dezembro 2013



Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande


Um gémeo ardente da Terra


O exoplaneta Kepler 78b está situado a menos de 1,5 milhões de quilómetros da sua estrela. A sua superfície, desprovida de atmosfera, é recoberta de rochas em fusão (imagem da esquerda). Devido a este facto, o planeta tem um aspeto muito diferente do da Terra. Os dois planetas têm um tamanho semelhante (imagem da direita) e uma composição similar:  são ambos constituídos por rochas e possuem um núcleo de ferro.

Na procura de exoplanetas semelhantes à Terra foi dado um novo passo. Já foram descobertos numerosos planetas tendo um tamanho próximo do da Terra. Todavia é muito difícil estimar a sua massa e a sua composição. Duas equipas de astrónomos estudaram o exoplaneta Kepler 78b e demonstraram que a sua densidade era semelhante à da Terra, ou seja, este planeta seria essencialmente constituído por rochas e ferro. Mas as semelhanças param aí: Kepler 78b está tão próximo da sua estrela que deverá ser um mundo coberto de lava. Desde o início do seu funcionamento, em 2009, o telescópio espacial Kepler permitiu identificar quase 3000 candidatos ao título de exoplanetas, através do método do trânsito. Quando um exoplaneta passa à frente da sua estrela, a luminosidade desta baixa. Assim, é possível deduzir o seu tamanho. Este método favorece sobretudo a deteção de planetas de grande tamanho e que estejam muito próximos da sua estrela. É por isso que a maior parte dos exoplanetas detetados são semelhantes a Júpiteres quentes, isto é, planetas gigantes gasosos e que orbitam próximo da sua estrela. Contudo, foram também detetados alguns planetas do tamanho da Terra.
Para determinar a massa de um planeta é necessário utilizar o método das velocidades radiais - a estrela sofre um pequeno desvio devido à atração recíproca com o planeta. Mais uma vez, esta técnica é de difícil aplicação para planetas do tamanho da Terra. Todavia, duas equipas de astrónomos conseguiram utilizar este método para estudar o exoplaneta Kepler 78b, situado a 400 anos-luz de nós.
Graças às observações do telescópio Kepler, calculou-se que o seu raio é da ordem de 1,2 vezes o da Terra. Utilizando as observações dos instrumentos no solo, os astrónomos mediram a sua massa, compreendida entre 1,7 e 1,9 vezes a da Terra. A sua densidade é, por isso, muito próxima da da Terra e a sua composição muito provavelmente idêntica: este planeta será rochoso com um núcleo de ferro, que representará 40% da sua massa total. Assim, Kepler 78b será o primeiro exoplaneta descoberto que apresenta um mesmo tamanho e a mesma composição da Terra.
Todavia o aspeto deste exoplaneta é sem dúvida muito diferente do nosso planeta. Com efeito, Kepler 78b está 40 vezes mais próximo da sua estrela do que Mercúrio do Sol. Um ano neste planeta dura cerca de 8,5 horas e a temperatura na sua superfície ultrapassa os 2 400ºC: trata-se de um mundo coberto de lava e desprovido de atmosfera.   
Fonte: Pour La Science - dezembro 2013 - n.º 434, p.6 - Sean Bailly (adaptado)  



Ter-se-á finalmente compreendido a rotação do núcleo terrestre?

O núcleo sólido e o núcleo líquido da Terra têm direções opostas


A Terra roda sobre ela própria para Este, quase em 24 horas. Contudo, isso não acontece com o seu núcleo. O núcleo interno, constituído por ferro sólido, roda no mesmo sentido, mas mais depressa. O núcleo externo, constituído por ferro líquido, roda em sentido contrário, para Oeste! Investigadores da Universidade de Leeds, em Inglaterra, mostraram que estes movimentos do núcleo estão ligados e controlados pelo campo magnético terrestre. A circulação do ferro no núcleo líquido provoca, pelo efeito dínamo, o campo magnético terrestre. Os geofísicos observam desde há muito tempo que este campo se desloca para Oeste, o que sugeria que o núcleo líquido estaria animado de um movimento similar. Por outro lado, o magnetismo das rochas mostra que nos últimos 3000 anos, o campo magnético deslocou-se para Oeste a uma velocidade variável, mas também se deslocou para Este. 
O estudo das ondas sísmicas, que se propagam em todas as direções do globo terrestre, revelaram que o núcleo interno roda para Este e aumenta o movimento da superfície do planeta em alguns graus por ano.
Os investigadores perguntam-se como se explicam os movimentos opostos dos núcleos internos e externos? Ficamos a aguardar uma resposta...     
Fonte: Pour La Science - dezembro 2013 - n.º 434, p.11 - Sean Bailly (adaptado)  



O que posso observar no céu de dezembro?

