setembro 2013
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
A Energia Negra
A energia negra, principal constituinte do Universo, é invisível e a sua natureza levanta numerosas hipóteses. Isso não impede os astrofísicos de a estudar. Sabemos que ela é a responsável pela expansão do Universo. Mas o que é a energia negra? A resposta ainda está longe de ser dada. Apesar da determinação dos físicos, a natureza desta energia, que constitui quase 70% da densidade da energia do Universo e que é responsável pela expansão acelerada deste, desde há 5 mil milhões de anos, permanece desconhecida.
Todavia, já não se têm em conta as hipóteses teóricas propostas desde 1998, ano da sua descoberta. No site da internet "arXiv" há mais de 3000 artigos científicos sobre a energia negra, publicados desde a sua descoberta.
Alguns modelos, apesar de tudo, propõem uma solução quase imediatamente testável pela experiência. É o caso da apresentada por três físicos franceses: Alain Blanchard, do Instituto de Investigação em Astrofísica e Planetologia, Arnaud Dupais, do Laboratório Colisões, Agregado e Reatividade, ambos de Toulouse e Brahim Lamine, do Laboratório Kastler-Brossel, da Escola Normal superior de Paris. Segundo o seu modelo a energia negra estaria ligada à energia do vazio. «A energia negra será a manifestação do efeito gravitacional do vazio quântico presente numa quarta dimensão do espaço que não é diretamente acessível aos nossos sentidos», explica resumidamente Alain Blanchard.
Os Neutrinos: mensageiros do desconhecido
Poucos terão sido os físicos que tiveram o privilégio de introduzirem uma nova partícula elementar. Foi o caso de Wolfgang Pauli com o neutrino. Quando, em 1930, este físico austríaco suspeitou da existência do seu «neutrão» - que, após a verdadeira descoberta do verdadeiro neutrão, três anos mais tarde, será renomeado de neutrino -, pressentiu imediatamente um enorme problema: «Fiz uma coisa terrível, dirá ele, postulei uma partícula que não poderá ser detetada». Hoje sabemos que Pauli estava enganado: mesmo que, para o detetar, seja necessário muito engenho e gigantescos esforços experimentais, os neutrinos podem ser detetados. Desde os anos 80 que estas partículas nos espantam.
Os neutrinos são na verdade estranhas partículas fundamentais. Sem átomos, não desempenham qualquer papel na química; são as únicas partículas elementares da matéria desprovidas de carga elétrica; as suas massas são inferiores ao milionésimo da massa do eletrão; pior ainda, eles possuem uma natureza inconstante, já que passam o seu tempo a «oscilarem» entre três «sabores», os sabores eletrónico (associado ao eletrão), muónico (associado ao muão, que é uma espécie de eletrão pesado) e tautico (associado ao tau, ainda mais pesado do que o muão).
Os neutrinos são leptões, quer dizer, são partículas que participam nas interações fracas mas não o fazem nas interações fortes. No modelo padrão, os teóricos apenas introduziram os neutrinos que participam nas interações fracas. Estes são os os neutrinos «esquerdos», quer dizer, os que têm um spin e quantidade de movimento de sentido oposto. Os neutrinos «direitos», quer dizer, os que têm um spin e quantidade de movimento no mesmo sentido, não participam nem nas interações eletromagnéticas, nem nas interações fracas.
Fonte: Pour la Science - setembro 2013 - n.º 431, p.20 - Martin Hirsch, Heinrich Päss e Werner Porod (adaptado)
O que posso observar no céu de setembro?
O mês de setembro deve o seu nome à palavra latina septem (sete), dado que era o sétimo mês do calendário romano, que começava em março.
08 - Vénus a 0,4º N da Lua - 22h
15 - Lua no perigeu - 18h
20 - Vénus a 4º S de Saturno - 01h
22 - Equinócio: início do outono - 22h
24 - Mercúrio a 0,8º N de Espiga - 20h
27 - Lua no apogeu - 19h
31 - Lua no apogeu - 1h
31 - Júpiter a 4ºN da Lua - 18h
Planetas visíveis a olho nu em setembro
Vídeo do Mês
A Mecânica Quântica
15 - Lua no perigeu - 18h
20 - Vénus a 4º S de Saturno - 01h
22 - Equinócio: início do outono - 22h
24 - Mercúrio a 0,8º N de Espiga - 20h
27 - Lua no apogeu - 19h
31 - Lua no apogeu - 1h
31 - Júpiter a 4ºN da Lua - 18h
Fases da Lua em setembro
05 - às 12h 36min - nova
12 - às 18h 08min - crescente
19 - às 12h 13min - cheia
27 - às 04h 55min - minguante
27 - às 04h 55min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em setembro
MERCÚRIO - poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de tarde, cerca do começo do crepúsculo civil, como "estrela da tarde" a partir de 4 de setembro.
VÉNUS - Durante este mês surgirá como "estrela da tarde". Estará em conjunção com Saturno em 20 de setembro.
MARTE - Pode ser visto, durante a manhã. Em finais de agosto entrou na constelação do Caranguejo, passando para a constelação do Leão nos finais de setembro.
JÚPITER - Pode ser visto como "estrela da manhã", na constelação de Gémeos, onde permanecerá até ao final do ano.
SATURNO - Pode ser visto ao anoitecer. Estará em conjunção com Vénus em 20 de setembro.
VÉNUS - Durante este mês surgirá como "estrela da tarde". Estará em conjunção com Saturno em 20 de setembro.
MARTE - Pode ser visto, durante a manhã. Em finais de agosto entrou na constelação do Caranguejo, passando para a constelação do Leão nos finais de setembro.
JÚPITER - Pode ser visto como "estrela da manhã", na constelação de Gémeos, onde permanecerá até ao final do ano.
SATURNO - Pode ser visto ao anoitecer. Estará em conjunção com Vénus em 20 de setembro.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
Visibilidade da Estação Espacial Internacional
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Luminosidade | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo de Passagem | ||||||
[Mag] | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
11 Set | -0.6 | 05:40:04 | 10° | S | 05:42:24 | 18° | SE | 05:44:45 | 10° | E | Visível |
12 Set | -0.1 | 04:53:31 | 10° | SE | 04:53:51 | 10° | SE | 04:54:10 | 10° | ESE | Visível |
13 Set | -2.5 | 05:38:07 | 10° | SW | 05:41:20 | 50° | SE | 05:44:34 | 10° | ENE | Visível |
14 Set | -1.6 | 04:50:42 | 16° | S | 04:52:41 | 28° | SE | 04:55:35 | 10° | ENE | Visível |
15 Set | -0.8 | 04:04:18 | 16° | SE | 04:04:18 | 16° | SE | 04:06:15 | 10° | E | Visível |
15 Set | -3.1 | 05:37:13 | 10° | WSW | 05:40:30 | 58° | NNW | 05:43:47 | 10° | NE | Visível |
16 Set | -3.3 | 04:50:43 | 41° | SW | 04:51:44 | 82° | SE | 04:55:04 | 10° | NE | Visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Vídeo do Mês
A Mecânica Quântica
Imagem do Mês
M1: o incrível caranguejo em expansão
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