janeiro 2020











Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande

Janeiro de 2020

Uma nova década

As 10 maiores descobertas de 2019




     1 - Imagem de um buraco negro. Foi a imagem científica do ano. Um anel de luz girando à volta desse astro super maciço no centro da galáxia M87, o mais próximo possível da fronteira a partir da qual, nada pode escapar. Foi a primeira imagem de um buraco negro, obtida em 10 de abril de 2019, pela colaboração EHT (Event Horizon Telescope).

     2 - Saltos quânticos. A ideia de que um objeto pode passar repentinamente e por acaso de um estado para outro constitui uma das características da física quântica. Conseguiremos captar ao vivo um salto quântico desse tipo e mesmo revertê-lo? Este é o objetivo de uma recente experiência e que tem provocado acesso debate entre os físicos.

     3 - Sonda InSight - Durante todo o ano de 2019, os instrumentos da sonda InSight, instalados na superfície de Marte, recolheram dados sísmicos e geodésicos. A missão ainda não terminou, mas já permitiu detetar centenas de sismos.

     4 - Hidreto de Hélio (hidro-hélio) - Um feixe de hidreto de hélio foi detetado na nebulosa NGC 7027, que se situa a 3200 anos-luz da Terra. É uma descoberta fundamental já que este ião é considerado a primeira ligação molecular a ter sido criada no Universo, 100 000 anos após o Big Bang. Esta descoberta foi realizada na baixa atmosfera graças a um avião transformado em laboratório de infravermelhos.

     5 - Homo luzonensis - Pelo menos cinco espécies humanas coabitaram na Terra há menos de 100 000 anos. A última a chegar a este grupo foi o Homo luzonensis, descoberto na ilha de Luçon, por Florent Détroit, paleontólogo do Museu Nacional de História Natural de Paris. 

     6 - O perigoso diálogo tumor-cérebro - Os tumores da próstata estão ligados a neurónios que apoiam as primeiras fases do seu desenvolvimento. Eles surgem da diferenciação de progenitores neuronais, ou seja, de células imaturas produzidas no cérebro.     

     7 - 5G - 2019 foi o ano do estabelecimento, no mundo, das primeiras redes e ofertas comerciais da nova geração de telefones móveis. Contudo, se diversas aplicações industriais poderão eventualmente surgirem, não há muita certeza se os particulares terão muito interesse no 5G. Para além disso, o seu impacto sanitário ainda não foi avaliado.

     8 - Seremos capazes de parar o declínio dos seres vivos? - O nosso planeta está a viver uma crise de extinção da fauna e da flora. A publicação, em 2019, do relatório do grupo de especialistas da ONU sobre a biodiversidade destacou o essencial deste declínio, também problemático para a sobrevivência da nossa espécie. O desafio científico é, a partir de agora, produzir os utensílios para fazer aumentar esta tomada de consciência.

     9 - Remontar às origens das nossas células - Após doze anos de trabalho e de muita perseverança, dois microbiólogos japoneses, Hiroyuki Imachi e Masaru Nobu, conseguiram isolar e cultivar as células que pertencem à família das arquea Asgard. Um utensílio precioso para estabelecer os cenários da evolução do vivo. 

     10 - CRISPR - O ano de 2019 conheceu vários anúncios no domínio da edição do genoma. A manipulação de embriões humanos, as novas técnicas para evitar os erros... O biólogo André Choulika adverte contra o fascínio à volta destes novos utensílios de modificação do genoma, que estão ainda longe de serem uma panaceia.        
                        

Fonte: La Recherche - janeiro 2020, n.º 555, pp. 36-71  
Vários (adaptado)


     

A inteligência artificial (IA) (re)descobriu o heliocentrismo



       A equipa de Renato Renner, físico no Instituto Federal Suíço de Tecnologia, em Zurique, desenvolveu um algoritmo batizado SciNet, capaz de redescobrir conceitos ou parâmetros físicos importantes sem nenhum conhecimento prévio. A partir de múltiplos dados experimentais, o algoritmo criou uma representação condensada a partir da qual os cientistas podem extrair conceitos físicos. Ao dar-lhe as trajetórias do Sol e de Marte observadas a partir da Terra, a IA conseguiu simplificar o problema ao representá-las num sistema de coordenadas angulares centradas no Sol. Um pouco à maneira de Johannes Kepler, redescobriu o heliocentrismo! Da mesma maneira, o algoritmo descobriu o número de grau de liberdade de um sistema quântico simples, descobriu sozinho as leis da conservação da física para prever as colisões de partículas e «compreendeu» a importância de certos parâmetros, como por exemplo a frequência, a partir das medições das oscilações de um pêndulo. O algoritmo é composto por duas redes de neurónios artificiais fracamente ligadas entre elas. Esta fraca conetividade obriga a primeira rede a preparar antecipadamente o trabalho da segunda, enviando-lhe apenas informações muito condensadas. A partir desta informação, a segunda rede responde à questão científica colocada.      


