julho 2013

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Os pulsares são estrelas de neutrões que rodam muito depressa sobre elas próprias emitindo um sinal eletromagnético periódico. A sua velocidade de rotação diminui muito lentamente, mas pode aumentar de repente, aquilo a que se chama um "glitch". Alguns astrónomos observaram um glitch em que a velocidade de rotação da estrela de neutrões diminuiu em vez de aumentar.
A estrutura de uma estrela de neutrões está ligada às condições extremas de pressão e de densidade que nelas existem (um centímetro cúbico deste astro pesa mil milhões de toneladas!). Segundo o modelo mais comum, a crosta é constituida por uma rede cristalina muito compacta de núcleos de ferro. Mais em profundidade reina um super fluido (um fluido de de viscosidade nula) rico em neutrões, e que poderá explicar os glitchs. Com efeito, a estrela perde a sua energia via através das suas emissões eletromagnéticas e do seu vento estelar. A rotação da crosta abrandaria-a, enquanto que a rotação da superfície manteria a velocidade de rotação inicial. O constrangimento mecânico produzido pela diferença de velocidades de rotação das duas camadas seria bruscamente libertado e produziria  o glitch que acelera a crosta.
Neil Gehrels e os seus colaboradores do Centro Goddard de voos espaciais da NASA, detetaram um "antiglitch" que, ao contrário, abrandou a estrela de neutrões 1E2259+586, situada a 10 000 anos-luz da Terra. O período de rotação, que diminui cerca de 12 microssegundos por ano, sofreu um abrandamento  súbito de 2,2 microssegundos. Esta descoberta obriga os astrónomos a reconsiderarem os seus modelos da estrutura das estrelas de neutrões e a perspetivarem movimentos internos regidos pelo campo magnético da estrela.

Fonte: Pour La Science - julho 2013 - n.º 429, p.8


Descoberto o mais antigo talho

No sítio arqueológico de Kanjera South, no Quénia, foram descobertas pedras talhadas e restos de animais decepados. O estudo destas ossadas mostra que a alimentação de carne já tinha sido adotada pelos hominídeos há dois milhões de anos e que deveriam caçar uma parte da carne consumida.



Há 2,6 milhões de anos começou o período em que os paleoantropólogos situam o aparecimento do género Homo. Esse período é caracterizado por um aumento do cérebro dos hominídeos, que levou a uma maior procura de calorias. Também se observa o aparecimento das primeiras pedras lascadas e os primeiros vestígios, pouco numerosos, da sua utilização em ossos de animais. Todos estes indícios sugerem que foi nesta época que os hominídeos teriam começado a consumir carne. Um sítio de escavações no Quénia, com 2 milhões de anos, onde trabalha uma equipa internacional, vem confirmar que esse comportamento carnívoro já existia nessa época e que os hominídeos já caçavam.
Situado no oeste do país, o sítio de Kanjera South, comporta três camadas sucessivas de ossos, pertencentes a várias dezenas de animais, sobretudo a antílopes, mas também a cavalos e a javalis africanos. Separadas por vários milhares de anos, cada uma destas camadas foi acumulada durante alguns séculos. Nem cursos de água, nem animais podem explicar tais acumulações. 
Os cortes detetados nos ossos mostraram que estes animais foram decepados para lhe tirarem a carne. Os hominídeos também deixaram junto dos ossos milhares de pedras lascadas.
Ao fazerem o recenseamento do tipo e da quantidade de ossadas para cada espécie, os investigadores descobriram que os hominídeos teriam provavelmente caçado uma parte deste animais. Com efeito, todas as partes do corpo de pequenos antílopes estavam presentes no local das escavações, incluindo aquelas que têm pouca carne. São, assim, provavelmente, carcassas inteiras que os hominídeos descarnaram. Nos nossos dias, em ambientes semelhantes, os leões e outros predadores consomem imediatamente este tipo de pequenas presas, nada deixando. Temos por isso a mais antiga prova de caça na linhagem humana.  

Fonte: La Recherche - julho/Agosto 2013 - n.º 477, p.22



O que posso observar no céu de julho?

No antigo calendário romano este mês tinha o nome de Quinctilis, isto é, o quinto mês do ano.Em 44 a.C. o Senado, através do imperador Marco António e em homenagem a Júlio César, passou a chamar-lhe Julius. Daí o nome Julho.

