março 2020
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Março de 2020
Reconstituição do Tiktaalike roseae, um peixe que viveu há 375 milhões e já tinha traços característicos dos tetrápodes. |
Há várias centenas de milhões de anos, peixes ósseos aventuraram-se sobre os continentes. Mas como é que estes animais aquáticos suportavam o seu próprio peso e se içaram para terra firme? Neil Shubin, da universidade de Chicago, e os seus colegas, examinaram o papel dos raios das barbatanas desse momento crucial da história evolutiva.
Os paleontólogos analisaram várias espécies e especificamente o Tiktaalik roseae. Este peixe viveu há 375 milhões de anos e terá conseguido fazer breves excursões nas praias daquela época. Os investigadores decidiram estudá-lo pois apresenta um mosaico de caracteres específicos, ao mesmo tempo dos peixes ósseos e dos tetrápodes, o que faz dele um representante ideal da transição entre os modos de vida desses dois grupos.
Ao compararem modelos 3D das barbatanas peitorais (aquelas que evoluíram para originarem as patas anteriores dos tetrápodes) de diferentes espécies, obtidas por tomodensitometria, os investigadores constataram que no decurso da evolução, os raios tornaram-se mais sólidos e uma assimetria desenvolveu-se entre os raios do lado ventral e do lado dorsal, tornando-se os segundos mais numerosos e mais largos do que os primeiros.
No Tiktaalik roseae, a assimetria é muito grande, o que provocou uma parte carnuda, como uma folha de palmeira, e que o animal devia utilizar para se manter nos solos lamacentos das margens dos rios. Esta assimetria também sugere que a presença de poderosos músculos nas barbatanas terão ajudado a suportar o peso do animal quando se içava para o ar livre.
William Rowe-Pirra (adaptado)
As riscas de tigre de Encelado explicadas
Encelado apresenta, no seu polo sul, quatro estrias retilíneas paralelas, chamadas de «riscas de tigre» (em baixo na imagem), pelas quais escapa água sob a forma de vapor e de gelo. |
Em 2005, a sonda Cassini fotografou espantosas estrias na superfície de Encelado, uma lua gelada de Saturno. Com um comprimento de cerca de uma centena de quilómetros, paralelas e regularmente espaçadas, estas quatro «riscas de tigre», no polo sul do satélite, deixam escapar água sob a forma de vapor e de gelo provenientes do oceano líquido escondido sob a crosta de gelo dessa lua. Como é que essas fraturas se formaram? Douglas Hemingway, da universidade da Califórnia, em Berkeley, e os seus colegas, mostraram que a influência de Saturno terá provocado indiretamente a formação de uma dessas fissuras e que em seguida terá dado nascimento às outras.
A crosta gelada de Encelado tem uma espessura muito variável. A causa: as forças de maré exercidas por Saturno sobre esta lua. Elas deformam esta última, levando a aquecimentos e, sobretudo, são mais fortes ao nível dos polos onde o gelo tem uma espessura de apenas cinco quilómetros, ao contrário dos cerca de vinte quilómetros de espessura no equador. Para além disso, de acordo com as variações irregulares da temperatura do satélite, uma parte da água da crosta funde-se em profundidade ou solidifica-se novamente. Como a água se dilata ao solidificar, o fenómeno cria tensões suplementares na crosta. Estas terão, segundo a equipa de investigadores, fragilizado a crosta levando ao aparecimento de uma primeira risca de tigre no polo sul e expulsando água líquida, libertando quase toda pressão interna. Mas uma parte desta água terá recaído na proximidade da risca sob a forma de gelo ou de neve acumulando-se nas margens da primeira fissura. A força exercida sobre a crosta gelada pelo peso acumulado terá dado origem, em cascata, às outras riscas de tigre.
A crosta gelada de Encelado tem uma espessura muito variável. A causa: as forças de maré exercidas por Saturno sobre esta lua. Elas deformam esta última, levando a aquecimentos e, sobretudo, são mais fortes ao nível dos polos onde o gelo tem uma espessura de apenas cinco quilómetros, ao contrário dos cerca de vinte quilómetros de espessura no equador. Para além disso, de acordo com as variações irregulares da temperatura do satélite, uma parte da água da crosta funde-se em profundidade ou solidifica-se novamente. Como a água se dilata ao solidificar, o fenómeno cria tensões suplementares na crosta. Estas terão, segundo a equipa de investigadores, fragilizado a crosta levando ao aparecimento de uma primeira risca de tigre no polo sul e expulsando água líquida, libertando quase toda pressão interna. Mas uma parte desta água terá recaído na proximidade da risca sob a forma de gelo ou de neve acumulando-se nas margens da primeira fissura. A força exercida sobre a crosta gelada pelo peso acumulado terá dado origem, em cascata, às outras riscas de tigre.
O que posso observar no céu de março?
