dezembro 2017
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infminitamente Grande
A verdadeira história da cor da pele
Em África, a diversidade das cores da pele é um indício de uma história genética rica e complexa.
Se a diversidade das cores da pele é um traço marcante do ser humano moderno, as suas causas genéticas são ainda mal conhecidas. Agora, um vasto estudo dos genomas das populações africanas identificaram várias variações de genes implicados na pigmentação da pele. Neste estudo é revelado que a história da cor da pele é bem mais antiga do que aquilo que se pensava.
Os paleontólogos estão de acordo quanto ao facto dos nossos antepassados australopitecos terem provavelmente uma pela clara sob a sua pelagem. Antes deste estudo aparecer, estes privilegiavam o seguinte cenário: há mais de dois milhões de anos, os nossos antepassados terão perdido a maior parte dos pelos; a sua pele evoluiu rapidamente, escurecendo-se, o que o protegia dos efeitos nefastos dos raios ultravioleta; depois, quando os humanos migraram para fora de África, para latitudes mais elevadas, menos ensolaradas, a sua pele evoluiu para uma cor mais clara. Este novo estudo, realizado por uma equipa internacional conduzida por Sarah Tishkoff, da Universidade da Pensilvânia, revela um cenário mais complicado.
Estes investigadores sequenciaram os genomas de 2 092 africanos com origens variadas, da Etiópia, da Tanzânia e do Bostwana, e compararam-nos aos genomas de populações africanas ocidentais, eurasiáticas e australo-melanésias. Estes trabalhos indicaram que uma grande parte das mutações associadas às cores da pele surgiram antes do aparecimento do Homo sapiens (por volta dos 300 000 anos). Especificamente, sugerem que variações de dois dos genes conhecidos por estarem associados aos olhos, levaram a aparecer, há um milhão de anos, de uma pele e cabelos claros nos europeus,... em África. Ter-se-iam depois espalhado pela Europa e pela Ásia.
Os biólogos também vieram confirmar as hipóteses já propostas, como as migrações «back to Africa». Com efeito, uma variante de «despigmentação» do gene SLC24A5, ligado a uma pele pálida e conhecido por se ter espalhado pela Europa, revelou-se frequente na África Oriental, mesmo nos indivíduos com pele escura (sinal de que esta variação não age apenas para originar uma pele clara). Esta variante teria aparecido na Eurásia muito recentemente, por volta dos 29 000 anos e ter-se-ia espalhado há 6 000 anos, retornando do Médio Oriente para a África Oriental.
Na verdade são encarados cenários complexos para a história de cada mutação. As mutações do gene MFSD12 são interessantes. Duas das mutações identificadas neste gene diminuíram a sua expressão e estão associadas a uma cor escura da pele, o que foi confirmado pelos modelos de ratos e de peixes-zebra. Ora estas mutações encontram-se em populações melanésias e aborígenes australianas, reforçando a hipótese de uma saída de África há 80 000 anos, a partir do corno africano.
«Está ainda tudo por validar com estudos ainda maiores, incluindo com populações fora de África, mas este enorme trabalho agora apresentado esclarece a história evolutiva dos traços que vemos atualmente», comente Paul Verdu, investigador do CNRS, do Museu Nacional de História Natural, de Paris. Uma coisa é certa, se ainda for necessário demonstrá-la: a diversidade dos humanos é tal e a sua história evolutiva é de uma tal complexidade, que não existe lugar para raças.
Os paleontólogos estão de acordo quanto ao facto dos nossos antepassados australopitecos terem provavelmente uma pela clara sob a sua pelagem. Antes deste estudo aparecer, estes privilegiavam o seguinte cenário: há mais de dois milhões de anos, os nossos antepassados terão perdido a maior parte dos pelos; a sua pele evoluiu rapidamente, escurecendo-se, o que o protegia dos efeitos nefastos dos raios ultravioleta; depois, quando os humanos migraram para fora de África, para latitudes mais elevadas, menos ensolaradas, a sua pele evoluiu para uma cor mais clara. Este novo estudo, realizado por uma equipa internacional conduzida por Sarah Tishkoff, da Universidade da Pensilvânia, revela um cenário mais complicado.