Fonte:  La Recherche  - janeiro 2020, n.º 555, p. 16
Gautier Cariou (adaptado)




O que posso observar no céu de janeiro?



2 - Lua no apogeu a 404 579 Km da Terra - 01:03
4 - Pico da chuva de meteoros das Quadrântidas
5 - Terra no periélio a 147,09 milhões de Km do Sol - 08:00
10 - Eclipse lunar penumbral - 19:21
13 - Lua no perigeu a 365 958 Km da Terra - 21:21
17 - Marte a 5ºN de Antares - 04:00
20 - Lua a 2°N de Marte - 19:00
23 - Lua a 0,4ºS de Júpiter - 03:00
28 - Lua a 4ºS de Vénus - 07:00
29 - Lua no apogeu a 405 392 Km da Terra - 21:27




Céu visível às18:00 horas do dia 1 de janeiro em Lisboa mostrando o planeta Vénus.



Céu visível às 07:00 horas do dia 1 de janeiro em Lisboa mostrando o planeta Marte .







Fases da Lua em janeiro


24 - às 21h 42min - nova

03 - às 04h 45min - crescente

10 - 19h 21min - cheia 

  17 - às 12h 58min - minguante









Planetas visíveis a olho nu em janeiro 


MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível de tarde a partir do dia 24 de janeiro. 

VÉNUS - Pode ser visto como a estrela da tarde até finais de maio.

MARTE - Pode ser visto na constelação de Balança onde apenas é visível no céu ao amanhecer. 

JÚPITER - Pode ser visto ao amanhecer na constelação de Sagitário na segunda semana de janeiro.

SATURNO - Pode ser visto no afinal de janeiro, antes do nascimento do sol, na constelação de Sagitário.


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)

DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
26-1-1,719:00:5110°ONO19:03:2419°NNO19:04:5415°NNEvisível
27-1-2,018:12:5110°ONO18:15:4224°NNO18:18:3210°NEvisível
27-1-1,019:51:3210°NO19:52:1812°NNO19:52:1812°NNOvisível
28-1-1,519:03:3710°NO19:05:3615°N19:06:4413°NNEvisível
29-1-1,518:15:3510°NO18:17:5016°NNO18:20:0410°NNEvisível
29-1-0,919:53:3310°NNO19:54:0612°NNO19:54:0612°NNOvisível
30-1-1,519:05:5510°NNO19:07:5114°N19:08:3114°NNEvisível
31-1-1,418:18:0810°NO18:20:0114°N18:21:5410°NNEvisível
31-1-1,119:55:0510°NNO19:55:5514°NNO19:55:5514°NNOvisível
1-2-1,919:07:3610°NNO19:09:5918°NNE19:10:2317°NNEvisível
2-2-1,618:20:0410°NNO18:22:1015°N18:24:1710°NEvisível
2-2-1,619:56:2810°NO19:57:5221°NNO19:57:5221°NNOvisível
3-2-2,619:08:5910°NO19:11:5828°NNE19:12:2827°NEvisível
4-2-2,218:21:3110°NNO18:24:1221°NNE18:26:5410°ENEvisível
4-2-2,419:57:5810°NO20:00:0937°ONO20:00:0937°ONOvisível

Como usar esta grelha:


Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/



Vídeo do Mês







As 10 descobertas científicas de 2019


(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)



Imagem do Mês



Messier 20 e 21

         A bela Nebulosa Trífide, também conhecida como Messier 20, é fácil de encontrar com um pequeno telescópio na rica zona de nebulosas da constelação do Sagitário. A cerca de 5000 anos-luz de distância, esta imagem também mostra o enxame de estrelas Messier 21 (no topo da imagem do lado esquerdo). Cortada em três por linhas de poeira, a Trífide tem uma extensão de 40 anos-luz e cerca de 300 000 anos de idade. É por isso uma das mais novas regiões de formação de estrelas no céu, com estrelas novas e embrionárias surgidas das nuvens de gás e poeiras que a compõem. Apesar da distância calculada entre o enxame aberto M21 ser semelhante à da M20, não há aparentes ligações entre ambas. De facto, as estrelas de M21 são muito mais velhas do que as da M20, cerca de 8 milhões de anos mais velhas.                  
Fonte: www.nasa.gov

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