julho 2014












Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande


Matéria escura detetada na Via Láctea? 



A Via Láctea

Uma equipa de astrónomos reclama ter a prova mais convincente do processo de aniquilação da matéria escura.
Teoricamente, as partículas de matéria escura atuam tal como as suas próprias antipartículas, ou seja, devem aniquilar-se umas às outras para darem lugar às familiares partículas (eletrões, positrões e outras) bem como a raios gama. Os astrónomos têm estado a analisar se uma "neblina" registada, pelo Telescópio Espacial de Raios Gama Fermi, da NASA, à volta do centro da nossa galáxia é devida à destruição de matéria escura ou a pulsares não detetados, que emitem a partir dos seus pólos grandes quantidades de energia onde se incluem pares de matéria-antimatéria.
Tansu Daylan (Harvard) e os seus colaboradores dizem que excluíram os pulsares deste debate. A equipa analisou cuidadosamente os dados do Fermi e retirou-lhes as emissões de raios gama já conhecidas, produzindo um mapa que se estende quase por 5000 anos-luz, em todas as direções, a partir do centro da nossa galáxia. Como existem poucos pulsares nesta região, consideraram assim que o excesso de raios gama deve ter origem apenas na aniquilação da matéria escura.
"Se a nossa interpretação estiver correta, este sinal poderá ser a descoberta de uma partícula completamente nova e que está na origem da maior parte da massa que se encontra no universo", diz Dan Hooper (Fermilab). "Não consigo encontrar palavras suficientemente fortes para descrever o significado desta descoberta".
Todavia, alguns investigadores ainda estão céticos em relação a esta descoberta. Kevork Abazajian (Universidade da Califórnia, Irvine), que faz parte de outra equipa que também investiga estas emissões de raios gama, afirma que descobertas extraordinárias requerem evidências extraordinárias. A população de pulsares localizados no centro da nossa galáxia pode ser diferente dos pulsares espirais que existem próximo de nós. Talvez nos cheguem muito fracos para os podermos definir como fontes de emissão. "É um princípio básico da ciência", diz. "Se temos algo extremamente novo, temos de nos certificar de que levamos em conta todas as outras possibilidades".
Para verificar o excesso de raios gama, os astrónomos apontam os seus instrumentos para galáxias anãs relativamente próximas. Espera-se que estas fracas fontes sejam ricas em matéria escura, mas pobres noutros aceleradores de partículas naturais, tais como os pulsares. Contudo, existem atualmente muito poucos dados para determinar se há um excesso semelhante a ser emitido a partir dessas galáxias anãs.
Muitos cientistas defendem que a prova mais convincente da matéria escura virá de poços de minas no subsolo ou dos aceleradores de partículas gigantes. Até hoje nenhuma observação direta foi conseguida, mas uma partícula de matéria escura, que terá de possuir uma massa de 31 a 40 GeV, poderá ser detectada no Grande Colisionador de Hadrões, do CERN, em Genebra. 
                
Fonte: Sky and Telescope - julho 2014 - Vol. 128 - n.º 1, p. 15 - Shannon Hall (adaptado)  



Porque é que nos esquecemos das recordações da infância?




Os novos neurónios integram-se todos os dias no hipocampo. Estes favorecem a formação de novas recordações, mas também levam ao esquecimento das antigas ao perturbarem as redes pré-existentes


