março 2015
Ciência Na Frente
Do Infinitamente Pequeno ao Infinitamente Grande
Exoplanetas mais acolhedores do que a Terra
Habitámos o melhor dos mundos possíveis? No século XVII, o filósofo alemão Leibniz pensava que a Terra oferecia as condições ótimas para a vida, apesar dos seus defeitos. Esta ideia foi na altura, criticada particularmente por Voltaire no seu conto filosófico Candide, já que via na proposta de Leibniz uma construção não científica da realidade, construída para satisfazer a sua filosofia. O pensamento do filósofo alemão encontrou um eco indireto nos astrónomos que consideram a Terra como o modelo dos seus estudos de planetas extra-solares e na procura de outros mundos habitados.
Como apenas conhecemos um mundo habitado (o nosso), é natural utilizar a Terra como referência para a procura da vida noutros locais do espaço, quer seja em Marte ou em Europa, a lua de Júpiter que possui um oceano de água líquida por baixo da sua superfície gelada. Mas atualmente, a descoberta de planetas potencialmente habitáveis em órbita de estrelas diferentes do Sol (por outras palavras, exoplanetas) colocam em causa esta aproximação geocêntrica.
Durante os últimos 20 anos, os astrónomos descobriram mais de 1800 exoplanetas e as estatísticas sugerem que a nossa Galáxia possua pelo menos 100 mil milhões deles. Entre os planetas descobertos até agora, a maior parte são muito diferentes da Terra e exibem uma grande variedade de tamanhos, de órbitas, de composição ou mesmo da natureza das suas estrelas (muitas vezes mais pequenas e mais frias do que o Sol). Ao ver de perto as características destes exoplanetas, alguns astrónomos pensam que a Terra pode não ser o nec plus ultra (o que há de melhor) em termos de habitabilidade. O facto de a vida ter aparecido na Terra não é suficiente para afirmar que as suas condições são ótimas. Com efeito, alguns exoplanetas, muito diferentes da Terra, terão melhores condições para o desenvolvimento e conservação de biosferas estáveis. Estes «planetas super-habitáveis» serão os alvos mais apropriados para procurar vida fora do Sistema Solar.
Como apenas conhecemos um mundo habitado (o nosso), é natural utilizar a Terra como referência para a procura da vida noutros locais do espaço, quer seja em Marte ou em Europa, a lua de Júpiter que possui um oceano de água líquida por baixo da sua superfície gelada. Mas atualmente, a descoberta de planetas potencialmente habitáveis em órbita de estrelas diferentes do Sol (por outras palavras, exoplanetas) colocam em causa esta aproximação geocêntrica.
Durante os últimos 20 anos, os astrónomos descobriram mais de 1800 exoplanetas e as estatísticas sugerem que a nossa Galáxia possua pelo menos 100 mil milhões deles. Entre os planetas descobertos até agora, a maior parte são muito diferentes da Terra e exibem uma grande variedade de tamanhos, de órbitas, de composição ou mesmo da natureza das suas estrelas (muitas vezes mais pequenas e mais frias do que o Sol). Ao ver de perto as características destes exoplanetas, alguns astrónomos pensam que a Terra pode não ser o nec plus ultra (o que há de melhor) em termos de habitabilidade. O facto de a vida ter aparecido na Terra não é suficiente para afirmar que as suas condições são ótimas. Com efeito, alguns exoplanetas, muito diferentes da Terra, terão melhores condições para o desenvolvimento e conservação de biosferas estáveis. Estes «planetas super-habitáveis» serão os alvos mais apropriados para procurar vida fora do Sistema Solar.
Fonte: Pour la Science - março 2015 - n.º 449, p. 24 - René Heller (adaptado)
Negativo, perigoso para a saúde, o stress é um dos flagelos da sociedade contemporânea. Mas, por trás deste termo esconde-se um processo fisiológico que contribui para a nossa sobrevivência.
O stress é muitas vezes encarado de forma negativa. Isso não é nada de espantoso já que a etimologia dessa palavra remete para o latim stringere que significa «esticado», «apertado» ou ainda «pressionado». Presente em muitos textos médicos desde o século XVII, o termo faz sobretudo referência à ideia de opressão, da dureza da vida ou pena.
