maio 2013






Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande


A origem das explosões de raios gama de longa duração

Colapso de uma estrela super gigante azul originando uma explosão de raios gama de longa duração

As explosões de raios gama, explosões longínquas sob a forma de raios gama quentes, estão entre os fenómenos mais violentos do Universo. Emitem colossais quantidades de energia em poucos minutos. A sua duração varia entre menos de um segundo a alguns minutos. Mas a 25 de dezembro de 2010, foi detetada uma explosão com a duração de duas horas. Depois, em 2011 e 2012, detetaram-se mais duas explosões de longa duração (uma delas durou 7 horas!). Qual a origem destas explosões atípicas? Duas equipas de astrofísicos avançaram com uma nova hipótese: a explosão de estrelas 100 vezes maiores do que o nosso Sol.

As explosões de raios gama manifestam-se sob a forma de uma breve radiação quente de raios gama e de raios X, seguida de uma emissão residual visível, desde o domínio das ondas rádio até aos raios X.

Inicialmente foram dadas duas explicações para estas explosões de longa duração : 1) a queda de um asteróide numa estrela de neutrões que lhe era próxima; 2) a explosão de uma supernova longínqua (a pelo menos 3,5 biliões de anos-luz).

Bruce Gendre, do Instituto de Investigação em Astrofísica e Planetologia de Toulouse, e os seus colaboradores propuseram um novo cenário. Ao estudarem a explosão de 7 horas de 2011, sugeriram que a mesma proviria do colapso de uma estrela, centenas de vezes maior do que o Sol, e pelo menos 20 vezes mais maciça. Esta poderia ser uma supergigante azul composta quase exclusivamente de hidrogénio e hélio. O mecanismo seria semelhante ao das explosões "longas" (de alguns minutos). Pensa-se que o núcleo da estrela colapsa num buraco negro e jatos de matéria atravessam as camadas restantes de matéria do astro. O tempo que demoram a cair as camadas externas de matéria no buraco negro em formação, muito mais afastadas do que numa estrela mais pequena, poderá ser a razão da explosão demorar várias horas. No vídeo seguinte pode ver uma animação que exemplifica esta hipótese.   




Animação do colapso de uma estrela super gigante azul originando uma explosão de raios gama de longa duração


A física quântica num minuto? Será possível!


MinutePhysics, no sítio de vídeos do Youtube (http://www.youtube.com/minutephysics), é uma surpresa mesmo para os físicos profissionais. Atualmente já são 79 vídeos de ciência que duram de um a dois minutos, com o objetivo de explicar a um vasto público - muitas vezes dirigido para alunos - problemas da física moderna e nem sempre os mais fáceis de entender, tais como: o gato de Schrödinger, o bosão de Higgs (ver publicação de outubro deste blogue), a luz quântica, E=mc2...
Estes vídeos têm tido um sucesso enorme e não deixam nada de lado. Em menos de dois anos, MinutePhysics já registou 73 milhões de visitas e um milhão de assinantes! Só o vídeo sobre o gato de Schrödinger, um fenómeno central da mecânica quântica, já foi visto por quase 3 milhões de pessoas.
As questões chave da física do nosso tempo são aqui abordadas: a massa e o bosão de Higgs; a luz vista por Serge Haroche (prémio Nobel da Física em 2012); a mecânica quântica; Usain Bolt e a gravidade; a simetria em física através do futebol; a seta do tempo e outros. O discurso é direto, vai ao essencial, sem analogias ambíguas e, por vezes, utiliza equações. Com vídeos de um a dois minutos, não permite a dispersão do espectador. O que parece funcionar bem é a extrema simplicidade do suporte utilizado que contrasta com a complexidade dos assuntos tratados. 
Vejam alguns desses vídeos e descubram muitos outros... (também ajuda a melhorar o vosso inglês...)
Usain Bolt versus a gravidade
O gato de Schrödinger
Num dia chuvoso devo andar ou correr?
Fonte: Pour La Science - Maio 2013 - n.º 427, pp.16


O que posso observar no céu de maio?

O nome "maio" pode ter duas origens: a deusa romana da fertilidade Bona Dea (boa deusa) ou a deusa grega Maia, mãe do deus Hermes (o mensageiro que nasceu de uma relação de Maia com Zeus). Ambas são deusas da flora, e das flores em particular, e eram adoradas nesta altura do ano.



