maio 2018











Ciência Na Frente

Do Infinitamente Pequeno ao Infminitamente Grande

Ventos nos abismos de Júpiter
Esta imagem reconstituída a partir dos dados do instrumento JIRAM da sonda Juno, evidencia o grande ciclone no pólo norte de Júpiter, rodeado de outros oito ciclones. 


          A atmosfera de Júpiter exibe grandes barras paralelas no equador onde sopram ventos que atingem os 600 Km/hora. Os planetólogos tentam há várias décadas compreender a dinâmica destes ventos. Por exemplo, se se manifestam em profundidade ou se são apenas um fenómeno de superfície? Os recentes dados da sonda Juno permitiram responder a esta questão. 
     Para conseguirem chegar a esse resultado, os investigadores mediram o campo gravitacional de Júpiter. Com efeito, qualquer assimetria nesse campo seria o sinal de uma estrutura interna complexa, tal como um deslocamento significativo de matéria. Para o conseguirem fazer, os investigadores seguiram com muita precisão a trajetória da sonda Juno. Ao detetarem qualquer variação anormal da sua velocidade (com uma precisão  de 0,01 milímetros por segundo), reconstituíram o campo gravitacional do planeta. Duas equipas, uma chefiada por Yohai Kaspi, do Instituto Weizmann, em Israel e outra por Tristan Guillot, do Observatório da Côte d'Azur, utilizaram estes resultados para mostrar que existem fluxos de gás (hidrogénio e hélio) até 3000 Km de profundidade. Nessa região, a pressão é 100 000 vezes superior à que existe na superfície da Terra. Os átomos ionizam-se e perdem os seus eletrões. As partículas carregadas que daí resultam criam forças que se opõem à circulação dos ventos. Mais profundamente, a matéria tem assim um movimento de rotação como se fosse sólida.
     Estes resultados permitirão talvez explicar certos fenómenos observados por Juno, nomeadamente aqueles que se desenrolam ao nível dos pólos. Por exemplo, como explicar a estabilidade destas estruturas que apresentam um ciclone central rodeado de vários outros e que não se observa em Saturno? 
                      
Fonte: Pour la Science - maio 2018, n.º 487, p. 25 (adaptado)
Sean Bailly 



Um impacto gigante vaporizou parte da Terra para criar a Lua


Esta imagem mostra a quente e derretida Lua a emergir de uma sinestia, estando no processo de condensação a partir da Terra.

       Uma nova viragem na teoria do impacto gigante, postula que a Lua se formou a partir da Terra com os restos vaporizados de uma épica colisão.
     A maioria dos cientistas planetários estão de acordo que a Lua foi criada quando um corpo do tamanho de Marte chocou com a Terra, lançando grandes quantidades de rocha que ficaram a orbitar em forma de anel e que se aglutinaram para formar a Lua.
     Contudo, alguns problemas surgem neste cenário. Um deles é que a maior parte da Lua teria sido criada a partir do manto do corpo que provocou o impacto, mas as medições das proporções de isótopos mostram que a Lua e a Terra são feitas exatamente do mesmo material.     
     Para resolver este problema, Simon Lock (Universidade de Harvard) e Sarah Stewart (Universidade da Califórnia) propuseram uma explicação radical. Desenvolveram no ano passado modelos computadorizados que mostram que quando dois objetos planetários colidem, podem formar um sinestia. Essa massa de metal e rocha vaporizada ganha a forma de um gigante e rotativo "donut", estando ligado a um protuberância central rica em metal - a parte que restou do núcleo do planeta.
     No modelo, a Lua forma-se no interior do buraco do "donut", do sinestia. À medida que a rocha arrefece, começa a condensar-se em bocados de rocha sólida, que gradualmente se vão juntando, formando uma a Lua, mas ainda em fusão.
     As investigações seguintes indicam que o sinestia deve ter sido o misturados principal, apagando diferenças químicas entre o corpo que chocou e o corpo que sofreu o impacto. Para além disso, este cenário explica a falta de voláteis, já que o material mais facilmente vaporizável permaneceria numa fase gasosa em vez de ficar agarrado à Lua.
     Até agora, o modelo do sinestia produziu diferentes reações na comunidade dos cientistas planetários. Alguns dão as boas vindas a esta teoria por ser uma potencial hipótese de resolver as limitações da teoria do impacto gigante, mas outros permanecem céticos.