Lembram-se dos vossos primeiros passos? Não se devem lembrar. Tal como muitos animais, o ser humano esquece quase a totalidade da sua vivência infantil. Segundo um estudo feito em ratos por Katherine Akers e a sua equipa do Hospital de crianças doentes, em Toronto, no Canadá, este esquecimento, durante a infância, resulta em parte da formação de novos neurónios (ou da neurogénese), particularmente no hipocampo, área cerebral essencial da memorização.
No nosso cérebro, uma recordação é codificada por uma rede de conexões neurais reforçadas ou enfraquecidas. A formação de novos neurónios, que estabelece ligações com os antigos, pode perturbar as redes já existentes. Assim, simulações feitas em computador sugerem que a neurogénese apaga certas recordações.
Foi esta hipótese que foi testada pelos neurobiólogos através de uma série de experiências. Memorizaram em ratos um «medo ligado a um contexto», administrando-lhes um pequeno choque elétrico numa pata, na presença de uma determinada decoração do local onde estava o animal. Por diversas razões, alguns animais fabricam uma maior quantidade de neurónios novos do que outros: ou porque são mais jovens, ou porque a neurogénese é estimulada por exercício físico ou substâncias farmacológicas, ou ainda porque as espécies são diferentes. Os investigadores constataram que quanto mais importante fosse a neurogénese, mais depressa os ratos esqueciam o seu medo condicionado.
Entretanto, segundo Alexandra Veyrac, do Centro de Investigação em Neurociências de Lyon e do Centro de Neurociências de Paris-Sul, a ligação entre neurogénese e esquecimento deverá ser estudada com maior profundidade: as experiências com ratos demonstram que estes se recordam, durante toda a sua vida, dos cheiros que aprenderam quando eram novos, embora o bolbo olfativo (que intervém na memorização dos odores) também seja o local de uma neurogénese após o nascimento.
     
Fonte: Pour la Science - julho 2014 - n.º 441, p.7 - François Savatier (adaptado)  



O que posso observar no céu de julho?

04 - Terra no afélio - 1h
06 - Marte a 0,2º S da Lua - 2h
08 - Saturno a 0,4º N da Lua - 3h
13 - Marte a 1,4º N de Espiga - 0h
13 - Lua no perigeu  - 9h
28 - Lua no apogeu - 4h








Fases da Lua em julho


26 - às 23h 42min - nova

05 - às 12h 59min - crescente

12 - às 12h 25min - cheia

  19 - às 03h 08min - minguante










Planetas visíveis a olho nu em julho

MERCÚRIO - poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol.  Será visível,  de manhã, cerca do começo do crepúsculo civil, como "estrela da manhã" durante todo este mês. 

VÉNUS - Será visível como "estrela da manhã" até meados de setembro.


MARTE - Poderá ser visto à meia-noite na constelação da Virgem. 

JÚPITER - Pode ser visto 
na constelação do Caranguejo no início deste mês. Na segunda semana de julho, deixa de ser visto por se encontrar muito próximo do Sol. 

SATURNO - No início do ano nasce bem depois da meia-noite na constelação da Balança, onde permanecerá durante todo o ano. 


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
16 de jul-1,604:55:5014°S04:57:5024°SE05:00:3510°ENEvisível
17 de jul-0,904:08:1414°SE04:08:2414°SE04:10:0810°Evisível
17 de jul-3,105:41:2210°OSO05:44:4069°NO05:47:5810°NEvisível
18 de jul-3,204:53:0726°SO04:54:4766°SE04:58:0510°ENEvisível
19 de jul-2,304:04:5435°SE04:04:5435°SE04:07:4710°ENEvisível
19 de jul-1,905:38:2310°O05:41:2231°NNO05:44:2210°NEvisível
20 de jul-0,503:16:2513°E03:16:2513°E03:16:5710°Evisível
20 de jul-2,704:49:1023°O04:50:5349°NNO04:54:0510°NEvisível
21 de jul-3,304:00:2379°NNE04:00:2379°NNE04:03:3010°NEvisível
21 de jul-1,005:34:4310°ONO05:37:1019°NNO05:39:3810°NNEvisível

               
Como usar esta grelha:


Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/




Vídeo do Mês







Os 40 anos do Cubo de Rubik


Imagem do Mês


"Selfie" do Aniversário Marciano

O dia 24 de junho marcou o primeiro ano marciano completo do rover explorador Curiosity, na superfície do planeta vermelho. Isto equivale a 687 dias terrestres desde que aterrou no dia 5 de Agosto, de 2012. Celebramos este dia com este auto-retrato do veículo junto de um afloramento rochoso apelidado de Windjana, local onde atualmente o rover está a recolher amostras do terreno. Este selfie foi construído com imagens  obtidas entre abril e maio, usando o Mars Hand Lens Imager (MAHLI). Nas imagens do MAHLI foram excluídas as secções onde se via o braço onde está colocada a câmara e é por isso que não se vê o braço robótico. Famosa pelas suas imagens panorâmicas, a Mastcam do rover é bem visível no cimo do poste, voltada para a esquerda e para baixo, na direção da escavação

Fonte: www.nasa.gov

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