Contudo, no plano fisiológico, corresponde antes de mais a um mecanismo de adaptação normal, quer nos animais, quer nos seres humanos. «O stress é uma resposta do cérebro perante uma ameaça. Dá a força necessária para fugir ou combater», explica Sonia Lupien, diretora do Centro de estudos sobre o stress em Montreal, no Canadá.
Quando o indivíduo está stressado, os sentidos ficam apurados. As pupilas dilatam-se para se ver melhor. Os pelos eriçam-se para aumentar a sensibilidade ao toque. O ritmo cardíaco acelera para enviar mais sangue para os músculos. As narinas, a garganta e os pulmões alargam-se para deixar entrar mais ar no organismo. A respiração torna-se mais profunda, o que permite também gritar com mais força. Todo o organismo fica preparado para a ação.
O stress é muitas vezes encarado de forma negativa. Isso não é nada de espantoso já que a etimologia dessa palavra remete para o latim stringere que significa «esticado», «apertado» ou ainda «pressionado». Presente em muitos textos médicos desde o século XVII, o termo faz sobretudo referência à ideia de opressão, da dureza da vida ou pena.
Contudo, no plano fisiológico, corresponde antes de mais a um mecanismo de adaptação normal, quer nos animais, quer nos seres humanos. «O stress é uma resposta do cérebro perante uma ameaça. Dá a força necessária para fugir ou combater», explica Sonia Lupien, diretora do Centro de estudos sobre o stress em Montreal, no Canadá.
Quando o indivíduo está stressado, os sentidos ficam apurados. As pupilas dilatam-se para se ver melhor. Os pelos eriçam-se para aumentar a sensibilidade ao toque. O ritmo cardíaco acelera para enviar mais sangue para os músculos. As narinas, a garganta e os pulmões alargam-se para deixar entrar mais ar no organismo. A respiração torna-se mais profunda, o que permite também gritar com mais força. Todo o organismo fica preparado para a ação.
Fonte: La Recherche - março 2015 - n.º 497, p. 28 - Mathias Germain (adaptado)
O que posso observar no céu de março?
3 - Júpiter a 5º N da Lua
5 - Lua no apogeu
8 - Máxima chuva de meteoros alfa-Centaurídeos
12 - Saturno 2º S da Lua
15 - Máximo da chuva de meteoros gama-Normídeos
18 - Mercúrio a 5º S da Lua
19 - Lua no perigeu
20 - Início da Primavera
21 - Marte a 0,9º S da Lua
22 - Vénus a 0,4º S de Marte
30 - Júpiter a 5º N da Lua
5 - Lua no apogeu
8 - Máxima chuva de meteoros alfa-Centaurídeos
12 - Saturno 2º S da Lua
15 - Máximo da chuva de meteoros gama-Normídeos
18 - Mercúrio a 5º S da Lua
19 - Lua no perigeu
20 - Início da Primavera
21 - Marte a 0,9º S da Lua
22 - Vénus a 0,4º S de Marte
30 - Júpiter a 5º N da Lua
Fases da Lua em março
20 - às 09h 36min - nova
27 - às 07h 43min - crescente
27 - às 07h 43min - crescente
05 - às 18h 05min - cheia
13 - às 17h 48min - minguante
Planetas visíveis a olho nu em março
MERCÚRIO - Poderá ser visto somente próximo do horizonte, a leste, antes do nascimento do Sol ou a oeste, depois do ocaso do Sol. Será visível, de manhã, cerca do começo do crepúsculo civil, como "estrela da manhã".
VÉNUS -Pode ser visto como estrela da tarde.
MARTE - Poderá ser visto na constelação de Sagitário. Move-se para Peixes e Carneiro a partir dos finais de março.
JÚPITER - Pode ser visto na constelação de Caranguejo durante mais de metade da noite.
SATURNO - Pode ser visto como estrela da manhã na constelação de Escorpião.
VÉNUS -Pode ser visto como estrela da tarde.
MARTE - Poderá ser visto na constelação de Sagitário. Move-se para Peixes e Carneiro a partir dos finais de março.
JÚPITER - Pode ser visto na constelação de Caranguejo durante mais de metade da noite.
SATURNO - Pode ser visto como estrela da manhã na constelação de Escorpião.
