novembro 2012


Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande


 Introdução

Pretende-se com este blog dar a conhecer as novidades científicas desde o mundo das partículas elementares até às descobertas do vasto Universo, não esquecendo a vida e nós próprios. 
Haverá uma secção fixa com dados para observações noturnas do céu "O Que Posso Observar no Céu de...".


O Elemento 113 finalmente descoberto?

Entre os elementos pesados da tabela periódica, faltava o único com 113 protões. Uma equipa japonesa parece tê-lo observado.


Núcleo atómico com 113 protões                  Cadeia de desintegração do elemento 113, constituída por 6 emissões alfa



O urânio, cujo núcleo atómico contém 92 protões, é o último elemento da tabela periódica que existe no estado natural. Os elementos com mais protões são instáveis e só são observados em reatores nucleares ou aceleradores de partículas após o processo de fusão dos núcleos. Desde os anos quarenta, do séc. XX, que existe uma competição entre os Estados Unidos, a Rússia, a Alemanha e, mais recentemente, com o Japão na criação de elementos mais pesados. Assim, foram descobertos pelos americanos do elemento 93 até ao 103, do 104 ao 106 pelos americanos e os russos, do 107 ao 112 pelos alemães. Os elementos 114 e 116, sintetizados pela cooperação entre russos e americanos e confirmados na Alemanha, foram chamados de flerovium e livermorium em maio 2012. Os elementos 113, 115, 117 e 118 foram detetados, mas têm de ser confirmadas para receber um nome oficial. Em 12 de agosto de 2012, uma equipa japonesa do Centro Riken Nishina observou uma reação, na qual o elemento 113 foi produzido sem margem para dúvida.

Todavia, a observação e descoberta de um elemento necessitam de validação por uma comissão internacional de especialistas independentes que estudam em detalhe o modo de deteção do núcleo atómico. A confirmação por parte do grupo de especialistas permite, ao laboratório em causa, a escolha do nome do novo elemento.

"Animação da criação do elemento 113 e a deteção das partículas alfa"

Fonte: Pour La Science

O Clima dos Exoplanetas


O estudo da atmosfera dos planetas extra-solares já é hoje possível para os astrónomos. Hoje conseguimos estimar a temperatura e a velocidade do vento na superfície de alguns exoplanetas.


Nos últimos anos, os astrónomos descobriram vários planetas fora do sistema solar. Em dois anos, o telescópio espacial Kepler localizou mais de 2000 candidatos a exoplanetas e a água líquida pode estar presente em alguns cujo tamanho é próximo do da Terra. Esses objetos - que parecem comuns na galáxia - são minúsculos aos "olhos" dos telescópios atuais, mas as melhorias técnicas efetuadas nestes instrumentos permitem estudar as suas propriedades. O avanço é tal que a elaboração de um mapa de temperaturas e ventos das atmosferas desses planetas já não é ficção científica.

Fonte: edição de novembro de 2012, n.º 421, da Pour La Science






O que posso observar no céu de novembro?

Novembro deve o seu nome à palavra latina novem (nove), dado que era o nono mês do calendário romano 

Novembro dia-a-dia

1 - Lua no apogeu - 15h
2 - Júpiter a 0,9º N da Lua - 1h
7 - Mercúrio estacionário - 4h
11 - Vénus a 5º N da Lua - 18h
12 - Saturno a 4º N da Lua - 21h
13 - Eclipse total do Sol (não visível no nosso país)
14 - Lua no perigeu - 10h
15 - Vénus a 4º N de Espiga - 23h
26 - Mercúrio estacionário - 20h
27 - Vénus a 0,6º S de Saturno - 5h
28 - Eclipse penumbral da Lua; Lua no apogeu - 20h
29 - Júpiter a 0,6º N da Lua - 1h



Fases da Lua em novembro

7 - 0h 36min - minguante
13 - 22h 08min - nova
20 - 14h 31min - crescente
28 - 14h 46min - cheia 










Planetas visíveis a olho nu em novembro




MERCÚRIO - poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol.  Será visível,  de tarde, cerca do instante do fim do crepúsculo civil, de 22 Setembro a 12 de Novembro. O planeta apresentar-se-á mais brilhante no começo deste período.




VÉNUS - poderá ser facilmente identificado pelo seu grande brilho.  Durante este mês e até finais do ano reaparecerá como estrela da manhã. 





MARTE - poderá ser observado na constelação de Sagitário em meados do mês de novembro. A tonalidade avermelhada ajudará à identificação do planeta.

JÚPITER - pode ser visto na constelação do Touro.

SATURNO - só poderá ser visto a partir de meados de novembro como estrela da manhã.

Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 



Visibilidade da Estação Espacial Internacional
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
DataLuminosidadeInícioPonto Mais AltoFim
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
25 Nov-1.106:04:3815°N06:05:3917°NNE06:07:5710°ENE
26 Nov-0.405:16:4012°NNE05:16:4012°NNE05:17:2210°NE
26 Nov-2.106:49:3610°NW06:52:4435°NNE06:55:5210°E
27 Nov-1.606:01:3021°N06:02:3225°NNE06:05:2310°E
28 Nov-0.605:13:3216°NE05:13:3216°NE05:14:4610°ENE
28 Nov-3.206:46:2013°NW06:49:1880°NE06:52:4010°ESE
29 Nov-2.505:58:2338°N05:59:0946°NNE06:02:2410°ESE
30 Nov-0.705:10:2721°ENE05:10:2721°ENE05:11:5510°E
30 Nov-2.506:43:1516°WNW06:45:3738°SW06:48:4310°SSE
01 Dez-3.405:55:2271°SW05:55:2271°SW05:58:4810°SE
02 Dez-0.505:07:3019°ESE05:07:3019°ESE05:08:3510°ESE
02 Dez-1.206:40:1913°WSW06:41:3215°SW06:43:3010°SSW
03 Dez-1.505:52:3122°SSW05:52:3122°SSW05:54:1910°SSE

Como usar esta grelha:

Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida. 


Imagem do Mês


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A nebulosa planetária PK 164+31.1

É isto o que irá acontecer ao nosso Sol? Muito possivelmente. A bolha de gás em expansão da imagem é a da nebulosa planetária PK 164 31.1, os restos da atmosfera, de uma estrela semelhante ao Sol, expelidos quando a reserva de hidrogénio do seu núcleo se esgotou. Pode ver-se, perto do centro da nebulosa, o que resta do núcleo em si - um ponto azul-quente de uma estrela anã branca. Esta nebulosa planetária mostra círculos intrincados de gás, provavelmente expulsos em momentos diferentes do desaparecimento da estrela e cuja estrutura não é totalmente compreendida. Esta imagem da PK 164 31.1 obtida pelo Observatório de Calar Alto, em Espanha, mostra ainda muitas outras estrelas da nossa galáxia, a Via Láctea, bem como várias galáxias longínquas. A PK 164 31.1 é também conhecida como Jones-Emberson 1 e fica a cerca de 1600 anos-luz de distância na direção da constelação do Lince (Lynx). Devido à sua fraca luminosidade (magnitude 17) e baixo brilho superficial , este objeto celeste só é visível com um telescópio de grande tamanho. Embora esta nebulosa em expansão vá desaparecer ao longo dos próximos mil anos, a anã branca central pode muito bem sobreviver por biliões de anos - quando o nosso universo já será um lugar muito diferente do atual.

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