9 - Super Lua de março - 17:48
10 - Lua no perigeu a 357 122 Km da Terra - 06:30
20 - Equinócio vernal - início da Primavera - 03:50
20 - Marte a 0,7º S de Júpiter - 06:00
24 - Lua no apogeu a 406 693 Km da Terra - 15:23
10 - Lua no perigeu a 357 122 Km da Terra - 06:30
20 - Equinócio vernal - início da Primavera - 03:50
20 - Marte a 0,7º S de Júpiter - 06:00
24 - Lua no apogeu a 406 693 Km da Terra - 15:23
Céu visível às20:00 horas do dia 1 de março em Lisboa mostrando o planeta Vénus.
Céu visível às 06:30 horas do dia 1 de março em Lisboa mostrando os planetas Saturno, Júpiter e Marte.
Fases da Lua em março
24 - às 21h 42min - nova
02 - às 19h 57min - crescente
09 - 17h 48min - cheia
02 - às 19h 57min - crescente
09 - 17h 48min - cheia
16 - às 09h 34min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em março
MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de manhã, por volta do instante do crepúsculo civil, de 4 de março a 27 de abril.
VÉNUS - Pode ser visto como a estrela da tarde até finais de maio.
MARTE - Pode ser visto na constelação de Balança onde apenas é visível no céu ao amanhecer.
JÚPITER - Pode ser visto ao amanhecer na constelação de Sagitário.
SATURNO - Pode ser visto na constelação de Capricórnio, na segunda metade de março.
VÉNUS - Pode ser visto como a estrela da tarde até finais de maio.
MARTE - Pode ser visto na constelação de Balança onde apenas é visível no céu ao amanhecer.
JÚPITER - Pode ser visto ao amanhecer na constelação de Sagitário.
SATURNO - Pode ser visto na constelação de Capricórnio, na segunda metade de março.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
25-3 | -1,4 | 19:37:18 | 10° | ONO | 19:39:50 | 19° | NNO | 19:42:22 | 10° | NNE | visível |
25-3 | -0,9 | 21:15:45 | 10° | NNO | 21:17:04 | 14° | N | 21:17:04 | 14° | N | visível |
26-3 | -1,1 | 20:28:08 | 10° | NO | 20:29:59 | 14° | N | 20:31:38 | 11° | NNE | visível |
27-3 | -1,1 | 19:40:23 | 10° | NO | 19:42:21 | 15° | N | 19:44:20 | 10° | NNE | visível |
27-3 | -1,0 | 21:17:51 | 10° | NNO | 21:19:08 | 15° | N | 21:19:08 | 15° | N | visível |
28-3 | -1,3 | 20:30:30 | 10° | NNO | 20:32:33 | 15° | N | 20:33:38 | 13° | NNE | visível |
29-3 | -1,2 | 20:43:02 | 10° | NNO | 20:44:54 | 14° | N | 20:46:46 | 10° | NE | visível |
29-3 | -1,3 | 22:19:37 | 10° | NO | 22:21:05 | 20° | NNO | 22:21:05 | 20° | NNO | visível |
30-3 | -1,9 | 21:32:20 | 10° | NNO | 21:34:59 | 21° | NNE | 21:35:34 | 20° | NE | visível |
31-3 | -1,5 | 20:45:02 | 10° | NNO | 20:47:21 | 17° | NNE | 20:49:41 | 10° | ENE | visível |
31-3 | -1,6 | 22:21:22 | 10° | NO | 22:23:02 | 26° | NO | 22:23:02 | 26° | NO | visível |
1-4 | -3,0 | 21:34:02 | 10° | NO | 21:37:12 | 38° | NNE | 21:37:33 | 37° | NE | visível |
2-4 | -2,3 | 20:46:43 | 10° | NO | 20:49:39 | 27° | NNE | 20:52:05 | 13° | E | visível |
2-4 | -1,6 | 22:23:20 | 10° | ONO | 22:25:03 | 26° | O | 22:25:03 | 26° | O | visível |
3-4 | -3,9 | 21:35:49 | 10° | NO | 21:39:11 | 82° | SO | 21:39:39 | 63° | SE | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
Saturno e as suas luas
(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)
(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)
Imagem do Mês
O que terá criado este estranho buraco no planeta Marte? O buraco foi descoberto por acaso em 2011 através de imagens dos declives poeirentos do vulcão marciano Pavonis Mons, obtidas pelo instrumento HiRISE que se encontra a bordo do robô Mars Reconnaissance Orbiter, correntemente ainda a orbitar Marte. O buraco parece ser uma abertura para uma caverna subterrânea, parcialmente iluminado na parte direita da imagem. As análises feitas a esta e outras imagens, revelaram que a abertura terá cerca de 35 metros de comprimento, enquanto que o anglo da sombra interior indica que a caverna poderá ter cerca de 20 metros de profundidade. Porque é que há uma cratera circular a rodear o buraco, é tópico de especulações, assim como toda a extensão da caverna subjacente. Buracos como este têm um interesse particular, porque as suas cavernas interiores estão relativamente protegidas da inóspita superfície de Marte, tornando-as relativamente boas candidatas para conterem vida marciana. Estes poços são por isso alvos principais para possíveis futuras naves espaciais, robôs e mesmo explorações humanas interplanetárias.
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
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