem, composta de vários "frames", mostra-nos estas duas galáxias que parecem flutuar no espaço num fundo estrelado, acompanhadas da brilhante estrela Mirach, a estrela beta da constelação de Andrómeda. Mirach está apenas a 200 anos-luz do Sol. Contudo, a M31, a galáxia de Andrómeda, encontra-se a uma distância de 2,5 milhões de anos-luz da Terra e a M33, a Galáxia do Triângulo, está a cerca de 3 milhões de anos-luz. Apesar de parecerem muito distantes uma da outra, M31 e M33 estão ligadas por uma atração gravitacional. De facto, os radio astrónomos encontraram indícios de uma ponte de gás de hidrogénio neutro que pode estar a ligar as duas e que será uma evidência de um encontro próximo no passado. Baseadas em diferentes medições, as atuais simulações prevêem que a Via Láctea, a M31 e a M33 terão encontros e potenciais fusões entre elas, daqui a milhares de milhões de anos.

Fonte: www.nasa.gov

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