10 - Eclipse anular do Sol - 22h

11 - Mercúrio em conjunção superior - 22h

13 - Lua no apogeu - 15h

21 - Mercúrio a 7ºN de Aldebarã - 02h

25 - Eclipse penumbral da Lua

26 - Lua no perigeu - 03h

28 - Vénus a 1ºN de Júpiter - 22h










Fases da Lua em Maio




02 - às 12h 14min - minguante

10 - às 01h 28min - nova
18 - às 05h 34min - crescente

25 - às 05h 25min - cheia
31 - às 19h 58min - minguante










Planetas visíveis a olho nu em maio




MERCÚRIO - poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol.  Será visível,  de manhã, cerca do começo do crepúsculo civil, até 4 de maio. A partir do dia 19 de maio passará a ser visto como "estrela da tarde".


VÉNUS - A partir da primeira semana de maio e até finais do ano surgirá como "estrela da tarde". Estará em conjunção com Mercúrio em 25 de maio.


MARTE - Não é visível por se encontrar muito próximo do Sol. Só reaparecerá na segunda quinzena de junho. 


JÚPITER - pode ser visto na constelação do Touro, durante grande parte da noite.


SATURNO - Nasce pouco depois da meia-noite na constelação da Virgem










(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)



DataBrilhoInícioPonto mais altoFimTipo de
Passagem
[Mag]HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
18 Maio-1.003:32:5313°SSE03:34:1015°SE03:36:1310°EVisível
19 Maio-3.204:19:0213°SW04:21:5278°SE04:25:1310°ENEVisível
20 Maio-2.603:32:1031°S03:33:1242°SE03:36:2410°ENEVisível
21 Maio-1.402:45:1223°ESE02:45:1223°ESE02:47:1810°ENEVisível
21 Maio-2.404:18:0411°W04:21:0741°NNW04:24:1910°NEVisível
22 Maio-3.103:30:5834°WSW03:32:1467°NNW03:35:3310°NEVisível
23 Maio-2.902:43:4759°E02:43:4759°E02:46:3910°ENEVisível
23 Maio-1.204:17:3710°WNW04:20:1922°NNW04:23:0210°NEVisível
24 Maio-0.801:56:2918°ENE01:56:2918°ENE01:57:3410°ENEVisível
24 Maio-1.703:29:2018°WNW03:31:1330°NNW03:34:1310°NEVisível
25 Maio-2.502:41:5645°NW02:42:0645°NNW02:45:2010°NEVisível
25 Maio-0.604:17:1910°NW04:19:2616°N04:21:3410°NNEVisível
26 Maio-1.501:54:2731°NE01:54:2731°NE01:56:2010°NEVisível
26 Maio-0.803:27:4210°WNW03:30:0819°NNW03:32:3510°NNEVisível
27 Maio-0.301:06:5212°ENE01:06:5212°ENE01:07:1110°ENEVisível
27 Maio-1.302:39:4120°NW02:40:4924°NNW02:43:3610°NEVisível
27 Maio-0.404:16:3810°NNW04:18:2514°N04:20:1210°NNEVisível




Como usar esta grelha:


Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.



Vídeo do Mês



O Universo numa casca de noz explicado pelo físico Michio Kaku



Imagem do Mês

Uma tempestade violenta em Saturno


Foi uma das maiores e mais longas tempestades registadas no nosso Sistema Solar. Detetada pela primeira vez em 2010, a formação nebulosa situada no hemisfério norte de Saturno, vista na imagem, iniciou-se com uma dimensão maior do que a nossa Terra e rapidamente se espalhou à volta de todo o planeta. Esta tempestade não foi apenas detetada a partir da Terra, também foi acompanhada de perto pela nave espacial Casini que atualmente se encontra a orbitar Saturno. Esta imagem foi obtida em fevereiro, através de luz infravermelha, sendo estas cores falsas. A cor laranja representa nuvens profundas da atmosfera deste planeta, enquanto as cores mais claras indicam-nos nuvens mais altas. Os anéis de Saturno são vistos quase de lado, como a linha azul fina que se pode ver no centro da imagem. As faixas escuras distorcidas são as sombras dos anéis, originadas pelo Sol, sobre as nuvens. A partir de um relâmpago formou-se uma fonte ruidosa de rádio e pensa-se que esta intensa tempestade pode estar relacionada com as mudanças sazonais que ocorrem na primavera no norte de Saturno. Após durar mais de seis meses, esta icónica tempestade deu a volta a todo o planeta e tentou absorver a sua própria cauda mas, surpreendentemente, esta ação levou ao seu desvanecimento.

Fonte: http://apod.nasa.gov/apod/ap130428.html     


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