04 - Lua no perigeu - 10h
06 - Vénus a 8ºS da Lua - 00h
06 - Máximo brilho de Vénus - 19h
19 - Júpiter a 5ºN da Lua - 07h
20 - Lua no apogeu - 00h
21 - Solstício de dezembro: início do Inverno - 17h
26 - Marte a 5ºN da Lua - 03h
27 - Espiga a 1,1ºS da Lua - 01h
29 - Saturno a 0,9ºN da Lua - 01h







Fases da Lua em dezembro


03 - às 00h 22min - nova

09 - às 15h 12min - crescente

 17 - às 09h 28min - cheia

  25 - às 13h 48min - minguante










Planetas visíveis a olho nu em dezembro

MERCÚRIO - poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol.  Será visível,  de manhã, cerca do começo do crepúsculo civil, como "estrela da manhãaté 12 de dezembro

VÉNUS - Durante este mês surgirá como "estrela da tarde". Inicia movimento retrógrado em 20 de dezembro.


MARTE - Pode ser visto, durante a manhã. Está na constelação da Virgem.


JÚPITER - Pode ser visto
na constelação de Gémeos, a partir das 21 horas, onde permanecerá até ao final do ano. 

SATURNO - Por se encontrar muito próximo do Sol é visto como "estrela da manhã". 


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
DateLuminosidadeInícioPonto mais altoFimPass type
[Mag]HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
12 Dez-3.117:56:2210°SW17:59:4063°SE18:02:1416°ENEvisível
12 Dez-0.619:33:5110°WNW19:35:0718°WNW19:35:0718°WNWvisível
13 Dez-2.018:44:3910°W18:47:4332°NNW18:48:2529°Nvisível
14 Dez-2.617:55:3410°WSW17:58:4949°NNW18:01:3813°NEvisível
14 Dez-0.319:33:5710°NW19:34:3112°NW19:34:3112°NWvisível
15 Dez-1.318:44:3410°WNW18:47:0519°NNW18:47:3919°Nvisível
16 Dec-1.617:55:1210°W17:58:0225°NNW18:00:4511°NEvisível
17 Dez-1.018:44:2910°NW18:46:2715°N18:46:4015°Nvisível
18 Dec-1.117:55:0110°NW17:57:1517°NNW17:59:3010°NNEvisível
19 Dez-0.918:43:5610°NNW18:45:3214°N18:45:3214°Nvisível
20 Dez-1.017:54:3810°NW17:56:2714°N17:58:1610°NNEvisível
21 Dez-1.118:42:4110°NNW18:44:2316°N18:44:2316°Nvisível
     
Como usar esta grelha:


Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/



Vídeo do Mês






Existe Vida Para Além da Terra?



Imagem do Mês




O enxame globular M15 visto pelo Hubble

As estrelas, como as abelhas, abundam à volta do centro do brilhante enxame globular M15. Esta bola, com cerca 100 000 estrelas, é uma relíquia dos primeiros tempos da nossa Galáxia e continua a orbitar o centro da Via Láctea. O M15, um dos cerca de 170 enxames globulares que restam, é conhecido por ser facilmente visível com binóculos, possuindo no seu centro uma das maiores concentrações de estrelas conhecidas e contendo uma enorme abundância de estrelas variáveis e pulsares. Publicada recentemente, esta nítida imagem obtida pelo telescópio espacial Hubble, estende-se por cerca de 120 anos-luz. Mostra o incrível aumento de densidade de estrelas no centro do enxame. M15 está a uma distância, aproximadamente, de 35000 anos-luz na direção da constelação do cavalo alado, Pégaso.  

Fonte: www.nasa.gov

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