Fonte: Sky & Telescope - junho 2018 - Vol. 135, n.º 6, p. 9  
Javier Barbuzano (adaptado )

O que posso observar no céu de maio?

3 - Vénus a 7ºN de Aldebarã - 18:00
4 - Lua a 1,7ºN de Saturno - 21:00
6 - Lua no apogeu a 404 457 Km da Terra - 01:35
13 - Lua a 2ºS de Mercúrio - 18:00
17 - Lua a 5ºS de Vénus - 19:00
17 - Lua no perigeu a 363 776 Km da Terra - 22:05
27 - Lua a 4ºN de Júpiter - 19:00









Fases da Lua em maio


15 - às 12h 48min - nova

22 - às 04h 49min - crescente

29 - 15h 20min - cheia 

  08 - às 03h 09min - minguante









Planetas visíveis a olho nu em maio

MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de manhã, por volta do instante do começo do crepúsculo civil, até ao dia 29 de maio.

VÉNUS - Poderá ser visto como estrela da tarde, mantendo-se visível até ao final de outubro.

MARTE - Pode ser visto no céu matutino no início do ano, encontrando-se, em meados de maio na constelação de Capricórnio. 

JÚPITER - Pode ser visto durante toda a noite.

SATURNO - Pode ser visto durante mais de metade da noite. 


Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa 




(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)

DataMagnitudeInícioPonto mais altoFimTipo da passagem
(mag)HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.HoraAlt.Az.
30-5-1,123:04:2510°NNO23:06:3717°NNE23:08:4910°NEvisível
31-5-1,500:40:2410°NO00:41:4823°NO00:41:4823°NOvisível
31-5-1,022:12:1310°NNO22:14:0614°N22:15:5810°NEvisível
31-5-2,423:48:1610°NO23:51:1534°NNE23:51:1534°NNEvisível
1-6-1,822:56:1110°NO22:58:5423°NNE23:00:4415°ENEvisível
2-6-1,300:32:2210°ONO00:33:2218°ONO00:33:2218°ONOvisível
2-6-1,322:04:0410°NNO22:06:2518°NNE22:08:4510°ENEvisível
2-6-3,323:40:0510°NO23:42:5158°NNO23:42:5158°NNOvisível
3-6-2,822:47:5310°NO22:51:0141°NNE22:52:2326°Evisível
4-6-0,900:24:4010°O00:25:0112°O00:25:0112°Ovisível
4-6-2,121:55:4510°NO21:58:3526°NNE22:01:2510°Evisível
4-6-2,923:32:0310°ONO23:34:3439°OSO23:34:3439°OSOvisível
5-6-3,922:39:3910°NO22:42:5690°SE22:44:0936°SEvisível
6-6-3,221:47:2410°NO21:50:3549°NNE21:53:4510°ESEvisível
6-6-1,823:24:2610°O23:26:2418°OSO23:26:2418°OSOvisível
7-6-2,822:31:3810°ONO22:34:3935°SO22:36:0323°Svisível
8-6-3,721:39:0810°ONO21:42:2372°SO21:45:3810°SEvisível

     
Como usar esta grelha:


Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.

Fonte: http://www.heavens-above.com/



Vídeo do Mês





A formação do sistema solar

(Quando necessário, para ativar as legendas automáticas proceder do seguinte modo: no canto inferior direito clicar no símbolo "roda dentada"; abrem-se as Definições; clicar aí e escolher Legendas; depois clicar em Traduzir Automaticamente; finalmente escolher Português na lista.)



Imagem do Mês





A Via Láctea segundo o satélite Gaia


         Esta visão alargada da nossa Via Láctea  e das galáxias vizinhas não é uma fotografia. É um mapa de medições individuais de aproximadamente 1,7 mil milhões de estrelas. Os ricos dados astronómicos usados para criar esta imagem vieram da exploração do céu do satélite Gaia, que incluem resoluções precisas e notáveis da posição, brilho, cor e distância paralaxe de 1,3 mil milhões de estrelas. Claro que isto é apenas 1 por cento do número total de estrelas da Via Láctea. O plano achatado da nossa galáxia domina a imagem. Morada da maioria das estrelas da Via Láctea, estende-se através do centro do mapa de dados estelares do Gaia. Vazios e fendas ao longo do plano galáctico correspondem ao obscurecimento da luz estelar das nuvens de poeira interestelares. Em baixo à direita estão as estrelas da Grande e Pequena Nuvens de Magalhães, galáxias que se encontram mesmo após a Via Láctea.
Fonte: www.nasa.gov

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