Fonte: Observatório Astronómico de Lisboa
Visibilidade da Estação Espacial Internacional
(para localizações aproximadas de 41.1756ºN, 8.5493ºW)
Data | Magnitude | Início | Ponto mais alto | Fim | Tipo da passagem | ||||||
(mag) | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | Hora | Alt. | Az. | ||
23 de mar | -0,7 | 04:44:53 | 12° | NNO | 04:45:40 | 13° | N | 04:47:17 | 10° | NNE | visível |
24 de mar | 0,0 | 03:53:39 | 11° | NNE | 03:53:39 | 11° | NNE | 03:53:54 | 10° | NNE | visível |
24 de mar | -0,8 | 05:27:23 | 10° | NNO | 05:29:31 | 16° | NNE | 05:31:42 | 10° | NE | visível |
25 de mar | -0,7 | 04:34:59 | 13° | NNO | 04:35:59 | 14° | N | 04:37:47 | 10° | NE | visível |
26 de mar | 0,1 | 03:43:47 | 11° | NNE | 03:43:47 | 11° | NNE | 03:44:00 | 10° | NNE | visível |
26 de mar | -1,1 | 05:17:01 | 10° | NO | 05:19:40 | 23° | NNE | 05:22:20 | 10° | ENE | visível |
27 de mar | -0,8 | 04:25:11 | 16° | N | 04:26:07 | 17° | NNE | 04:28:23 | 10° | ENE | visível |
28 de mar | 0,2 | 03:34:04 | 11° | NE | 03:34:04 | 11° | NE | 03:34:23 | 10° | NE | visível |
28 de mar | -2,0 | 05:06:40 | 11° | NO | 05:09:34 | 38° | NNE | 05:12:37 | 10° | E | visível |
29 de mar | -1,3 | 05:15:40 | 24° | N | 05:16:02 | 25° | NNE | 05:18:47 | 10° | E | visível |
29 de mar | -3,1 | 06:49:27 | 10° | ONO | 06:52:36 | 51° | SO | 06:55:44 | 10° | SE | visível |
30 de mar | -3,3 | 05:57:24 | 24° | NO | 05:59:13 | 79° | NNE | 06:02:27 | 10° | ESE | visível |
31 de mar | -1,5 | 05:06:45 | 31° | ENE | 05:06:45 | 31° | ENE | 05:08:49 | 10° | ESE | visível |
31 de mar | -2,0 | 06:39:23 | 10° | O | 06:41:58 | 22° | SO | 06:44:30 | 10° | S | visível |
01 de abr | -2,8 | 05:49:00 | 40° | SSO | 05:49:00 | 40° | SSO | 05:51:41 | 10° | SSE | visível |
Como usar esta grelha:
Coluna Data - data da passagem da Estação;
Coluna Brilho/Luminosidade (magnitude) - Luminosidade da Estação (quanto mais negativo for o número maior é o brilho);
Coluna Hora - hora de inicio, do ponto mais alto e do fim da passagem;
Coluna Altitude - altitude medida em graus tendo o horizonte como ponto de partida 0º;
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Coluna Azimute - a direção da Estação tendo o Norte geográfico como ponto de partida.
Fonte: http://www.heavens-above.com/
Vídeo do Mês
A matéria negra
Imagem do Mês
A Nebulosa da Roseta em hidrogénio e oxigénio
A Nebulosa da Roseta não é a única nuvem de gás e poeira cósmica que evoca imagens de flores, mas é a mais famosa. No limite desta grande nuvem molecular, na constelação do Unicórnio, a cerca de 5000 anos-luz, as pétalas desta rosa são atualmente uma maternidade de estrelas, na qual a sua forma simétrica é esculpida pelos ventos e pela radiação do enxame central de jovens e quentes estrelas. As estrelas deste enxame energético, catalogado como NGC 2244, têm apenas alguns milhões de anos, enquanto a cavidade central da Nebulosa da Roseta, catalogada como NGC 2237, tem cerca de 50 anos-luz de diâmetro. Esta nebulosa pode ser vista com um pequeno telescópio na direção da constelação do Unicórnio.
Fonte: www.nasa.gov
Fonte: www.nasa.gov
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