Estes investigadores sequenciaram os genomas de 2 092 africanos com origens variadas, da Etiópia, da Tanzânia e do Bostwana, e compararam-nos aos genomas de populações africanas ocidentais, eurasiáticas e australo-melanésias. Estes trabalhos indicaram que uma grande parte das mutações associadas às cores da pele surgiram antes do aparecimento do Homo sapiens (por volta dos 300 000 anos). Especificamente, sugerem que variações de dois dos genes conhecidos por estarem associados aos olhos, levaram a aparecer, há um milhão de anos, de uma pele e cabelos claros nos europeus,... em África. Ter-se-iam depois espalhado pela Europa e pela Ásia.
Os biólogos também vieram confirmar as hipóteses já propostas, como as migrações «back to Africa». Com efeito, uma variante de «despigmentação» do gene SLC24A5, ligado a uma pele pálida e conhecido por se ter espalhado pela Europa, revelou-se frequente na África Oriental, mesmo nos indivíduos com pele escura (sinal de que esta variação não age apenas para originar uma pele clara). Esta variante teria aparecido na Eurásia muito recentemente, por volta dos 29 000 anos e ter-se-ia espalhado há 6 000 anos, retornando do Médio Oriente para a África Oriental.
Na verdade são encarados cenários complexos para a história de cada mutação. As mutações do gene MFSD12 são interessantes. Duas das mutações identificadas neste gene diminuíram a sua expressão e estão associadas a uma cor escura da pele, o que foi confirmado pelos modelos de ratos e de peixes-zebra. Ora estas mutações encontram-se em populações melanésias e aborígenes australianas, reforçando a hipótese de uma saída de África há 80 000 anos, a partir do corno africano.
«Está ainda tudo por validar com estudos ainda maiores, incluindo com populações fora de África, mas este enorme trabalho agora apresentado esclarece a história evolutiva dos traços que vemos atualmente», comente Paul Verdu, investigador do CNRS, do Museu Nacional de História Natural, de Paris. Uma coisa é certa, se ainda for necessário demonstrá-la: a diversidade dos humanos é tal e a sua história evolutiva é de uma tal complexidade, que não existe lugar para raças.
O cérebro não permite as viagens espaciais
Experiências realizadas em ratos mostram que a radiação cósmica destrói as conexões neuronais e degrada o desempenho cognitivo. Um obstáculo mais sério do que aquilo que se pensava para as viagens tripuladas interplanetárias.
Desde há milénios que os seres humanos olham para o céu e sonham viajar até às estrelas. Agora que alguns humanos já andaram pela Lua e viveram, por vezes, vários meses em órbita, na Estação Espacial Internacional, parece inevitável que tentemos ir ainda mais longe: para Marte, para o resto do Sistema Solar, ou mesmo mais longe. Este sonho é partilhado por várias culturas e ocupa as agências espaciais de vários países.
Contudo, nós sabemos que o espaço é um meio hostil. Cada vez que os astronautas deixam a Terra são confrontados com frios extremos, ausência de atmosfera, microgravidade e exposição à radiação cósmica. Estes perigos foram até agora considerados como ultrapassáveis: são essencialmente problemas que os engenheiros têm tentado fazer o possível para os resolver e riscos que os corajosos viajantes espaciais aceitam tomar. Mas várias equipas (...) mostraram recentemente que as radiações no espaço poderão ser mais nocivas do que aquilo que se pensava, em particular para o cérebro humano, um órgão frágil e todavia essencial. Os investigadores suspeitavam há décadas de um tal impacto, mas só há pouco tempo é que temos indicadores concretos dando-nos medições dos efeitos dos raios cósmicos no cérebro.
Ao submeterem-se ratos a uma radiação comparável àquela que se expõem os astronautas no espaço, (...) observaram-se importantes problemas cognitivos e permanentes, que provavelmente também podem ocorrer nos humanos e que podem potencialmente comprometer o sucesso das missões espaciais. Se os astronautas da Estação Espacial Internacional, que se encontra numa órbita relativamente baixa (à volta dos 400 quilómetros de altitude), estão em grande medida protegidos pelo campo magnético terrestre, o risco para os futuros viajantes a Marte e mais além é muito mais sério.
A nossa capacidade de reduzir estes perigos para os astronautas é por agora muito limitada. Ao melhorar a blindagem das naves espaciais podemos parar uma parte desta radiação nociva, mas nenhum material conhecido é ao mesmo tempo suficientemente leve para ser transportado para órbita e eficaz para proteger os astronautas. Por outro lado, estamos a dar os primeiros passos no desenvolvimento de medicamentos suscetíveis de combater os efeitos da radiação no interior do corpo humano. A não ser que encontremos uma solução que funcione verdadeiramente, o sonho humano de viajar no Sistema Solar e mais além pode ficar para sempre fora do nosso alcance.