5 - Terra no afélio (a 152 milhões de quilómetros do Sol) - 16h 00'
7 - Lua no apogeu (a 406 489 quilómetros da Terra) - 01h 35'
9 - Saturno estacionário - 05h 00'
9 - Conjunção inferior de Mercúrio - 20h 00'
11 - Lua a 7º S de Vénus - 00h 00'
16 - Lua passa a 0,3º N de Espiga - 04h 00'
17 - Lua a 3º S de Saturno - 01h 00'
20 - Mercúrio estacionário - 15h 00'
21 - Lua no perigeu (a 358 400 quilómetros da Terra) - 21h 23'
22 - Vénus a 1,2º N de Régulo - 6h 00'
22 - Marte a 0,8º N de Júpiter - 7h 00'
30 - Pico da chuva de meteoros Delta Aquáridas do Sul 
















                 Fases da Lua em Julho




08 - às 08h 14min - nova

16 - às 04h 18min - crescente

 22 - às 19h 16min - cheia
  29 - às 18h 43min - minguante

Planetas visíveis a olho nu em julho




MERCÚRIO - poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol.  Será visível,  de manhã, cerca do começo do crepúsculo civil, como "estrela da manhã", a partir de 19 de julho. Terá movimento retrógrado até de 20 de julho.


VÉNUS - Durante este mês surgirá como "estrela da tarde". 


MARTE - A partir de meados do mês de julho, durante a manhã, reaparece na constelação dos Gémeos. Estará em conjunção com Júpiter em 22 de julho.


JÚPITER - No início deste mês reaparece como 
"estrela da manhã", na constelação de Gémeos, onde permanecerá até ao final do ano.

SATURNO - Pode ser visto apenas ao anoitecer, mas a partir dos fins de julho deixará de ser visível por se encontrar mito próximo do Sol. 


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)

DataLuminosidadeInícioPonto mais altoFimTipo de Passagem
[Mag]HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
19 Jul-2.404:42:0627°S04:43:2239°SE04:46:3210°ENEVisível
20 Jul-1.403:55:4022°ESE03:55:4022°ESE03:57:5410°EVisível
20 Jul-2.405:28:3410°WSW05:31:4644°NNW05:35:0010°NEVisível
21 Jul-3.204:42:0433°WSW04:43:2371°NW04:46:4510°NEVisível
22 Jul-2.903:55:3058°E03:55:3058°E03:58:2410°ENEVisível
22 Jul-1.305:29:1810°WNW05:32:0423°NNW05:34:5010°NEVisível
23 Jul-0.703:08:5218°ENE03:08:5218°ENE03:09:5410°ENEVisível
23 Jul-1.804:41:4619°WNW04:43:3331°NNW04:46:3610°NEVisível
24 Jul-2.503:55:0546°NNW03:55:0546°NNW03:58:2010°NEVisível
24 Jul-0.605:30:1610°NW05:32:2716°N05:34:3710°NNEVisível
25 Jul-1.103:08:2226°NE03:08:2226°NE03:10:0010°NEVisível
25 Jul-0.904:41:1910°WNW04:43:4919°NNW04:46:1810°NNEVisível
26 Jul-1.303:54:2922°NW03:55:1224°NNW03:58:0010°NEVisível
26 Jul-0.405:31:0010°NW05:32:5114°N05:34:4110°NNEVisível
27 Jul-1.103:07:4126°N03:07:4126°N03:09:4210°NEVisível
27 Jul-0.404:42:1010°NW04:44:0815°N04:46:0610°NNEVisível
28 Jul-0.102:20:5113°NE02:20:5113°NE02:21:2110°NEVisible
28 Jul-0.603:53:4412°NW03:55:2516°NNW03:57:3810°NNEVisível
28 Jul-0.405:31:0710°NNW05:33:1115°N05:35:1410°NEVisível
 


Como usar esta grelha:




Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.


Vídeo do Mês


As Estrelas




Imagem do Mês

O satélite de Saturno Hiperião: uma lua com crateras singulares 

O que é que existirá no fundo das estranhas crateras de Hiperião? Ninguém sabe ao certo. Para ajudar a descobrir o que poderão conter, a sonda robot Cassini, neste momento a orbitar  Saturno,  passou em 2005 e 2010 por esta lua de textura esponjosa e tirou fotografias com um detalhe sem precedentes. Esta imagem obtida em 2005, mostra um estranho mundo de crateras e uma superfície muito particular. As pequenas diferenças de cor significam diferentes composições da superfície. No fundo, da maior parte destas crateras, existe um material escuro desconhecido. A análise da imagem mostra características brilhantes do solo que podem indicar que o material escuro pode ter apenas dez metros de espessura. Hiperião tem 250 quilómetros de comprimento, roda caoticamente e tem uma densidade tão pequena que pode conter, no seu interior, um vasto sistema de cavernas.

Fonte: http://apod.nasa.gov/apod/ap130630.html  



     

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