A exposição à radiação cósmica poderá representar um dos maiores obstáculos para uma viagem a Marte e ainda pior para missões mais prolongadas destinadas a explorar planetas mais distantes. (...) Será que isto significa que estaremos para sempre presos à Terra? Não forçosamente. Estes obstáculos serão um problema suplementar que os investigadores terão de enfrentar e ultrapassar enquanto nos preparamos para aquilo que poderá ser o desafio mais fantástico da humanidade, mas também, quem sabe, a sua maior conquista...
Desde há milénios que os seres humanos olham para o céu e sonham viajar até às estrelas. Agora que alguns humanos já andaram pela Lua e viveram, por vezes, vários meses em órbita, na Estação Espacial Internacional, parece inevitável que tentemos ir ainda mais longe: para Marte, para o resto do Sistema Solar, ou mesmo mais longe. Este sonho é partilhado por várias culturas e ocupa as agências espaciais de vários países.
Contudo, nós sabemos que o espaço é um meio hostil. Cada vez que os astronautas deixam a Terra são confrontados com frios extremos, ausência de atmosfera, microgravidade e exposição à radiação cósmica. Estes perigos foram até agora considerados como ultrapassáveis: são essencialmente problemas que os engenheiros têm tentado fazer o possível para os resolver e riscos que os corajosos viajantes espaciais aceitam tomar. Mas várias equipas (...) mostraram recentemente que as radiações no espaço poderão ser mais nocivas do que aquilo que se pensava, em particular para o cérebro humano, um órgão frágil e todavia essencial. Os investigadores suspeitavam há décadas de um tal impacto, mas só há pouco tempo é que temos indicadores concretos dando-nos medições dos efeitos dos raios cósmicos no cérebro.
Ao submeterem-se ratos a uma radiação comparável àquela que se expõem os astronautas no espaço, (...) observaram-se importantes problemas cognitivos e permanentes, que provavelmente também podem ocorrer nos humanos e que podem potencialmente comprometer o sucesso das missões espaciais. Se os astronautas da Estação Espacial Internacional, que se encontra numa órbita relativamente baixa (à volta dos 400 quilómetros de altitude), estão em grande medida protegidos pelo campo magnético terrestre, o risco para os futuros viajantes a Marte e mais além é muito mais sério.
A nossa capacidade de reduzir estes perigos para os astronautas é por agora muito limitada. Ao melhorar a blindagem das naves espaciais podemos parar uma parte desta radiação nociva, mas nenhum material conhecido é ao mesmo tempo suficientemente leve para ser transportado para órbita e eficaz para proteger os astronautas. Por outro lado, estamos a dar os primeiros passos no desenvolvimento de medicamentos suscetíveis de combater os efeitos da radiação no interior do corpo humano. A não ser que encontremos uma solução que funcione verdadeiramente, o sonho humano de viajar no Sistema Solar e mais além pode ficar para sempre fora do nosso alcance.
A exposição à radiação cósmica poderá representar um dos maiores obstáculos para uma viagem a Marte e ainda pior para missões mais prolongadas destinadas a explorar planetas mais distantes. (...) Será que isto significa que estaremos para sempre presos à Terra? Não forçosamente. Estes obstáculos serão um problema suplementar que os investigadores terão de enfrentar e ultrapassar enquanto nos preparamos para aquilo que poderá ser o desafio mais fantástico da humanidade, mas também, quem sabe, a sua maior conquista...
Fonte: Pour la Science - dezembro 2017 - n.º 482, pp. 40-46
Charles Limoli - neurocientista e radiobiólogo da Faculdade de Medicina,
da Universidade da Califórnia, Irvine, E.U.A. (adaptado)
Charles Limoli - neurocientista e radiobiólogo da Faculdade de Medicina,
da Universidade da Califórnia, Irvine, E.U.A. (adaptado)
O que posso observar no céu de dezembro?
4 - Lua no perigeu a 357492 Km da Terra - 08:46
14 - Vesta a 0,2º S da Lua - 19:00
14 - Chuva de meteoros das Geminídeas atinge o pico antes do amanhecer sob um céu em grande parte sem Lua.
19 - Lua no apogeu a 406602 Km da Terra - 01:26
21 - Solstício de Inverno - 16:28
31 - Lua a 0,8º N de Aldebarã - 01:00
14 - Vesta a 0,2º S da Lua - 19:00
14 - Chuva de meteoros das Geminídeas atinge o pico antes do amanhecer sob um céu em grande parte sem Lua.
19 - Lua no apogeu a 406602 Km da Terra - 01:26
21 - Solstício de Inverno - 16:28
31 - Lua a 0,8º N de Aldebarã - 01:00
Fases da Lua em dezembro
18 - às 06h 30min - nova
26 - às 09h 20min - crescente
03 - às 15h 47min - cheia
26 - às 09h 20min - crescente
03 - às 15h 47min - cheia
10 - às 07h 51min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em dezembro
MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de tarde, por volta do instante do começo do crepúsculo civil, até ao dia 7 de dezembro. A partir de 19 de dezembro será visto, de manhã, por volta do instante do começo do crepúsculo civil.
VÉNUS - Neste mês não é visível por se encontrar muito perto do Sol.
MARTE - Pode ser visto na constelação de Espiga e passará para a constelação de Balança no final de dezembro.
JÚPITER - Pode ser visto na constelação de balança .
SATURNO - Neste mês não pode ser observado por se encontrar muito perto do Sol.
VÉNUS - Neste mês não é visível por se encontrar muito perto do Sol.
MARTE - Pode ser visto na constelação de Espiga e passará para a constelação de Balança no final de dezembro.
JÚPITER - Pode ser visto na constelação de balança .
SATURNO - Neste mês não pode ser observado por se encontrar muito perto do Sol.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
Visibilidade da Estação Espacial Internacional
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
29-12 | -3,2 | 06:17:12 | 26° | SSO | 06:18:48 | 55° | SE | 06:22:02 | 10° | ENE | visível |
30-12 | -1,2 | 05:27:58 | 20° | E | 05:27:58 | 20° | E | 05:29:29 | 10° | ENE | visível |
30-12 | -3,1 | 07:00:40 | 15° | O | 07:03:00 | 36° | NNO | 07:06:05 | 10° | NE | visível |
31-12 | -3,5 | 06:11:06 | 52° | N | 06:11:06 | 52° | N | 06:13:52 | 10° | NE | visível |
1-1 | -0,6 | 05:21:18 | 12° | ENE | 05:21:18 | 12° | ENE | 05:21:33 | 10° | ENE | visível |
1-1 | -2,3 | 06:53:59 | 19° | NO | 06:55:01 | 22° | NNO | 06:57:40 | 10° | NNE | visível |
2-1 | -1,8 | 06:04:00 | 21° | NNE | 06:04:00 | 21° | NNE | 06:05:28 | 10° | NE | visível |
3-1 | -1,9 | 06:46:34 | 15° | NNO | 06:47:05 | 16° | NNO | 06:49:13 | 10° | NNE | visível |
4-1 | -1,1 | 05:56:23 | 13° | NNE | 05:56:23 | 13° | NNE | 05:56:58 | 10° | NNE | visível |
5-1 | -1,6 | 06:38:47 | 13° | NNO | 06:39:11 | 14° | N | 06:40:55 | 10° | NNE | visível |
6-1 | -0,8 | 05:48:28 | 10° | NNE | 05:48:28 | 10° | NNE | 05:48:29 | 10° | NNE | visível |
6-1 | -1,6 | 07:21:56 | 10° | NNO | 07:23:57 | 15° | N | 07:25:59 | 10° | NE | visível |
7-1 | -1,5 | 06:30:46 | 13° | N | 06:31:14 | 14° | N | 06:32:59 | 10° | NE | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de início, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
OAs viagens espaciais e os seus perigos
Imagem do Mês
Poucos visões astronómicas excitam mais a imaginação do que a mais próxima maternidade de estrelas conhecida como a Nebulosa de Orion. O gás brilhante desta nebulosa rodeia as quentes estrelas jovens nos limites da imensa nuvem molecular interestelar. Muitas das estruturas filamentares visíveis nesta imagem são atualmente ondas de choque - frentes de material que se move rapidamente e que encontra lentas nuvens de gás. A Nebulosa de Orion estende-se por cerca de 40 anos-luz e está localizada a cerca de 1 500 anos-luz no mesmo pequeno braço espiral da nossa Galáxia e onde se encontra o Sol. A Grande Nebulosa, situada na constelação de Orion, pode ser encontrada à vista desarmada um pouco abaixo e à esquerda, do cinto de três estrelas (as três Marias) facilmente identificável, na popular constelação de Orion. (...) Todo o complexo da nuvem da Nebulosa de Orion, que inclui a Nebulosa da Cabeça de Cavalo, vai-se dispersar nos próximos 100 000 anos.
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
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